O primeiro-ministro de Cabo
Verde, Ulisses Correia e Silva, disse hoje que tem um mandato para cumprir até
2021, depois de as mexidas no Executivo terem gerado especulação sobre a saída
antecipada para preparar uma candidatura presidencial.
"Não. Temos um mandato para
cumprir até 2021", disse Ulisses Correia e Silva, quando questionado pelos
jornalistas sobre se estaria a preparar uma saída a médio prazo do Governo,
depois de ter criado no novo desenho do Executivo o cargo de
vice-primeiro-ministro.
O primeiro-ministro falava aos
jornalistas, na cidade da Praia, no final da cerimónia de posse de oito novos
membros do Executivo, que passa a ser constituído por 13 ministros e seis
secretários de Estado, além do chefe do Governo.
O lugar de vice-primeiro-ministro
será ocupado em regime de acumulação pelo ministro das Finanças, Olavo Correia,
reforçando a influência e o poder de um dos vice-presidentes do MpD dentro do
Executivo.
O cargo de vice-primeiro-ministro
é, tradicionalmente, uma solução em governos de coligação e, em Cabo Verde, a
única vez que existiu foi na década de 1990 quando, no então Governo do
Movimento para a Democracia (MpD), o primeiro-ministro Carlos Veiga promoveu
Gualberto do Rosário a vice-primeiro-ministro.
Gualberto do Rosário viria depois
a assumir a chefia do Governo quando Carlos Veiga se candidatou às eleições
presidenciais de 2001, tendo perdido para o candidato apoiado pelo Partido
Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
Cabo Verde tem eleições
presidenciais em 2021.
Sobre as mudanças no Executivo,
Ulisses Correia e Silva considerou que a entrada dos novos elementos veio
reforçar a coordenação económica e financeira, a agenda política e a
comunicação do Governo, as políticas da juventude e o modelo organizativo para
melhorar o desempenho na economia.
"O ano de 2018 vai ser muito
especial relativamente a resultados económicos, que vão ser acelerados, e a
resultados sociais e institucionais. Estamos fortemente engajados e esta equipa
reforçada vai no sentido de termos o foco e a eficácia necessários para
produzir resultados", disse.
Dezoito meses depois da tomada de
posse, Ulisses Correia e Silva concretizou as primeiras mexidas no executivo,
previstas desde maio de 2017.
As mudanças, que não incluem a
saída de nenhum elemento do atual executivo, traduzem-se no alargamento do
elenco governamental de 12 para 20 elementos.
Entram para o Governo dois novos
ministros: um ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro para a Integração Regional,
cargo que será ocupado pelo diplomata Júlio Herbert Lopes, e um ministro com a
pasta da Indústria, Comércio e Energia, que resulta da divisão em três do agora
Ministério da Economia e Emprego, que será Alexandre Monteiro, atual presidente
do Conselho de Administração da empresa pública de energia Electra.
Entram também seis
secretários de Estado, figura até agora inexistente no Governo.
O novo desenho do elenco
governamental cabo-verdiano inclui ainda a criação do cargo de
vice-primeiro-ministro, que será apoiado por três secretários de Estado.
CFF // JLG / Lusa
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