Participantes
num debate vêem semelhanças entre as duas realidades
Manuel
José – Voz da América
Os
últimos acontecimentos que se registaram no Burquina Faso e que culminaram com
a deposição do presidente Blaise Kampaore depois de 27 anos no poder podem ter
lugar em Angola, caso o MPLA não alterar a sua forma de agir, defendem os
analistas políticos da rádio Despertar. Os analistas consideram que a realidade
dos factos no Burquina Faso não se diferem muito da angolana.
O
analista da Despertar e secretário para Informação do PRS Joaquim Nafoia pediu
ao Presidente da República a ficar atento ao que se passa no Burquina Faso:
"O nosso presidente deve tirar algumas lições porque todos os ditadores
terminam desta forma, como aconteceu a Hosni Mubarak, Mobutu, Ben Aly, Khadafi,
se o MPLA não se prevenir isso pode acontecer em Angola", disse.
O
dirigente do PRS sustenta a sua afirmação nos seguintes argumentos. "Nós
estamos numa ditadura efectiva, os activistas cívicos são assassinados, não se
permitem manifestações, os jovens são torturados e presos, os debates
parlamentares não são transmitidos, enfim, o presidente já fez o que o outro
tentou fazer no Burquina Faso, alterou a Constituição com o acórdão de 2005 do
Tribunal Supremo que dizia que José Eduardo dos Santos ainda não tinha cumprido
nenhum mandato no poder quer dizer que o seu mandato só começou em 2005".
No
mesmo debate, esses argumentos foram reiterados pelo politólogo Antonio Saúde
Cabina, para quem “também em Angola temos problemas de longevidade do
Presidente da República com manobras constitucionais para se manter no poder,
também o nosso presidente esta está rebocado nas legislativas talvez temendo
que em eleições separadas perderia; no Burquina Faso o outro tentou fazer a
mesma coisa só que o povo lá não deixou".
Para
o jornalista e analista Alexandre Solombe, é preferível que ocorra o mesmo em
Angola para acabar com as humilhações sofridas.
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