terça-feira, 1 de maio de 2018

DIA DO TRABALHADOR | 1º de Maio: Dos EUA esclavagistas ao resto do mundo


O Dia do Trabalhador, Dia do Trabalho ou Dia Internacional dos Trabalhadores é uma festa internacional cuja origem é a campanha dos trabalhadores pela redução do tempo de trabalho a uma jornada de oito horas, no fim do século XIX. É celebrado anualmente no dia 1º de maio em numerosos países do mundo.

No período entre-guerras, a duração máxima da jornada de trabalho foi afinal fixada em oito horas na maior parte dos países industrializados. Por essa razão, o Primeiro de Maio tornou-se um dia de celebração dos trabalhadores e trabalhadoras em quase todo o mundo, tornando-se também uma data de importantes manifestações do movimento operário.

O dia 1º de maio é feriado no Brasil, em PortugalAngolaMoçambique e muitos outros países.

No calendário litúrgico celebra-se a memória de São José Operário, o santo padroeiro dos trabalhadores.

Nos Estados Unidos, durante o congresso de 1884, os sindicatos estabelecem o prazo de dois anos para conseguir impor aos patrões a limitação da jornada de trabalho a oito horas. Eles decidem lançar sua campanha em 1º de maio, porque muitas empresas americanas começavam seu ano contábil nesse dia, de modo que os contratos terminavam nesse dia, e os trabalhadores tinham que procurar outro trabalho. Estimulada pelos anarquistas, a adesão à greve geral de 1º de maio de 1886 foi ampla,[1] envolvendo cerca de 340.000 trabalhadores em todo o país.

Em Chicago, a greve se prolonga em várias empresas. No dia 3 de maio, durante uma manifestação, grevistas da fábrica McCormick saem em perseguição a indivíduos contratados pela empresa para furar a greve. São recebidos pelos detetives da agência Pinkerton e policiais armados de rifles. O confronto resulta em três trabalhadores mortos. No dia seguinte, realiza-se uma marcha de protesto e, à noite, quando a multidão se dispersa na Haymarket Square, havia cerca de 200 manifestantes e o mesmo número de policiais.

É então que uma bomba explode diante dos policiais, matando um deles. Sete outros são mortos no confronto que se segue. Em consequência desses eventos, cinco sindicalistas anarquistas são condenados à morte (Albert ParsonsAdolph FischerGeorge EngelAugust Spies e Louis Lingg), apesar da inexistência de provas. Um deles (Louis Lingg) suicia-se na prisão. Os outros quatro são enforcados em 11 de novembro de 1887, dia que ficou conhecido desde então como Black Friday ('sexta-feira negra'). Três outros são condenados à prisão perpétua. Em 1893, esses anarquistas foram inocentados e reabilitados pelo governador de Illinois, que confirmou ter sido o chefe da polícia quem organizara tudo, inclusive quem encomendara o atentado para justificar a repressão que viria a seguir.[2].[3][4][5][3][6]

Três anos mais tarde, no dia 20 de junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pela jornada de 8 horas de trabalho. A data escolhida foi o primeiro dia de maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1º de maio de 1891 uma manifestação no norte de França foi dispersada pela polícia, resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serviu para reforçar o significado da data como um dia de luta dos trabalhadores. Meses depois, a Internacional Socialista de Bruxelas proclamou esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.[3][4][6]

Em 23 de abril de 1919 o senado francês ratificou a jornada de 8 horas e proclamou feriado o dia 1º de maio daquele ano. Em 1920 a União Soviética adotou o 1º de maio como feriado nacional, e hoje este exemplo é seguido por muitos outros países.[3]

Até hoje, o governo dos Estados Unidos se nega a reconhecer o 1º de maio como o Dia do Trabalhador. Em 1890, a luta dos trabalhadores estadunidenses conseguiu que o Congresso aprovasse que a redução da jornada de trabalho - de 16 horas para 8 horas diárias.


Dia do Trabalhador em Portugal

Em Portugal, só a partir de maio de 1974, após a Revolução dos Cravos, é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio, e este passou a ser feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era reprimida pela polícia.

O Dia Mundial dos Trabalhadores é comemorado em todo o país, com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo, promovidos pela central sindical CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto, assim como pela central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores).

No Algarve, assim como na Madeira e nos Açores, é costume a população fazer piqueniques, e são organizadas algumas festas alusivas à data.

Foto: Manifestação no Porto no 1º de Maio de 1980/Henrique Matos


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