Centenas
de jovens saíram, este sábado à tarde, da Praça da Figueira em direção ao Largo
Camões, em Lisboa, num protesto pela defesa dos seus direitos laborais.
"Uma
coisa são os bolsos cheios, outra coisa são as barrigas vazias", disse
Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, em declarações à Lusa na Praça da
Figueira, em Lisboa, de onde partiu a marcha nacional "Juventude em
Marcha: Trabalho com Direitos, contra a Precariedade e a Exploração",
organizada pela Interjovem/CGTP-in.
O
dirigente sindical explicou que se juntou aos jovens que estão a marchar pelos
seus direitos laborais para dizer ao Governo que "chega de
precariedade" e para lutar contra "a degradação da qualidade do
emprego".
O
dirigente sindical afirmou que "a ministra das Finanças pode estar muito
satisfeita por ter dinheiro para pagar aos credores com juros usurários",
mas defendeu que "a esmagadora maioria do povo não está melhor".
Para
o secretário-geral da CGTP, basta olhar para os que "não têm emprego ou
estão em subocupação", para os que estão em "situações de insegurança
e de instabilidade permanente" e para "os trabalhadores licenciados
cujas ofertas do Instituto do Emprego e Formação Profissional apontam para
salários de 560 euros ilíquidos".
Arménio
Carlos disse que, ao longo desta semana em que a Interjovem esteve em todos os
distritos do país a realizar ações informativas, verificou-se que "há um
grande consenso" no sentido de "combater esta chaga do século XXI,
que é a precariedade", considerando que se trata de um problema que afeta
toda a sociedade.
"Não
há nenhuma família em Portugal que não tenha alguém que esteja desempregado ou
que esteja numa situação de precariedade. Este é um problema que deixou de ser
apenas dos jovens, é de toda a sociedade portuguesa e, por isso mesmo, implica
uma solidariedade intergeracional ativa", defendeu o secretário-geral da
CGTP-IN.
Arménio
Carlos, que marchou ao lado dos jovens da Intersindical desde a Praça da
Figueira até ao Largo Camões, fez uma intervenção nesta praça lisboeta já no
encerramento do protesto, em que apelou à participação de todos na manifestação
do 1 de Maio, o Dia do Trabalhador.
Também
presente na manifestação esteve a deputada do PCP Rita Rato, que disse à Lusa
que o seu partido vai apresentar na Assembleia da República "um pacote de
medidas" de combate à precariedade laboral "na próxima semana".
Rita
Rato afirmou que, entre outras medidas, o PCP vai propor "reduzir a
capacidade de contratação a termo quando se trata de necessidades
permanentes" por parte do empregador, bem como "a proibição do
recurso a um estágio cada vez que [está em causa] uma necessidade permanente
para ser suprida".
Algumas
centenas de pessoas, sobretudo jovens, saíram da Praça da Figueira em direção
ao Largo Camões, em Lisboa, num protesto pela defesa dos seus direitos laborais
que encerra uma semana de ações da Interjovem organizada em várias cidades do
país.
Jornal
de Notícias - Foto: Mário Cruz / Lusa
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