quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Derrapagem no Metro de Macau leva deputados a propor debate sobre cláusulas compensatórias




Macau, China, 04 fev (Lusa) - Dois deputados à Assembleia Legislativa (AL) de Macau propuseram um debate sobre a inclusão de cláusulas compensatórias nos contratos das obras públicas após a derrapagem do projeto do Metro ligeiro, cuja realização vai ser votada na próxima semana.

As propostas, apresentadas separadamente, para a realização de um debate no hemiciclo sobre um assunto de interesse público vão ser apreciadas em reunião plenária, que foi hoje agendada para 12 de fevereiro.

Os deputados citam o particular do Metro ligeiro, partindo do relatório do Comissariado de Auditoria, divulgado em meados de janeiro, em que se sugere ao Gabinete para as Infraestruturas de Transportes (GIT) a inclusão de "cláusulas penais compensatórias", a fim de reforçar o controlo e garantir a execução do contrato em apreço.

"Com vista a que as obras públicas sejam concluídas nos termos dos contratos e a evitar atrasos e aumentos irrazoáveis do orçamento, o Governo deve incluir 'cláusulas penais compensatórias' nos contratos das obras públicas", diz a moção da deputada Ella Lei, datada de 26 de janeiro.

Embora seja "uma inovação para as obras públicas em Macau, no exterior já é uma prática utilizada há muito tempo nas obras de grande envergadura", enfatiza a deputada eleita por sufrágio indireto.

"Como o Governo raramente exige indemnizações pelos prejuízos causados devido a atrasos nas obras públicas, muitos construtores tentam a sua sorte e o excesso de despesas é já uma ?endemia' das obras públicas em Macau", frisa.

Ng Kuok Cheong, deputado eleito por sufrágio universal, subscreve, instando à adoção de mecanismos de fiscalização.

"Para remediar as irregularidades detetadas nas obras do Metro ligeiro, isto é, a inexistência de orçamento e de prazo de conclusão, o Governo deve, com toda a determinação, criar mecanismos que permitam a fiscalização do público, fixando um orçamento geral e o prazo para a conclusão das obras, bem como submeter quaisquer derrapagens orçamentais e atrasos das obras à Assembleia para debate e esclarecimento públicos", defendeu.

DM // JMR

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