Um grupo de países,
entre os quais Angola e Moçambique, acordaram hoje em Londres tomar medidas
práticas para tentar acabar com o tráfico ilegal de chifres de rinoceronte,
partes do tigre e presas de elefante.
A declaração que
resultou da Convenção para o Comércio Internacional de Espécies em Perigo de
Fauna e Flora Selvagem reitera a atual proibição de comércio de marfim de
elefante, o repúdio de produtos de espécies amaçadas de extinção e legislar
para que a caça e tráfico de animais selvagens sejam considerados crimes
graves.
Estima-se que o
tráfico ilegal daqueles produtos gerem proveitos aos criminosos no valor de 19
mil milhões de dólares (14 mil milhões de euros) todos os anos, além dos
prejuízos que provoca em termos de atividade económica de países em
desenvolvimento.
Os cerca de 40
países presentes pretendem também reforçar a coordenação entre fronteiras,
apoiar as redes regionais de proteção da vida selvagem e estudar as relações
entre crimes relacionados com animais selvagens com a corrupção e o terrorismo.
A Conferência durou
dois dias e acolheu a presença dos príncipes Carlos, William e Harry, herdeiros
da coroa britânica, bem como representantes de países como Botsuana, Chade,
Gabão, Etiópia, Indonésia, Tanzânia, Vietname, EUA e Rússia.
O ministro dos
Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, considerou a atual situação uma
"crise sem precedentes" que ultrapassa a questão ambiental.
"Esta é agora
uma indústria criminal global, que se comparada ao tráfico de drogas, armas e
pessoas. Contribui para a corrupção e insegurança, prejudica os esforços para
combater a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável, principalmente nos
países africanos", disse.
O Botsuana anunciou
a intenção de organizar, no próximo ano, uma conferência para analisar o progresso
dos compromissos feitos em Londres.
BM // PJA – Lusa - foto Alberto Frias
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