No Brasil, a eleição dia 28 do
sr. Bolsonaro foi consequência do nível de cultura política da sua população. A
classe dominante (capital financeiro, agrobusiness, grande empresariado, ...)
apoiou o sr. Bolsonaro porque tem consciência de classe e sabe quem
melhor serve os seus interesses.
As camadas médias que votaram pelo sr. Bolsonaro também têm consciência
de classe – mas uma consciência equivocada pois identifica a ascensão dos mais
pobres como uma ameaça aos seus interesses e acredita nos que acenam com
bandeiras "anti-corrupção" (como se não fossem eles próprios
corruptos).
Mas quanto aos trabalhadores assalariados, precários, marginalizados e minorias que votaram no referido candidato, destes pode-se dizer que não têm qualquer consciência de classe. Muitos deles, os mais expostos à criminalidade, deixaram-se iludir pelas promessas de segurança do candidato fascista.
Muitas análises certamente se seguirão ao fenómeno Bolsonaro, mas deve-se assinalar desde já que estas eleições de democrático pouco tiveram. O candidato mais popular foi impedido de concorrer por manobras de law fare ensinadas nos cursos da USAID; o poder judicial posicionou-se na generalidade em favor do candidato fascista; os mass media de referência e as redes sociais (What's App) actuaram intensamente contra o opositor do sr. Bolsonaro; a violência das turbas bolsonaristas manifestou-se por todo o país (ainda na véspera das eleições jagunços de latifundiários incendiaram um acampamento do MST
A social-democracia lulista na verdade preparou o terreno para a ascensão do candidato fascista. As suas cedências permanentes, ao longo de muitos anos, desmoralizaram-na e retiraram-lhe a base de apoio que chegou a ter no seu início. O desarmamento político e ideológico do povo brasileiro, obra da social-democracia, provocou este triste resultado. Aprenderá ela a lição?
Resistir.info
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