O
Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, prometeu hoje ser
"um soldado" ao lado das mulheres na reivindicação por mais direitos
e por uma maior intervenção na vida pública.
"Podem
contar com o Presidente da República como mais um soldado da vossa trincheira
nessa justa luta contra a discriminação social com base no género",
referiu o chefe de Estado numa cerimónia, num hotel da capital, ao receber a
Declaração de Canchungo.
O
documento foi redigido por organizações femininas da sociedade civil guineense
e contém 16 propostas para permitir uma maior participação das mulheres na
política e garantir-lhes mais direitos.
Entre
as sugestões está "uma lei de quotas mínimas de 40% para assegurar uma
representação significativa das mulheres nas instâncias de tomada de decisão,
sobretudo no parlamento e no governo" - um pedido que José Mário Vaz
considerou modesto, tendo em conta que o sexo feminino representa "mais de
metade da população".
O
Presidente da República destacou também outros aspetos.
"Não
se pode considerar de exigente [o pedido feito] quando as nossas companheiras
solicitam que a lei contra a violência doméstica seja rigorosamente
cumprida" ou quando pedem "a nossa comparticipação nalgum
trabalho", exemplificou.
José
Mário Vaz disse contar "e muito" com as mulheres na dinamização da
economia guineense, que passa por um momento "difícil", referiu.
A
Declaração de Canchungo recebeu o nome da cidade do Norte do país em que foi
escrita, após um encontro de reflexão sobre a igualdade de género, realizado em
outubro de 2014 e financiado pelo Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação
da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS).
Marco
Carminagni, representante especial adjunto do secretário-geral da ONU na
Guiné-Bissau, recordou o fundador da pátria, Amílcar Cabral, que
"mobilizou indistintamente homens e mulheres" na luta pela
independência do país.
Apontou-o
como fonte de inspiração para que as autoridades promovam "estratégias
efetivas" que levem a Declaração de Canchungo à prática.
"Neste
novo período que vive o país, não poderá haver espaço para retrocessos",
acrescentou.
Na
cerimónia de hoje participou também o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira
e vários membros do governo, para além de representantes de outros órgãos de
soberania e parceiros internacionais.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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