Cafeína
ao poder, com Expresso Curto. Hoje a tiragem com muita espuma é de João
Silvestre. A abertura vai direitinho ao José Sócrates sobre datas e se a acusação
avança ou não avança… até sexta-feira. Ora, isso é que era bom, João. Não,
vamos assistir a mais um prolongamento. Caso Sócrates e afins está destinada ao pára-arranca. Apostar nisso vai dar prémio. A justiça
é lerda, mas também se substituirmos o l por um m vai dar certo, porque é o que é a justiça em Portugal em imensos casos.
Isto está bom
para os vigaristas e trafulhas (para não escrever outra coisa) de alto
gabarito. O costume, a tal lerda é fraca com os de alto gabarito e forte com os
perrapados, os plebeus. São esses, que a compõe, aplicam e que legislam, que a
desacreditam. E isso dá-lhes muito jeito porque o esquema está mesmo assim
montado por maioria dos países do mundo, nesta sociedade ocidental que se diz
livre (da treta).
Agora por liberdade e… democracia: Então não é que o tribunal da
UE decidiu que a liberdade religiosa já não faz parte da tal democracia com que
enchem a boca? Pois não. Agora as empresas não têm de consentir empregados com
o véu islâmico. E com crucifixos? Coisas com símbolos religiosos especificos (islamicos)? E simbolos partidários? E a liberdade
religiosa está onde, oh meus?! Os juízes da UE-Tribunal Europeu devem ser
primos chegados do Hitler. Heil! Oh cambada! Pois. A Europa rumo ao fascismo…
Ah, pois é! Depois não digam que por aqui não vamos avisando. Imediatamente a seguir: o Expresso Curto, que interessa e encontra em "continuar a ler". Pois. - MM
/ PG
Bom dia, este é o seu Expresso Curto
João
Silvestre - Expresso
Três
dias, 15 horas e 45 minutos para a descolagem (ou não!)
Bom
dia,
Não existe, que se saiba, nenhum site de apostas que permita apostar se o Ministério Público vai mesmo avançar com uma acusação a José Sócrates (e aos outros arguidos) até sexta-feira. Pela parte que me toca, que não sou especialista em Justiça e muito menos em adivinhar o futuro, não arrisco palpites. Sei apenas que já houve uma série de extensões do prazo e que há quem diga que vai voltar acontecer.
Estamos neste momento numa espécie de contagem decrescente até às 24 horas de dia 17 de março. À hora a que este Expresso Curto foi enviado faltavam exatamente três dias, 15 horas e 45 minutos para o fim do prazo. Se o histórico do processo servir de indicação, a probabilidade de haver novo adiamento é elevada. Até porque o Ministério Público vai estar a ouvir arguidos até ao fim da semana.
Até lá, Sócrates vai aproveitando para disparar novamente contra o Ministério Público e tentando desacreditar a tese da investigação. Fê-lo ontem logo à entrada do DCIAP ao início da tarde e voltou a fazê-lo à saída do interrogatório, mais de seis horas depois. A imprensa de hoje dá amplo destaque ao interrogatório onde as relações entre Sócrates e a Portugal Telecom foram um dos pratos fortes. O ex-primeiro-ministro “empurrou” o negócio da PT para Passos Coelho.
A propósito deste caso, o Expresso lançou um debate sobre justiça para o qual convidou quatro personalidades do meio judicial. A primeira foi Maria José Morgado que ontem respondeu à pergunta sobre se a Justiça em Portugal prende para investigar. Escreve a magistrada que “não estamos sob o signo da Inquisição” e que “por vezes, a prisão preventiva é a única forma de atingir esse fim [assegurar a recolha de provas para julgamento”.
Quando ainda não se conhece a acusação nada como conhecer a fundo os detalhes do processo que vai marcar a justiça e a política portuguesa durante longos anos. O Jornal de Negócios apresenta uma infografia para ajudar a perceber tudo o que se passa na “Rotunda do Marquês”.
Não existe, que se saiba, nenhum site de apostas que permita apostar se o Ministério Público vai mesmo avançar com uma acusação a José Sócrates (e aos outros arguidos) até sexta-feira. Pela parte que me toca, que não sou especialista em Justiça e muito menos em adivinhar o futuro, não arrisco palpites. Sei apenas que já houve uma série de extensões do prazo e que há quem diga que vai voltar acontecer.
Estamos neste momento numa espécie de contagem decrescente até às 24 horas de dia 17 de março. À hora a que este Expresso Curto foi enviado faltavam exatamente três dias, 15 horas e 45 minutos para o fim do prazo. Se o histórico do processo servir de indicação, a probabilidade de haver novo adiamento é elevada. Até porque o Ministério Público vai estar a ouvir arguidos até ao fim da semana.
Até lá, Sócrates vai aproveitando para disparar novamente contra o Ministério Público e tentando desacreditar a tese da investigação. Fê-lo ontem logo à entrada do DCIAP ao início da tarde e voltou a fazê-lo à saída do interrogatório, mais de seis horas depois. A imprensa de hoje dá amplo destaque ao interrogatório onde as relações entre Sócrates e a Portugal Telecom foram um dos pratos fortes. O ex-primeiro-ministro “empurrou” o negócio da PT para Passos Coelho.
A propósito deste caso, o Expresso lançou um debate sobre justiça para o qual convidou quatro personalidades do meio judicial. A primeira foi Maria José Morgado que ontem respondeu à pergunta sobre se a Justiça em Portugal prende para investigar. Escreve a magistrada que “não estamos sob o signo da Inquisição” e que “por vezes, a prisão preventiva é a única forma de atingir esse fim [assegurar a recolha de provas para julgamento”.
Quando ainda não se conhece a acusação nada como conhecer a fundo os detalhes do processo que vai marcar a justiça e a política portuguesa durante longos anos. O Jornal de Negócios apresenta uma infografia para ajudar a perceber tudo o que se passa na “Rotunda do Marquês”.
OUTRAS
NOTÍCIAS
Cá
dentro
Haver bancos com problemas é algo que já não surpreende ninguém. Afinal, os portugueses estão bastante calejados depois dos casos do BPN, BPP, BES e Banif. Agora, quem está sob os holofotes, é o Montepio. Para já, são apenas dúvidas que a gestão do banco considera infundadas e diz até ultrapassadas. Depois de o Expresso ter revelado um relatório preocupante do Banco de Portugal na edição de sábado, ontem o presidente do banco veio assegurar que está tudo bem.
Só que há dados novos relacionados com este caso. O Público de hoje revela um relatório da KPMG que aponta para um ‘buraco’ de 107 milhões de euros na Associação Mutualista Montepio Geral. Segundo a auditora, a acionista da Caixa Económica (o banco), fechou 2015 com capitais próprios negativos – está em falência técnica – o que pode dificultar bastante a recapitalização do banco. A alternativa pode ser viver sem aumento de capital. O Jornal de Negócios de hoje indica quais as medidas que o banco pode tomar em alternativa.
Está a chegar às bancas o segundo volume da biografia de Jorge Sampaio, escrita pelo meu colega do Expresso, José Pedro Castanheira. Neste segundo volume, a ‘história’ chega ao célebre verão de 2004 quando Durão Barroso, na sequência de uma derrota nas eleições europeias, aproveita um convite europeu para rumar a Bruxelas e assumir a liderança da Comissão Europeia. Por cá, Sampaio ficou com ‘o bebé nos braços’ e, a contragosto e desiludindo muitos dos seus correligionários socialistas, acabou por nomear Santana Lopes, como conta a Helena Pereira no Expresso Diário de ontem. Acabou por ser demitido porque Sampaio se fartou do que estava a acontecer.
Na economia, ficámos a saber que os prédios registados no Fisco para efeitos fiscais (IMI leia-se) valem três vezes o PIB, que Francisco Veloso deixa a liderança da Católica-Lisbon School of Business and Economics para assumir a direção da escola de negócios do Imperial College em Londres, que João Machado sai da CAP da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e que David Neeleman, um dos donos da TAP, já é europeu e desbloqueia impedimentos à privatização.
Foi esta segunda-feira publicado um artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) com os resultados da descoberta na gruta da Aroeira, em Torres Novas, de um crânio com uma idade entre 395 mil e 430 mil anos. É o fóssil humano mais antigo descoberto em Portugal.
A Exame Informática alertou para a fuga de dados de 230 mil utentes do Serviço Nacional de Saúde. São os dados de praticamente todos os habitantes dos Açores, mas a fuga veio da Administração Regional de Saúde do Alentejo. Também na Saúde mas “para algo completamente diferente” parece haver problemas com os lugares para os boys. Conta o Observador (e já avançado pela Rádio Altitude da Guarda), que o presidente da Câmara da Guarda ameaçou retirar a confiança política ao ministro da Saúde se não forem nomeados membros do Partido Socialista para a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.
Ainda sobre o caso ‘Jaime Nogueira Pinto’, Daniel Oliveira retira o que disse e, na sua coluna do Expresso Diário de ontem, pede desculpa à direção da FCSH. A mesma direção que, numa mensagem enviada ontem a docentes e funcionários da faculdade, garante que voltaria a tomar a mesma decisão mas “com mais convicção”.
No futebol, hoje é dia de Liga dos Campeões com o FC Porto a jogar em Turim, contra a Juventus, o seu futuro na prova. Na primeira mão, a equipa italiana saiu do Dragão com uma vitória por dois golos. Agora, a jogar em casa, não deverá nada fácil inverter o resultado. Mas, depois do que aconteceu em Barcelona no embate entre a equipa da casa e o Paris Saint-Germain, tudo é possível. Mesmo que algumas coisas sejam mais possíveis que outras. As cautelas de Nuno Espírito Santo – que ainda assim diz que não é impossível – mostram bem a montanha que os seus pupilos têm pela frente. Do lado italiano, também não há excesso de confiança.
Na Liga NOS, o Benfica venceu o Belenenses por 4-0 e recupera o primeiro lugar que tinha perdido, temporariamente, para o FC.
Machetes dos jornais:”Auditor alerta para ‘buraco’ de 107 milhões na dona do Montepio” (Público); “Investimento de 30 milhões para abrir 14 centros de saúde”(DN); “Câmaras exigem 500 milhões para reparar estradas”(JN); “Milhões de Salgado apertam Sócrates” (Correio da Manhã); “Fecho de balcões [da Caixa] já está a agitar o país”(i); “Dividendos na bolsa sobem 20%” (Jornal de Negócios); “Venham mais quatro”(Recorde); “Olho por olho”(A Bola); “Cenário cor-de-rosa”(Jogo)
Lá fora
Amanhã é dia de eleições na Holanda, mais uma em que o populismo e o anti-europeismo estão novamente na linha da frente. O protagonista agora é Geert Wilders da extrema-direita. A Holanda não é um dos grandes da Europa mas esta eleição é mais um teste à resistência do projeto europeu. O The Wall Street Journal explica-lhe, em cinco questões, tudo o que precisa de saber sobre a eleição. Já a edição europeia do Politico deixa-lhe os três mitos à volta do sufrágio. O Público conta-lhe como os sites de direita radical estão a atuar. Holanda que, a par da eleição, está neste momento num crescendo de tensão com a Turquia e houve mesmo corte de relações, como conta o El País.
E já que falamos de populismo não há como escapar a alguns apontamentos sobre os EUA e Donald Trump. A norte-americana The New Yorker conta como as conferências de imprensa na Casa Branca já não são o que eram e como novos meios de comunicação, mais alinhados com Trump, têm ganho protagonismo.
Uma das bandeiras de Trump foi o fim – ou pelo menos a reformulação - do Obamacare. A revista The Economist explica-lhe o que está em causa no primeiro de dois explicadores sobre o tema. O sempre (muito) crítico Nobel da Economia, Paul Krugman, dizia na sua coluna da última sexta-feira no The New York Times que esta solução envergonhada é pior do que simplesmente acabar de vez com o sistema.
Para os portugueses que emigraram para os EUA em criança, as novas regras da administração norte-americana podem ser um problema.
Em terras do Tio Sam, hoje é dia de reunião do comité de política monetária da Reserva Federal (Fed). A reunião dura dois dias e há quem espere, para amanhã, uma subida dos juros. O britânico Financial Times avisava já, na edição de ontem, que o tempo de taxas de juro baixas na dívida pública está a chegar ao fim. No The Washington Post, Sebastian Mallaby que é autor de uma biografia do ex-presidente da Fed, Alan Greenpsan, pede uma subida mais rápida de juros que choque Wall Street.
No Reino Unido, o Parlamento votou ontem e abriu caminho ao acionamento do artigo 50º do tratado europeu para concretizar o Brexit. E a Escócia quer fazer novo referendo à independência.
FRASES
“Fartei-me do Santana como Primeiro-ministro, estava a deixar o país à deriva”, Jorge Sampaio, Ex-Presidente da República
“Foi a pessoa que mais dificuldade teve em participar no anterior Governo”, Assunção Cristas, líder do CDS sobre Paulo Núncio
O QUE ANDO A LER
Se numa determinada comunidade, cada família tiver, em média, três filhos quantos irmãos tem em média cada filho? A resposta aparentemente mais óbvia é dois. Mas não é a correta. Porque, em famílias com dois ou mais filhos, cada filho é irmão mais do que uma vez. E isso faz toda a diferença. Uma pequena diferença que pode mudar toda uma história. Vamos admitir que existem 30 famílias: quatro famílias sem filhos, seis famílias com um filho, nove famílias com dois filhos e onze famílias com seis filhos. Ao todo, são 90 filhos – 3 em média por família – mas 348 irmãos - 3,9 por filho.
Parece contraintuitivo mas é apenas estatística e a estatística, já se sabe, presta-se a bastantes manipulações. Seja para distorcer a realidade ou apenas por deficiente utilização. Este é o tema do livro “A field guide to lies and statistics”, do neurocientista Daniel Levitin, que explica como os números podem facilmente ser deformados e elenca alguns dos erros (deliberados ou inadvertidos) mais frequentes. É, ao mesmo tempo, um pequeno manual de estatística e um livro de viagens pelas manipulações mais graves.
E fá-lo com humor e numa escrita simples e ritmada. Por exemplo, para ilustrar como as médias podem ser bastante enganadoras, lembra que a humanidade tem, em média, cerca de um testículo. E olha para questões como a manipulação dos eixos em gráficos para criar ilusões de ótica, a apresentação de aparentes correlações onde não existem ou a forma como as probabilidades condicionadas podem confundir bastante as análises.
Este “A field guide to lies and statistics” é uma excelente leitura para quem, como eu, gosta de números e de estatísticas. Mas é também uma leitura bastante didática para quem quer apenas aprender alguns conceitos básicos de estatística. Já agora, a este propósito, vale a pena ler o excelente guia que a Fundação Francisco Manuel dos Santos publicou recentemente para ajudar os jornalistas a lidar com as estatísticas.
Haver bancos com problemas é algo que já não surpreende ninguém. Afinal, os portugueses estão bastante calejados depois dos casos do BPN, BPP, BES e Banif. Agora, quem está sob os holofotes, é o Montepio. Para já, são apenas dúvidas que a gestão do banco considera infundadas e diz até ultrapassadas. Depois de o Expresso ter revelado um relatório preocupante do Banco de Portugal na edição de sábado, ontem o presidente do banco veio assegurar que está tudo bem.
Só que há dados novos relacionados com este caso. O Público de hoje revela um relatório da KPMG que aponta para um ‘buraco’ de 107 milhões de euros na Associação Mutualista Montepio Geral. Segundo a auditora, a acionista da Caixa Económica (o banco), fechou 2015 com capitais próprios negativos – está em falência técnica – o que pode dificultar bastante a recapitalização do banco. A alternativa pode ser viver sem aumento de capital. O Jornal de Negócios de hoje indica quais as medidas que o banco pode tomar em alternativa.
Está a chegar às bancas o segundo volume da biografia de Jorge Sampaio, escrita pelo meu colega do Expresso, José Pedro Castanheira. Neste segundo volume, a ‘história’ chega ao célebre verão de 2004 quando Durão Barroso, na sequência de uma derrota nas eleições europeias, aproveita um convite europeu para rumar a Bruxelas e assumir a liderança da Comissão Europeia. Por cá, Sampaio ficou com ‘o bebé nos braços’ e, a contragosto e desiludindo muitos dos seus correligionários socialistas, acabou por nomear Santana Lopes, como conta a Helena Pereira no Expresso Diário de ontem. Acabou por ser demitido porque Sampaio se fartou do que estava a acontecer.
Na economia, ficámos a saber que os prédios registados no Fisco para efeitos fiscais (IMI leia-se) valem três vezes o PIB, que Francisco Veloso deixa a liderança da Católica-Lisbon School of Business and Economics para assumir a direção da escola de negócios do Imperial College em Londres, que João Machado sai da CAP da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e que David Neeleman, um dos donos da TAP, já é europeu e desbloqueia impedimentos à privatização.
Foi esta segunda-feira publicado um artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) com os resultados da descoberta na gruta da Aroeira, em Torres Novas, de um crânio com uma idade entre 395 mil e 430 mil anos. É o fóssil humano mais antigo descoberto em Portugal.
A Exame Informática alertou para a fuga de dados de 230 mil utentes do Serviço Nacional de Saúde. São os dados de praticamente todos os habitantes dos Açores, mas a fuga veio da Administração Regional de Saúde do Alentejo. Também na Saúde mas “para algo completamente diferente” parece haver problemas com os lugares para os boys. Conta o Observador (e já avançado pela Rádio Altitude da Guarda), que o presidente da Câmara da Guarda ameaçou retirar a confiança política ao ministro da Saúde se não forem nomeados membros do Partido Socialista para a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.
Ainda sobre o caso ‘Jaime Nogueira Pinto’, Daniel Oliveira retira o que disse e, na sua coluna do Expresso Diário de ontem, pede desculpa à direção da FCSH. A mesma direção que, numa mensagem enviada ontem a docentes e funcionários da faculdade, garante que voltaria a tomar a mesma decisão mas “com mais convicção”.
No futebol, hoje é dia de Liga dos Campeões com o FC Porto a jogar em Turim, contra a Juventus, o seu futuro na prova. Na primeira mão, a equipa italiana saiu do Dragão com uma vitória por dois golos. Agora, a jogar em casa, não deverá nada fácil inverter o resultado. Mas, depois do que aconteceu em Barcelona no embate entre a equipa da casa e o Paris Saint-Germain, tudo é possível. Mesmo que algumas coisas sejam mais possíveis que outras. As cautelas de Nuno Espírito Santo – que ainda assim diz que não é impossível – mostram bem a montanha que os seus pupilos têm pela frente. Do lado italiano, também não há excesso de confiança.
Na Liga NOS, o Benfica venceu o Belenenses por 4-0 e recupera o primeiro lugar que tinha perdido, temporariamente, para o FC.
Machetes dos jornais:”Auditor alerta para ‘buraco’ de 107 milhões na dona do Montepio” (Público); “Investimento de 30 milhões para abrir 14 centros de saúde”(DN); “Câmaras exigem 500 milhões para reparar estradas”(JN); “Milhões de Salgado apertam Sócrates” (Correio da Manhã); “Fecho de balcões [da Caixa] já está a agitar o país”(i); “Dividendos na bolsa sobem 20%” (Jornal de Negócios); “Venham mais quatro”(Recorde); “Olho por olho”(A Bola); “Cenário cor-de-rosa”(Jogo)
Lá fora
Amanhã é dia de eleições na Holanda, mais uma em que o populismo e o anti-europeismo estão novamente na linha da frente. O protagonista agora é Geert Wilders da extrema-direita. A Holanda não é um dos grandes da Europa mas esta eleição é mais um teste à resistência do projeto europeu. O The Wall Street Journal explica-lhe, em cinco questões, tudo o que precisa de saber sobre a eleição. Já a edição europeia do Politico deixa-lhe os três mitos à volta do sufrágio. O Público conta-lhe como os sites de direita radical estão a atuar. Holanda que, a par da eleição, está neste momento num crescendo de tensão com a Turquia e houve mesmo corte de relações, como conta o El País.
E já que falamos de populismo não há como escapar a alguns apontamentos sobre os EUA e Donald Trump. A norte-americana The New Yorker conta como as conferências de imprensa na Casa Branca já não são o que eram e como novos meios de comunicação, mais alinhados com Trump, têm ganho protagonismo.
Uma das bandeiras de Trump foi o fim – ou pelo menos a reformulação - do Obamacare. A revista The Economist explica-lhe o que está em causa no primeiro de dois explicadores sobre o tema. O sempre (muito) crítico Nobel da Economia, Paul Krugman, dizia na sua coluna da última sexta-feira no The New York Times que esta solução envergonhada é pior do que simplesmente acabar de vez com o sistema.
Para os portugueses que emigraram para os EUA em criança, as novas regras da administração norte-americana podem ser um problema.
Em terras do Tio Sam, hoje é dia de reunião do comité de política monetária da Reserva Federal (Fed). A reunião dura dois dias e há quem espere, para amanhã, uma subida dos juros. O britânico Financial Times avisava já, na edição de ontem, que o tempo de taxas de juro baixas na dívida pública está a chegar ao fim. No The Washington Post, Sebastian Mallaby que é autor de uma biografia do ex-presidente da Fed, Alan Greenpsan, pede uma subida mais rápida de juros que choque Wall Street.
No Reino Unido, o Parlamento votou ontem e abriu caminho ao acionamento do artigo 50º do tratado europeu para concretizar o Brexit. E a Escócia quer fazer novo referendo à independência.
FRASES
“Fartei-me do Santana como Primeiro-ministro, estava a deixar o país à deriva”, Jorge Sampaio, Ex-Presidente da República
“Foi a pessoa que mais dificuldade teve em participar no anterior Governo”, Assunção Cristas, líder do CDS sobre Paulo Núncio
O QUE ANDO A LER
Se numa determinada comunidade, cada família tiver, em média, três filhos quantos irmãos tem em média cada filho? A resposta aparentemente mais óbvia é dois. Mas não é a correta. Porque, em famílias com dois ou mais filhos, cada filho é irmão mais do que uma vez. E isso faz toda a diferença. Uma pequena diferença que pode mudar toda uma história. Vamos admitir que existem 30 famílias: quatro famílias sem filhos, seis famílias com um filho, nove famílias com dois filhos e onze famílias com seis filhos. Ao todo, são 90 filhos – 3 em média por família – mas 348 irmãos - 3,9 por filho.
Parece contraintuitivo mas é apenas estatística e a estatística, já se sabe, presta-se a bastantes manipulações. Seja para distorcer a realidade ou apenas por deficiente utilização. Este é o tema do livro “A field guide to lies and statistics”, do neurocientista Daniel Levitin, que explica como os números podem facilmente ser deformados e elenca alguns dos erros (deliberados ou inadvertidos) mais frequentes. É, ao mesmo tempo, um pequeno manual de estatística e um livro de viagens pelas manipulações mais graves.
E fá-lo com humor e numa escrita simples e ritmada. Por exemplo, para ilustrar como as médias podem ser bastante enganadoras, lembra que a humanidade tem, em média, cerca de um testículo. E olha para questões como a manipulação dos eixos em gráficos para criar ilusões de ótica, a apresentação de aparentes correlações onde não existem ou a forma como as probabilidades condicionadas podem confundir bastante as análises.
Este “A field guide to lies and statistics” é uma excelente leitura para quem, como eu, gosta de números e de estatísticas. Mas é também uma leitura bastante didática para quem quer apenas aprender alguns conceitos básicos de estatística. Já agora, a este propósito, vale a pena ler o excelente guia que a Fundação Francisco Manuel dos Santos publicou recentemente para ajudar os jornalistas a lidar com as estatísticas.
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