Díli, 13 fev (Lusa)
- Os antigos combatentes timorenses da Brigada Negra afirmaram hoje, em
conferência de imprensa, que estão contra a anunciada demissão do
primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, e afirmaram estar prontos para
contribuir para o desenvolvimento do país.
"De momento,
até novas informações, não concordamos com a resignação de Xanana Gusmão a
breve prazo. Nós, combatentes da ex-Brigada Negra [ala secreta da resistência
contra a Indonésia, especializada em guerrilha urbana] declaramos estar prontos
e comprometidos para cumprir novos deveres e assegurar e acompanhar o processo
de independência que Xanana Gusmão está a gerir", afirmou o comandante
operacional da ex-Brigada Negra, Tamalaka Aquita.
Na conferência de
imprensa, realizada numa unidade hoteleira em Díli, Tamalaka Aquita pediu
também para o primeiro-ministro de Timor-Leste "considerar a atual
fragilidade do processo de construção do Estado antes de tomar uma decisão
política".
Em relação à
transferência do poder para a nova geração, argumento utilizado por Xanana
Gusmão para justificar a demissão, Tamalaka Aquita afirmou que a "possível
transferência" deve ser feita de uma "forma sólida, estável e
fundamentada na visão de assegurar a estabilidade nacional e garantir a todos
os timorenses um espaço para viver como um só povo e nação".
Para os combatentes
da ex-Brigada Negra, a nova geração que possa vir a liderar o país deve ter
legitimidade política e profissional adquirida no processo da luta pela
restauração da independência e durante a fase de construção do Estado.
O primeiro-ministro
timorense, Xanana Gusmão, afirmou no final de 2013 que iria apresentar o cargo
de chefe de governo para passar o poder à nova geração.
Xanana Gusmão disse
que vai deixar o cargo após a cimeira de chefes de Estado e de governo da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que se deverá realizar em julho em
Díli.
A Brigada Negra foi
criada nos anos 90 e era uma ala secreta militar das Falintil que atuava na
Indonésia através de ações de guerrilha urbana.
Os elementos da Brigada
Negra entregaram em dezembro a sua documentação ao Arquivo e Museu da
Resistência timorense, mas ainda não foram oficialmente dissolvidos.
MSE // PJA - Lusa
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