O secretário-geral do PCP
declarou hoje que "basta" de injustiças face ao trabalho e
rendimentos dos trabalhadores, numa audição pública sobre os benefícios
científicos e tecnológicos para a redução do horário semanal para 35 horas para
todos.
No parlamento, Jerónimo de Sousa
condenava assim o facto noticiado hoje pelo Diário de Notícias de que a
remuneração média dos dirigentes e gestores das principais empresas portuguesas
aumentou 40% face há dois anos, ou seja, foi 46 vezes superior à dos outros
funcionários.
"Sim, basta de injustiças. É
preciso valorizar o trabalho e os trabalhadores", afirmou o líder
comunista, numa audição pública, na Assembleia da República, na fase de
preparação final para o debate e votação do projeto de lei para generalizar as
35 horas de trabalho semanais, marcados para a sessão plenária de sexta-feira,
com iniciativas no mesmo sentido de BE, PEV e PAN.
Para Jerónimo de Sousa, "é possível
e necessário ir mais longe" e "é urgente dar combate às
injustiças", pois "são os trabalhadores que produzem a riqueza, mas
são outros que se apropriam exclusivamente do seu esforço e dos resultados do
seu trabalho".
"Hoje mesmo ouvimos, lemos e
tomámos conhecimento que os salários dos principais administradores das grandes
empresas e grupos económicos cotados em bolsa, aumentaram nos últimos três anos
mais de 40% e os lucros dessas empresas acumulados nesse mesmo período subiram
ainda mais, cerca de 50%, enquanto os salários médios permaneciam praticamente
estagnados, aumentando escandalosamente o fosso entre os rendimentos do capital
e de quem o serve e o conjunto dos trabalhadores dessas empresas e
grupos", afirmou.
Segundo cálculos do PCP, se se reduzir
o horário de trabalho para 35 horas semanais para todos, haverá mais 440 mil
empregos e a redução de 240 horas de trabalho por ano por cada pessoa.
Lusa | em Notícias ao Minuto
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