O
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que detêm a
maioria no Parlamento, pediu hoje ao Presidente da Guiné-Bissau que volte atrás
na decisão de nomear Baciro Djá como primeiro-ministro.
O
pedido é uma das resoluções da reunião do ´bureau´ político iniciada às 14.00
de sexta-feira e só encerrada às 03:00 de sábado (04:00 em Lisboa).
As
resoluções só serão publicadas na manhã de hoje, mas o presidente do partido e
primeiro-ministro do Governo exonerado no dia 12, Domingos Simões Pereira,
adiantou à Lusa que vão no sentido de apelar ao presidente José Mário Vaz para
que reconsidere a sua posição.
O
órgão dirigente condena a nomeação feita pelo Presidente da República que
considera não ter observado todos as regras constitucionais e legais, referiu.
Para
o PAIGC, o direito de governar não é adquirido a partir dos resultados
eleitorais pelo que o Presidente da República deve voltar atrás na decisão de
propor ao país um primeiro-ministro.
"O
partido espera que o Presidente da República possa rever essa situação,
outorgando ao PAIGC essa competência de poder fazer uso de uma prerrogativa que
lhe é atribuída por força de umas eleições legislativas", sublinhou Simões
Pereira.
Simões
Pereira Adiantou que o espírito das resoluções do ´bureau´ político vai no
sentido de o partido impugnar política e judicialmente a nomeação de Baciro Djá
para primeiro-ministro.
O
líder do PAIGC adiantou igualmente que o órgão advertiu alguns dirigentes no
sentido de reconsiderarem as suas posições sob pena de lhes serem aplicados
castigos à luz dos estatutos do partido.
Questionado
sobre se se referia a Baciro Djá em concreto, Domingos Simões Pereira disse que
a advertência é válida para todos aqueles que possam estar a ir contra as
orientações do partido.
No
final da reunião e abordado por jornalistas, o novo primeiro-ministro guineense
afirmou que não queria adiantar nada por se encontrar num encontro partidário.
Domingos
Simões Pereira não deixou de enaltecer o clima de camaradagem que acabou por
reinar no final da reunião, ainda que as discussões tenham sido acaloradas.
"Como
todas as reuniões do partido, são intensas, onde as pessoas se exprimem com
particular calor e às vezes com alguma emoção, mas no final eram camaradas
reunidos, dirigentes de um partido, com um espírito de entendimento e de
cooperação", concluiu Simões Pereira.
Lusa
em RTP
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