Como principal
interlocutor de Francisco, o cardeal colabora no processo de decisões ligadas a
profundas reformas na disciplina eclesiástica.
Dermi Azevedo –
Carta Maior
O papa Francisco já
tem seu candidato a sua sucessão no governo da Igreja Católica Apostólica
Romana, segundo revelam à agência Carta Maior fontes do Vaticano. Trata-se do
cardeal Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano e considerado
"progressista moderado", cujas qualidades pessoais incluem a lealdade
ao Papa e a capacidade de diálogo, tanto com funcionários da Cúria Romana,
quanto com chefes de Estado e com organismos multilaterais.
Em nome de
Francisco, o cardeal Parolin acompanha de perto o processo de reforma da Cúria
e os temas internacionais que afetam direta ou indiretamente os interesses da
Igreja, como é o caso da guerra civil na Síria, o controle da corrupção no
Banco do Vaticano e o problema da pedofilia. Os vaticanistas observam que as
virtudes de Parolin contrastam em gênero, número e grau com os defeitos de seu
antecessor, cardeal Tarcísio Bertone, paradigma do governo de Bento XVI.
O possível
candidato entrou na burocracia vaticana em 1990, sendo transferido da
Nunciatura Apostólica na Cidade do México. É considerado um funcionário de
hábitos austeros e "muito trabalhador". Parolin tem grande
experiência no diálogo com dirigentes de governos com ideologias muito diferentes,
como é o caso da China, do Vietnã e da Venezuela. A sua idade - 58 anos - é
também vista como um trunfo para o exercício do enfrentamento de questões
complexas.
Celibato
Como principal
interlocutor de Francisco, Parolin colabora no processo de decisões ligadas a
profundas reformas na disciplina eclesiástica.
Em uma recente
entrevista ao jornal venezuelano El Universal, afirmou que o celibato dos
sacerdotes, não sendo um dogma da Igreja, é passível de discussão. É apenas
"uma tradição eclesiástica, não um dogma da Igreja".
Destacou, porém, que o esforço que fez a Igreja para estatuir o celibato eclesiástico deve ser considerado. "Não se pode dizer, simplesmente, que pertença ao passado. E a Igreja nunca poderá mudar ao ponto de se adaptar completamente ao mundo. Se o fizesse, e se se perdesse nele, já não cumpriria a sua missão de ser sal e luz para todos".
Acrescentou que o Concílio Vaticano II "fixou diretrizes para que a Igreja cumpra a sua missão no mundo de hoje".
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