quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Angola: OBRA DA NAÇÃO ESTÁ À VISTA

 


José Bule, Uíge - Filipe Eduardo, Malanje - António Gonçalves, Benguela - João Upale, Namibe – Jornal de Angola
 
A corajosa acção do 4 de Fevereiro foi das mais expressivas manifestações do nacionalismo angolano dos tempos modernos, disse, na cidade do Uíge, o ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria
 
A coragem e determinação, sublinhou, impulsionaram a resistência contra a humilhação e ocupação estrangeira.Kundi Paihama, que manifestou a opinião ao discursar no acto central do 4 de Fevereiro, referiu que a data é comemorada em todo o território nacional para “manter acesa a chama da História de Angola” e transmitir às novas gerações as experiências de como se construiu a nação angolana, “de Cabinda ao Cunene, num só povo e numa só nação”. “Hoje temos uma nação de facto e de jure”, disse.

Kundi Paihama recordou que a construção da nação angolana não está concluída, embora o trabalho de base esteja feito. “O alicerce, as paredes e o telhado já estão feitos e as portas, janelas e a pintura são concluídos com o tempo”, declarou o ministro, que representou o Chefe de Estado na cerimónia.

O ministro também lembrou que no tempo colonial Angola ocupava o mesmo espaço territorial de hoje, mas não era uma nação, não tinha independência nem Governo e as leis eram elaboradas, discutidas e aprovadas em Portugal para serem aplicadas cá.

“Muitas dessas leis eram discriminatórias, opressoras, exploradoras”, disse e realçou: “Estamos aqui para render o merecido tributo à gesta heróica dos compatriotas que no dia 4 de Fevereiro de 1961 empunharam catanas contra o regime colonial português, contra a humilhação e a repressão”, disse.

Kundi Paihama recordou igualmente que os angolanos eram tratados como escravos na sua própria terra e vendidos como simples mercadoria para mão-de-obra miserável e sem direito à vida, à dignidade humana, para a Europa e América, principalmente. “Alguém disse uma vez, que a política é um jogo de interesses, mas não vejo qualquer problema nisto, desde que consigamos destrinçar bem e com inteligência os interesses comuns dos particulares, valorizando e protegendo cada vez mais a população”, referiu.

O ministro sublinhou que “o amor ao próximo também impulsionou o punhado de homens e mulheres que lutou contra o colonialismo português”: “Cada um tinha plena consciência que podia tombar naquele momento, pela desproporcionalidade do material bélico utilizado na altura e, também, pela realidade do combate violento”.

Nenhum deles, prosseguiu, desistiu ou recuou porque, além de carregarem a revolta, a negação e o ódio contra o colonialismo, tinham acima de tudo o amor ao próximo, o amor à Pátria, um verdadeiro espírito de entrega.

Valorização dos angolanos

Na presença do ministro da Comunicação Social, José Luís de Matos, Kundi Paihama falou também da aposta do Executivo na valorização e melhoria das condições de vida de todos os angolanos e do empenho do Presidente José Eduardo dos Santos. O Plano Nacional de Desenvolvimento para 2013 e 2014, disse, traçou metas para políticas públicas destinadas a garantir a estabilidade, o crescimento e o emprego, além de definir as prioridades que vão dar resposta aos principais problemas que a sociedade angolana ainda vive, como o emprego para os jovens, o acesso à habitação, construção de escolas técnicas de formação em todos os municípios do país, entre outras acções.

Kundi Paihama sublinhou que atenção que é dada aos municípios, com a execução do Programa Municipal Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Fome e à Pobreza. “Não basta termos programas e recursos financeiros. É preciso saber quantos vão beneficiar com esses programas e recursos, onde estão e como vivem, para que o Executivo possa trabalhar com dados certos”, disse, numa referência ao Censo 2014, que começa em 16 de Maio.

O ministro, que afirmou que o trabalho é difícil, mas muito importante para a vida de todos os angolanos, pediu a colaboração de todos para os resultados preconizados serem alcançados. O governador do Uíge, Paulo Pombolo, agradeceu a escolha da província para acolher o acto central do 4 de Fevereiro, que decorreu sob o lema “Com Espírito de Fevereiro, Trabalhemos para a Estabilidade, Crescimento e Emprego”.

O ministro da Comunicação Social, José Luís de Matos, o secretário de Estado para a Administração Local, Cremildo Paca, a secretária de Estado da Assistência e Reinserção Social, Maria da Luz, deputados à Assembleia Nacional, membros do Governo Provincial, representantes dos órgãos da defesa e segurança, autoridades tradicionais, representantes do Comité 4 de Fevereiro e do secretariado nacional da UNITA, Batista Vindi, o presidente do PRS, Eduardo Kwangana, e entidades religiosas assistiram à cerimónia.

Testemunho às gerações

O governador de Malange realçou ontem a bravura dos combatentes do 4 de Fevereiro de 1961 e a importância de transmitir o significado da data às novas gerações. “Os valorosos combatentes do 4 de Fevereiro mostraram que os angolanos queriam ser eles mesmos e ter uma nação livre e independente”, disse Norberto dos Santos, que recordou que “a batalha hoje se consubstancia na preservação da paz, reconciliação e reconstrução nacional”.

“Temos que encarnar o espírito de Fevereiro com vontade e dedicação para vencermos os desafios que a sociedade nos coloca”, afirmou.

A memória dos bravos combatentes, referiu, deve ser honrada por toda a sociedade angolana.

Paz permite trabalho

O vice-governador de Benguela para o sector político e social pediu aos angolanos que preservem a paz que permite trabalhar, viajar e fazer tudo que era impossível em tempo de guerra.

Graças à paz, declarou Eliseu Epalanga, Angola é uma referência em África e no mundo no campo político e diplomático e sobressai na construção de infra-estruturas económicas e sociais, que trazem benefícios para a população.

O director provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Jorge Sapesse, pediu reflexão sobre o 4 de Fevereiro de 1961 e os desafios que o país tem para conseguir o desenvolvimento sustentável e que se honrem os que contribuíram para a Independência Nacional.

Inaugurações no Namibe

A inauguração de um sistema de captação e distribuição de água no bairro 4 de Março, arredores da cidade do Namibe, e das instalações da Direcção Provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural marcaram o programa de comemorações do início da Luta Armada de Libertação Nacional.

O governador do Namibe, Rui Falcão, inaugurou o sistema de água, que beneficia mais de quatro mil habitantes.

“A vida antes era muito complicada, mas agora sentimo-nos mais aliviados porque temos água em todo o bairro”, disse o soba Augusto Carlos, que pediu que a seguir seja instalado o sistema de iluminação pública.

Fotografia: Mavitidi Mulaza, Uíge
 

1 comentário:

Anónimo disse...


ANGOLA TERÁ DE MELHOR SE CUIDAR DOS IMPACTOS NEGATIVOS DA GLOBALIZAÇÃO CAPITALISTA NEO LIBERAL IMPOSTA PELOS 1% QUE ASFIXIAM O RESTO DA HUMANIDADE!

É NECESSÁRIO QUE OS DIRIGENTES COMECEM A ABORDAR ESSE TIPO DE ASSUNTOS, POIS ALGUNS "CAVALOS DE TRÓIA", NA SOCIEDADE, NA POLÍTICA, NA ECONOMIA E NAS FINANÇAS, VÃO FAZENDO UM TRABALHO DE SAPA, QUANTAS VEZES UM TRABALHO AGENCIADO, MERCENÁRIO, QUE NÃO HONRA NOSSOS HERÓIS, MUITO MENOS NOSSOS MÁRTIRES E NÃO RESPEITAM OS SOBERANOS INTERESSES DO POVO ANGOLANO E AS CAUSAS JUSTAS E LEGÍTIMAS DE SUAS ASPIRAÇÕES!

A CONTINUAÇÃO DOS RESGATES IMPÕE-SE E HÁ OBSTÁCULOS QUE É NECESSÁRIO SABER ENFRENTAR PARA SE SABER MOBILIZAR!

O DISCURSO DO GENERAL KINDIPAHIAMA PECA POR ESSA OMISSÃO: ELE PARECE TER PERDIDO O FULGOR DOS TEMPOS DA REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA E DA 2ª REPÚBLICA, QUANDO AGORA SE DEVERIA MANTER ACESO O FACHO QUE É SÍMBOLO DO MPLA!

ERGUER AINDA ESSE FACHO É DEFENDER INDEPENDÊNCIA, SOBERANIA, O INEVITÁVEL APROFUNDAMENTO DA DEMOCRACIA, E A PAZ, EM BENEFÍCIO DE TODO O POVO ANGOLANO E DA REPÚBLICA DE ANGOLA, BEM COMO DE SEUS INTERESSES GEO ESTRATÉGICOS INTEGRADOS NUM SUL QUE SEMPRE FOI DEVASTADO PELO IMPÉRIO, AQUI E AGORA EM SUA 3ª REPÚBLICA!

Martinho Júnior - https://www.facebook.com/martinho.junior.1217

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