Polícia
deprecia depoimentos dos sobreviventes do fuzilamento em Sofala e acusa Renamo
de se fazer passar pelas forças governamentais
A
Polícia da República de Moçambique (PRM) desvaloriza as declarações dos
sobreviventes da execução militar de seis pessoas, na passada sexta-feira
(12), no distrito de Cheringoma, na província de Sofala, e acusa os
guerrilheiros da Renamo de recorrer a artifícios para se fazer passar pelas
Forças de Defesa e Segurança (FDS) com o intuito de cometer desmandos e
confundir a opinião pública e as vítimas da guerra que segue sem fim à vista.
Questionado
pelo @Verdade que elementos a Polícia usa para imputar à Renamo o assassinato
de seis pessoas a tiro e os seus corpos posteriormente carbonizados, naquele
ponto do país, Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da PRM, afirmou que “não
se trata de atribuição, é um facto que são os bandidos armados da Renamo que
cometem as atrocidades” que o país regista.
Segundo
ele, os tais malfeitores “procuram confundir a opinião pública, os moçambicanos
e as suas vítimas fazendo-se passar por Forças de Defesa e Segurança durante os
ataques. As populações devem manter-se vigilantes em relação ao recurso à
alegada artimanha.
Entretanto,
António Muchanga, porta-voz da formação política visada, considerou que não
haver provas que garantam que o ataque em alusão tenha sido realizado pelos
homens armando da “Perdiz”. E observou que no seio das FDS reina muita
indisciplina.
Desacreditando
os depoimentos dos sobreviventes que asseguram ao canal privado de televisão
STV que o crime foi cometido por elementos das FDS, Inácio Dina insistiu que a
equipa que esteve no local onde as seis pessoas foram mortas “teve informações
claras” de que os responsáveis são os guerrilheiros do partido liderado por
Afonso Dhlakama.
Outrossim,
Inácio Dina disse ainda não haver dúvidas porque, há semanas, na mesma zona,
três camiões transportando madeira foram assaltados e os seus ocupantes
espancados, retirados os seus pertences e deixados à sua sorte. “Não se pode
pensar em nenhuma constatação senão um acto cometido pelos bandidos armados da
Renamo. Já tínhamos tidos outras ocorrências na mesma região”.
É
normal, de acordo dom Dina, que alguém submetido ao pânico e sobreviva duma
atrocidade similar a de Cheringoma tenha uma conclusão diferente das
autoridades policiais. Porém, “interessam-nos aquelas pessoas para nos fornecer
informações úteis que nos possam ajudar a chegar aos banidos que cometeram o
acto e evitar acontecimentos similares”.
Emildo Sambo - @Verdade –
Título PG
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