A
União Europeia (UE) apela à investigação da responsabilidade pela
"tendência de violência" confirmada nos recentes ataques em
Moçambique, estando a acompanhar de perto a situação no país, disse à Lusa um
porta-voz da UE.
"Este
ataque confirma a tendência de violência que afeta a vida política moçambicana
e os atores políticos", acrescentou o porta-voz da UE, acrescentando que
Bruxelas "apela a uma investigação rápida e a clarificação de
responsabilidades sobre o ataque a Manuel Bissopo e outros que aconteceram
recentemente".
A
mesma fonte liga o aumento da violência com a estagnação do diálogo, entre o
Governo de Maputo e a Renamo, sobre as reformas do sistema político.
"Estamos
a acompanhar de perto os acontecimentos em Moçambique através da nossa
delegação", salientou ainda o porta-voz.
A
União Europeia reitera o apoio ao diálogo entre as forças políticas
moçambicanas.
Na
quarta-feira, o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, foi baleado por
desconhecidos, na cidade da Beira, tendo o seu guarda-costas morrido no local.
Moçambique
vive uma situação de incerteza política há vários meses e o líder da Renamo,
Afonso Dhlakama, ameaça tomar o poder em seis províncias do norte e centro do
país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.
O
líder da Renamo não é visto em público desde 09 de outubro, quando a sua
residência na Beira foi invadida pela polícia, que desarmou e deteve, por
algumas horas, a sua guarda.
Nos
pronunciamentos públicos que tem feito nos últimos dias, Dhlakama afirma ter
voltado para Sadjundjira, distrito de Gorongosa, mas alguns círculos questionam
a fiabilidade dessa informação, tendo em conta uma alegada forte presença das
forças de defesa e segurança moçambicanas nessa zona.
A
Frelimo e a Renamo têm vindo a acusar-se mutuamente de rapto e assassínio dos
seus dirigentes.
A
Renamo pediu recentemente a mediação do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e
da Igreja Católica para o diálogo com o Governo e que se encontra bloqueado há
vários meses.
O
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tem reiterado a sua disponibilidade para
se avistar com o líder da Renamo, mas Afonso Dhlakama considera que não há mais
nada a conversar depois de a Frelimo ter chumbado a revisão pontual da
Constituição para acomodar as novas regiões administrativas reivindicadas pela
oposição.
IG
(EYAC/AYAC/HB/PMA) // VM - Lusa
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