O
Secretário-geral do PCP, em entrevista à TSF, faz o balanço da Comissão
Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do GES, e afirma que o PCP tem razão
ao defender, desde sempre, a nacionalização da banca.
40
anos depois da promulgação do Decreto-lei 132-A/75 de 14 de março, que decretou
a nacionalização da banca portuguesa, o PCP olha para os últimos quatro meses
de trabalhos na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do GES, e
conclui que, afinal, sempre teve razão.
Em
entrevista à TSF, Jerónimo de Sousa afirma que «a primeira conclusão que
devemos tirar é que não existem condições para repetir esta situação, em
segundo lugar, fica demonstrado que a supervisão e a regulação do sistema
financeiro não conseguem impedir estas situações de escândalos sucessivos, de
compadrio e de corrupção».
Questionado
sobre se o PCP vai apresentar propostas de alteração às regras da supervisão e
regulação da banca, Jerónimo de Sousa resguarda-se numa antiga proposta
comunista, afirmando que «mais do que uma proposta de revisão da supervisão ou
da regulação, aquilo que a vida demonstra é a razão de uma outra proposta do
PCP: a necessidade de controlo público da banca.» O líder comunista conclui o
argumento dizendo que «o dinheiro é um bem público».
O
PCP está, a esta altura, na fase final da preparação do programa para as
legislativas de outubro, e Jerónimo de Sousa revela várias propostas na área da
saúde. O secretário-geral comunista relembra que «há um milhão e 200 mil
portugueses sem médico de família», e defende que um investimento de cerca de
20 a 30 milhões de euros na rede de cuidados de saúde primários, aliviaria a
pressão sobre as urgências hospitalares, onde «cada visita de um utente custa
120 euros».
Ainda
na área da saúde, o PCP defende a abolição das taxas moderadoras, e a reposição
do transporte gratuito de doentes não urgentes. O custo destas duas medidas, ao
que afirma Jerónimo de Sousa, é de cerca de 390 milhões de euros, «dinheiro que
se poderia ir buscar aos custos da PPP, e à não transferência de 500 milhões de
euros de subsistemas públicos de saúde para os privados, nomeadamente a ADSE».
A
pouco mais de seis meses das eleições legislativas, Jerónimo de Sousa recusa
qualquer responsabilidade do PCP no bloqueio do sistema politico à esquerda do
PS. O secretário-geral comunista afirma que na última reunião com o PS, ficou
claro que os socialistas não estão interessados em ruturas, concluindo que «se
não estão interessados em ruturas, significa que vão prosseguir o mesmo
caminho», e que «esse é que é o bloqueio».
Paulo
Tavares - TSF
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