O Dia do Trabalhador, Dia do
Trabalho ou Dia Internacional dos Trabalhadores é uma festa
internacional cuja origem é a campanha dos trabalhadores pela redução do tempo
de trabalho a uma jornada de oito horas, no fim do século XIX.
É celebrado anualmente no dia 1º de
maio em numerosos países do mundo.
No período entre-guerras,
a duração máxima da jornada de trabalho foi afinal fixada em oito horas na
maior parte dos países industrializados. Por essa razão, o Primeiro de Maio
tornou-se um dia de celebração dos trabalhadores e trabalhadoras em quase todo
o mundo, tornando-se também uma data de importantes manifestações do movimento operário.
No calendário litúrgico celebra-se a memória
de São José Operário, o santo padroeiro dos trabalhadores.
Nos Estados
Unidos, durante o congresso de 1884, os sindicatos estabelecem
o prazo de dois anos para conseguir impor aos patrões a limitação da jornada de
trabalho a oito horas. Eles decidem lançar sua campanha em 1º de maio, porque
muitas empresas americanas começavam seu ano
contábil nesse dia, de modo que os contratos terminavam nesse dia, e
os trabalhadores tinham que procurar outro trabalho. Estimulada pelos anarquistas,
a adesão à greve geral de 1º de maio de 1886 foi ampla,[1] envolvendo
cerca de 340.000 trabalhadores em todo o país.
Em Chicago, a greve
se prolonga em várias empresas. No dia 3 de maio, durante uma manifestação,
grevistas da fábrica McCormick saem em perseguição a indivíduos contratados
pela empresa para furar a greve. São recebidos pelos detetives da agência Pinkerton e policiais armados de
rifles. O confronto resulta em três trabalhadores mortos. No dia seguinte,
realiza-se uma marcha de protesto e, à noite, quando a multidão se dispersa na
Haymarket Square, havia cerca de 200 manifestantes e o mesmo número de
policiais.
É então que uma bomba explode
diante dos policiais, matando um deles. Sete outros são mortos no confronto que
se segue. Em consequência desses eventos, cinco sindicalistas anarquistas são
condenados à morte (Albert Parsons, Adolph
Fischer, George Engel, August
Spies e Louis Lingg), apesar da inexistência de provas. Um
deles (Louis Lingg) suicia-se na prisão. Os outros quatro são enforcados em 11
de novembro de 1887, dia que ficou conhecido desde então como Black Friday ('sexta-feira
negra'). Três outros são condenados à prisão perpétua. Em 1893, esses
anarquistas foram inocentados e reabilitados pelo governador de Illinois, que
confirmou ter sido o chefe da polícia quem organizara tudo, inclusive quem
encomendara o atentado para justificar a repressão que viria a seguir.[2].[3][4][5][3][6]
Três anos mais tarde, no dia 20
de junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida
em Paris decidiu
convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pela jornada de 8
horas de trabalho. A data escolhida foi o primeiro dia de maio, como homenagem
às lutas sindicais de Chicago. Em 1º de
maio de 1891 uma
manifestação no norte de França foi
dispersada pela polícia, resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo
drama serviu para reforçar o significado da data como um dia de luta dos
trabalhadores. Meses depois, a Internacional Socialista de Bruxelas proclamou
esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.[3][4][6]
Em 23 de
abril de 1919 o senado
francês ratificou a jornada de 8 horas e proclamou feriado o dia 1º de
maio daquele ano. Em 1920 a União Soviética adotou o 1º de maio como
feriado nacional, e hoje este exemplo é seguido por muitos outros países.[3]
Até hoje, o governo dos Estados
Unidos se nega a reconhecer o 1º de maio como o Dia do Trabalhador. Em 1890, a
luta dos trabalhadores estadunidenses conseguiu que o Congresso aprovasse que a redução
da jornada de trabalho - de 16 horas para 8 horas diárias.
Dia do Trabalhador em Portugal
Em Portugal, só a partir de maio
de 1974, após
a Revolução dos Cravos, é que se voltou a
comemorar livremente o Primeiro de Maio, e este passou a ser feriado.
Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era
reprimida pela polícia.
O Dia Mundial dos Trabalhadores é
comemorado em todo o país, com manifestações, comícios e festas de carácter
reivindicativo, promovidos pela central sindical CGTP-IN (Confederação
Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical) nas principais cidades
de Lisboa e Porto, assim como
pela central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores).
No Algarve, assim
como na Madeira e nos Açores, é
costume a população fazer piqueniques, e são organizadas algumas festas
alusivas à data.
Foto: Manifestação no Porto no
1º de Maio de 1980/Henrique Matos
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