O Presidente da
Venezuela agradeceu sábado o apoio dos países da América Latina a Caracas no
âmbito da Organização de Estados Americanos (OEA), organismo que aprovou uma
declaração de solidariedade e apoio à democracia, diálogo e paz na Venezuela.
"Acabou-se o
tempo do intervencionismo 'yankee' (norte-americano) na América Latina, das
ditaduras, dos golpes de Estado. Acabou-se o tempo do domínio da oligarquia
sobre os nossos povos", disse Nicolas Maduro.
Durante um ato na
praça Bolívar de Caracas, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, o
Presidente da Venezuela sublinhou ainda que "chegou o tempo da liberdade,
da vida plena e da soberania" dos povos da região.
"Graças à
força de lealdade que se levantou na América Latina, acabou-se o tempo da OEA
que santificava as ingerências, acabou-se o tempo do Ministério das
Colónias", disse.
Nicolas Maduro
destacou ainda que 29 países votaram a favor da declaração de solidariedade
para com a Venezuela e com os diálogos de paz impulsados pelo seu Governo,
sublinhando que apenas três países votaram contra - Estados Unidos, Canadá e
Panamá.
Por outro lado,
frisou, o Panamá, país que propôs uma reunião para debater a situação
venezuelana, ficou sem o "chivo y el mecate" (carneiro e a corda),
uma expressão venezuelana que quer dizer que perdeu tudo.
"Pretendeu
agredir a Venezuela, veio com lã e saiu tosquiado", disse ao sublinhar
ainda "nunca se ter visto uma votação tão elevada para uma declaração tão
importante do ponto de vista histórico" e que Caracas "é acompanhada
e amada neste mundo de irmãos e irmãs do continente americano".
Referindo-se ao
presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, frisou que "quem se mete com a
Venezuela seca-se, afunda-se, quem se mete com o povo de (Hugo) Chávez paga bem
caro".
O texto da
declaração a OEA manifesta "respeito pelo princípio de não interferência
nos assuntos internos dos Estados e o seu compromisso com a defesa da
democracia e do Estado de Direito de acordo com a Carta da OEA e o Direito
Internacional".
Por outro lado
manifesta a "mais enérgica condenação a todas as formas de violência e
intolerância e faz um apelo de todos os setores à paz, tranquilidade e respeito
pelos direitos humanos, liberdades fundamentais, incluindo os direitos à
liberdade de expressão e reunião pacífica, circulação, saúde e educação".
A OEA manifesta
ainda "reconhecimento, pleno apoio e alento às iniciativas e esforços do
Governo da Venezuela e de todos os setores políticos, económicos e sociais,
para que continuem a avançar no diálogo nacional, de reconciliação política e
social".
FPG // JCS – Lusa,
em Diário de Notícias
Na foto: Nicolás
Maduro, Presidente da Venezuela - © Reuters
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