Macau,
China, 31 ago (Lusa) -- O exterior da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia
Oriental de Macau, onde hoje decorre a eleição do chefe do Executivo, foi palco
de uma performance em protesto contra o sistema eleitoral.
Treze
ativistas envolvidos com o movimento pró-democracia juntaram-se no exterior do
edifício onde leram um manifesto e encenaram uma performance de protesto.
Entre
eles estava o académico Bill Chou, a professora Kam Sut Leng e o recém-eleito
presidente da Associação Novo Macau, Sulu Sou.
Após
a leitura de um manifesto, o grupo marchou ao som de um tambor. A cada quatro
passos entoaram o nome de um dos 400 membros do colégio eleitoral - os únicos
que podem votar para eleger o Chefe do Executivo - e ajoelhavam-se.
O
ato, simbólico, pretendia demostrar sentimentos de vergonha e apelar aos
membros do colégio para um voto em consciência.
"Lemos
os nomes dos 400 membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, apelando
às suas consciências e não aos seus interesses privados ou privilégios.
Ajoelhamo-nos para lembrar as pessoas de Macau da vergonha, mas não para
implorar nada aos membros da Comissão Eleitoral", explica o manifesto.
Os
participantes no pequeno protesto fazem parte de diferentes associações que
organizam ou apoiam o referendo civil, uma iniciativa que termina hoje e
pretende aferir a opinião da população acerca da introdução do sufrágio
universal para eleger o chefe do Governo.
O
manifesto lido pelo grupo afirmava que "em muitos países a democracia e a
liberdade são tão naturais como respirar", mas que em Macau são elementos
"tão raros como o ar na lua".
O
texto evidenciava também as tentativas frustradas do movimento, que já assistiu
a sete detenções pela polícia desde que foi lançado o referendo informal,
considerado ilegal pelas autoridades locais.
"Gritámos
por democracia e liberdade, mas fomos acusados de plantar as sementes da
desarmonia. Encenámos manifestações, mas fomos acusados de destruir a ordem
social. Alguns jovens pediram justiça; foram acusados de serem gananciosos.
Alguns professores tentaram convencer outros sobre a atual desigualdade social,
mas foram oprimidos e acusados de não terem qualidade para desempenhar funções
de professor", lembraram.
ISG
// JCS - Lusa
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