sexta-feira, 25 de maio de 2018

Os Estados Unidos em rota de colisão com a China


Kishore Mahbubani* | Diário de Notícias | opinião

A relação bilateral mais importante do mundo - entre os Estados Unidos e a China - é também uma das mais inescrutáveis. Atormentada por paradoxos, perceções erradas e desconfiança, é uma relação que se tornou uma fonte de considerável incerteza e, potencialmente, de grave instabilidade. Em nenhum lugar isso é mais aparente do que na guerra comercial bilateral.

A principal declaração que conduziu à disputa atual, iniciada pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, é que o défice comercial dos Estados Unidos é muito grande, e é tudo culpa da China. O secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, chegou mesmo a exigir que a China reduzisse unilateralmente o seu excedente comercial em relação aos EUA em 200 mil milhões de dólares até 2020.

Mas os economistas mais sensatos concordam que os défices comerciais dos EUA são resultado de fatores económicos estruturais internos, especialmente a baixa poupança das famílias, défices governamentais persistentes e o papel do dólar americano como a principal moeda de reserva do mundo. Segundo Joseph Gagnon, um membro sénior do Instituto Peterson de Economia Internacional, se os EUA quiserem reduzir o seu défice comercial, devem começar por reduzir o seu enorme défice orçamental.

No entanto, não é sequer evidente que o défice comercial dos EUA precise de ser urgentemente cortado. Embora o défice externo seja certamente grande, os EUA podem viver além das suas possibilidades de uma forma que outras economias não conseguem. Graças ao estatuto de moeda de reserva do dólar, os EUA podem absorver a maior parte das poupanças do resto do mundo, que financiam o seu défice de poupança. Além disso, como o próprio Conselho de Assessores Económicos de Trump observou em fevereiro, os EUA desfrutam de um excedente de serviços com o mundo, inclusive com a China.

Mas não é apenas a administração Trump que evita os argumentos económicos racionais. A abordagem de Trump para o comércio com a China goza de maior apoio nos EUA do que a maioria das suas políticas, porque a maioria dos americanos - incluindo muitos que se opõem a Trump - está convencida de que a China não está a jogar limpo. O comentador político Fareed Zakaria, por exemplo, afirmou que "num ponto importante e fundamental" Trump está certo: "A China faz batota comercial."

O que todos esses ataques à China deixam de fora é que as importações chinesas baratas melhoraram drasticamente a qualidade de vida dos trabalhadores americanos, cujo rendimento médio estagnou durante 40 anos. Segundo a consultora Oxford Economics, a compra de produtos chineses economiza cerca de 850 dólares por ano às famílias americanas. Dado que 63% dos lares americanos não têm nem 500 dólares poupados para emergências, aquela não é uma quantia insignificante.

É claro que o comércio aberto com os EUA e o resto do mundo permitiu à China alcançar a redução mais rápida da pobreza na história da humanidade. Mas isso não significa que a China esteja a colher a maior parte dos benefícios económicos. Por exemplo, a fabricante chinesa Foxconn ganha apenas 7,40 dólares por cada iPhone de 800 dólares que é vendido; a maior parte do valor vai para americanos.

Os decisores políticos chineses confiam agora no que era indiscutivelmente a exportação mais importante do Ocidente: a teoria económica moderna. No entanto, eles continuam sujeitos a decisões prejudiciais tomadas por uns EUA atormentados por perceções erradas. A questão é se a China se curvará à pressão dos EUA.

A liderança da China é, em última análise, pragmática. Se algumas concessões simbólicas (como as restrições voluntárias às exportações com as quais o Japão concordou na década de 1980) puderem impedir uma colisão, a China poderá fazê-las. Mas quando se trata de exigências maiores, economicamente injustificadas, a China provavelmente resistirá.

Aqui, o exemplo mais óbvio é a exigência de Mnuchin de que a China abandone o seu plano Made in China 2025. A China já foi submetida a controlos norte-americanos de exportação de equipamentos de alta tecnologia (incluindo a proibição de sete anos, recentemente imposta, à venda de software ou componentes por empresas norte-americanas à ZTE Corporation). Não está disposta a desistir da sua demanda pelo desenvolvimento de alta tecnologia, um elemento crucial de uma estratégia clara de longo prazo para elevar a sua economia na cadeia global de valor.

Em suma, por mais racional que a China tente ser, uma guerra comercial continua a ser uma possibilidade real, que prejudicará tanto os americanos quanto os chineses. E esse resultado é ainda mais provável devido a uma profunda inquietação na relação bilateral.

Um período sabático de três meses em duas das principais universidades dos EUA tornou claro para mim até que ponto as atitudes em relação à China azedaram nos últimos anos. Se as autoridades chinesas estivessem cientes da intensidade dessa mudança - e eu informei disso uma autoridade importante -, perceberiam que as suas políticas calmas e racionais em relação aos EUA durante as últimas duas décadas podem não funcionar nos próximos 20 anos.

Seria preciso um livro inteiro para explicar por que a opinião da América sobre a China se tornou tão negativa. Mas algumas razões são óbvias. Na próxima década, a China ultrapassará os EUA economicamente, apesar de não ser uma democracia. Diversos americanos ponderados disseram-me que poderiam viver com uma China maior se ela fosse democrática.

Aqui, novamente, há alguma irracionalidade em jogo: uma China democrática seria muito mais suscetível a pressões populistas e nacionalistas e, portanto, provavelmente seria um parceiro mais difícil para os EUA. No entanto, os EUA continuam cegos pela ideologia e, portanto, são incapazes de ver os benefícios de uma China guiada pela racionalidade económica.

No futuro, os historiadores irão lamentar que a política de longo prazo da América em relação à China não tenha sido o resultado de uma reflexão serena. É provável que eles se concentrem na forma como a polarização política e a ideologia simplista dos EUA - partilhada por muitos que deveriam pensar duas vezes - os levaram a um conflito altamente prejudicial e totalmente sem sentido.

*Professor na Universidade Nacional de Singapura

Sim... Não... Sim... | O que a carta de Trump a Kim revela


Presidente deixa de lado o Twitter e cancela cúpula com líder norte-coreano por meio de carta em papel timbrado. Pouco depois, indica que pode voltar atrás. Opção por documento impresso é reveladora.

Uma das declarações mais engraçadas sobre a carta que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu para o líder norte-coreano, Kim Jong-un, veio de Wendy Sherman, a principal negociadora dos EUA durante o longo processo que levou ao acordo nuclear com o Irã.

A missiva presidencial "soa como o fluxo de consciência de um adolescente de 13 anos numa carta de fim de namoro durante um acampamento de férias", disse Sherman à emissora MSNBC sobre o documento com o qual Trump cancelara, nesta quinta-feira (24/05), o tão aguardado encontro com Kim em Cingapura. Nesta sexta-feira, porém, ele deu a entender que o encontro ainda pode ocorrer.

O tom e a escolha de palavras da carta – com pequenas ameaças veladas sobre o arsenal nuclear de Washington, ao lado de elogios efusivos ao "maravilhoso diálogo" que Trump e Kim supostamente estabeleceram – foram amplamente vistos como embaraçosos, mas eles também são politicamente significativos.

O fato de Trump ter deixado de lado o Twitter, seu modo favorito de se comunicar com o mundo, para cancelar a cúpula e, em vez disso, escrever uma carta em papel timbrado da Casa Branca para o "Caro senhor Presidente" pode ser visto como um claro sinal de como a percepção de Trump sobre Kim – o homem que apenas alguns meses atrás ele ironizava como "pequeno homem-foguete" – melhorou.

Agora, após reviravoltas impressionantes, a carta dá a entender que Trump trata Kim como um igual, o que é uma enorme vitória para o líder de um regime que o antecessor republicano de Trump, o ex-presidente George W. Bush, havia incluído no "eixo do mal".

Mais difícil do que o esperado

O vaivém em torno da tão aguardada cúpula em Cingapura, que carecia de uma agenda clara mesmo poucas semanas antes da data marcada, não surpreende a maioria dos observadores dos governos de Kim e Trump. Muitos deles, afinal, já haviam expressado profundo ceticismo em relação a tais esforços de diálogo.

"Jamais esperei que isso fosse transcorrer de forma tranquila", diz Han Park, um ex-negociador que assegurou a libertação de dois jornalistas detidos em 2009 e facilitou a visita do ex-presidente Jimmy Carter a Pyongyang em 1994.

Park observa que, para começar, a Coreia do Norte nunca esteve disposta a abandonar seu arsenal nuclear sem garantias concretas de segurança, incentivos e concessões dos EUA. E como o governo Trump não ofereceu nenhum caminho traçado rumo à desnuclearização – exceto vagas promessas de tornar a Coreia do Norte grande e próspera – Pyongyang tem, na verdade, poucos motivos para esperar muito da cúpula.

"O acordo não está lá – nem mesmo no sentido conceitual, abstrato", diz Park, professor emérito de relações internacionais da Universidade da Geórgia que visitou a Coreia do Norte mais de 50 vezes.

Quando um alto funcionário norte-coreano criticou o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, nesta quarta-feira (23/05), conforme insinuado na carta de Trump, sem nomear Pence, deve ter oferecido uma boa oportunidade para a Casa Branca marcar posição. Mas, segundo Miles Pomper, um especialista em segurança nuclear do Centro de Estudos de Não-Proliferação, a carta já estava preparada há algum tempo.

"Acho que a Casa Branca percebeu há cerca de uma semana que era vítima de suas próprias ilusões a respeito de como a cúpula iria se desenrolar – em especial a crença de que a Coreia do Norte abriria mão de sua antiga exigência de que quaisquer concessões de sua parte fossem correspondidas de forma igual pelos EUA", diz ele.

Para Pomper, a carta de Trump para Kim é uma tentativa de transferir qualquer culpa pelo fracasso da cúpula para os norte-coreanos, depois de estes terem tentado fazer o mesmo com Trump.

Falta de política unificada

O cancelamento da cúpula não seria um golpe só para Trump, que foi a pessoa que mais propagandeou a reunião e que, segundo relatos, esperava ser recompensado com o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços, mas também para seu secretário de Estado, Mike Pompeo, que viajou duas vezes para Pyongyang para organizar o encontro.

"A abordagem de John Bolton prevaleceu", diz Park, referindo-se ao assessor belicista de segurança nacional de Trump, que no início deste ano escreveu o artigo A justificativa legal para atacar antes a Coreia do Norte e que ultrajou Pyongyang ao sugerir a Líbia como modelo para a Coreia do Norte desistir de seu arsenal nuclear.

Para analistas, o imbróglio em torno do cancelamento da cúpula é apenas a ponta do iceberg para problemas mais fundamentais que assolam a Casa Branca. "Trump foi incapaz de controlar seu próprio governo e sua própria política", avalia Park. "O governo Trump nunca teve uma política unificada em relação à Coreia do Norte."

A carta de Trump para Kim deixa a porta claramente aberta para que a cúpula ainda se realize, mas especulações sobre essa reunião são vãs enquanto a Casa Branca não apresentar uma estratégia coerente para a Coreia do Norte que inclua incentivos concretos para Pyongyang, avaliam analistas.

E, ao contrário do que Trump insinuou, dizendo que Washington continuaria sua "campanha de pressão máxima" em relação a Pyongyang, a situação do programa nuclear da Coreia do Norte não voltou ao ponto em que estava antes da tão aguardada cúpula.

"A curto prazo, acho que Kim obteve algum alívio da China e, em certa medida, da Coreia do Sul no que diz respeito à aplicação de sanções e na possibilidade de novas sanções da ONU", analisa Pomper.

Além disso, ele prevê que os EUA terão mais dificuldades para manter uma postura de confronto, especialmente se os sul-coreanos encararem os Estados Unidos, e não a Coreia do Norte, como culpados pelo fracasso da cúpula.

Deutsche Welle

Espanha | Rajoy, o chefe do governo e do partido corrupto está em queda


Eixo-Atlântico diz que Mariano Rajoy deve demitir-se "por dignidade"


O secretário-geral do Eixo-Atlântico afirmou hoje que o primeiro-ministro espanhol devia apresentar a sua demissão "nem que não fosse por uma questão de dignidade", depois do partido que lidera ter sido "envolvido e condenado" num processo de corrupção.

"Há algo que é inacreditável, que seja condenado nos tribunais o partido do Governo por corrupção, com uma gravidade extrema, e o dirigente do partido, que é o primeiro-ministro, não apresente a demissão, nem que não seja por uma questão de dignidade", afirmou hoje Xuan Mao, em Braga, quando confrontado com a moção de censura apresentada pelo PSOE ao Governo de Mariano Rajoy 

Para aquele dirigente, que salientou que a corrupção "é um cancro e com metáteses" em Espanha, a moção de censura apresentada pelos socialistas espanhóis "é um resultado lógico dos jogos políticos", mas tem outra leitura.

"O PSOE lança a moção de censura mas não é só para restaurar a dignidade, é também para forçar o Cidadãos (partido cujo apoio permitiu ao PP formar Governo) a tomar uma posição, porque diz que veio para combater a corrupção mas continua a dar apoio ao Governo Rajoy", afirmou.

Para Mao "é uma questão de dignidade nacional e a moção de censura é a única saída que há mas partir daí é uma questão de jogo politico".

Sobre a moção de censura hoje apresentada no Congresso pelos socialistas, o responsável disse que o Cidadãos vai opor-se e pediu aos socialistas que retirem a sua iniciativa, tendo, no entanto, já anunciado que iria apresentar ele próprio uma moção de censura ao Governo de Mariano Rajoy.

A moção de censura socialista contra o presidente do Governo espanhol surge 24 horas depois da condenação, com penas pesadas, de uma série de políticos e empresários envolvidos num esquema de corrupção, a que se chamou "caso Gürtel", que ajudou a financiar o Partido Popular (PP), no poder.

O próprio partido do primeiro-ministro foi multado em 245 mil euros por ter beneficiado do esquema ilegal que se baseava em conceder contratos públicos a empresas em troca de dinheiro.

Sem o apoio do Cidadãos, a moção de censura do PSOE precisa do voto dos partidos independentistas catalães - Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, esquerda) e Partido Democrático Europeu Catalão (PDeCAT, do antigo presidente do governo catalão, Carles Puigdemont).

A soma dos votos socialistas (84), juntamente com os do Unidos Podemos (67), ERC (nove) e PDeCAT (oito), que já manifestaram publicamente o seu apoio a uma moção para fazer cair o Governo de Rajoy, alcança o número de 168, a que se somariam previsivelmente os quatro deputados do Compromís, os dois do EH Bildu e o deputado da Nova Canária.

Com estes apoios, bastaria um voto para a iniciativa do PSOE ter maioria absoluta, pelo que deveria contar pelo menos com o apoio da Coligação Canária, com um deputado, ou com o Partido Nacionalista Basco (PNV), que tem cinco.

Outros três deputados integrantes do Grupo Mixto, dois do UPN e um do Fórum Asturias, parceiros do PP nas respetivas comunidades, pelo que não é provável que apoiem esta iniciativa.

Entretanto, os nacionalistas bascos e canários deram apoio, na semana passada, ao PP para aprovar o orçamento do Estado, tal como o Cidadãos, o partido que poderia garantir o sucesso da moção, ao somar os seus 32 votos aos do PSOE e Unidos Podemos.

Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto Reuters

HISTERIA ANTI-RÚSSIA


PREPARATIVOS DE GUERRA 

Preparativos para catástrofes como a guerra nuclear estão em curso na Suécia.

É o que se vê neste folheto informativo do governo destinado à população civil. A histeria anti-russa vai de vento em popa na Suécia, a exemplo do que acontece na Grã-Bretanha.

Portugal | Há mais um governante suspeito de ter acumulado funções. E já se explicou


Secretário de Estado da Juventude e Desporto diz ter sido informado a 31 de janeiro deste ano, pela Assembleia da República, do facto de "ser incompatível" o exercício simultâneo de gerente de empresa e o exercício do cargo no Governo.

Além do ministro Adjunto Pedro Siza Vieira, também o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, acumulou funções no Governo com a gestão de uma empresa. Fê-lo durante 22 meses, entre abril de 2016 e fevereiro de 2018.

A notícia, hoje avançada pelo Correio da Manhã, mereceu já um esclarecimento do governante, solicitado pelo Notícias ao Minuto e entretanto remetido por fonte governamental.

Esclarece então João Paulo Rebelo que, em dezembro de 2012, constituiu uma sociedade unipessoal “com o objeto social da gestão de uma exploração agrícola”. Desde a constituição da empresa, explica, exerceu, de forma não remunerada, as funções de sócio-gerente.

Tendo sido eleito deputado à Assembleia da República nas eleições legislativas de outubro de 2015, efetuou o seu Registo de Interesses junto do Tribunal Constitucional e da própria Assembleia da República, e exerceu o seu mandato como deputado, em regime de exclusividade, até ao dia 14 de abril de 2016, momento em que foi nomeado secretário de Estado da Juventude e do Desporto.

Já na condição de Secretário de Estado, em agosto de 2016, João Paulo Rebelo diz ter voltado a apresentar ao Tribunal Constitucional o seu Registo de Interesses. Posteriormente, em dezembro de 2017, foi “alertado pela Assembleia da República para o facto de, enquanto membro do Governo, não ter apresentado o seu registo de Interesses junto dos serviços da Assembleia – pese embora tê-lo feito no Tribunal Constitucional –, pelo que "procedeu, em 24 de janeiro de 2018 a esse registo”, lê-se na nota de esclarecimento enviada ao Notícias ao Minuto. 

Na sequência desse mesmo registo, João Paulo Rebelo recebeu a 31 de janeiro de 2018 a informação da Assembleia da República no sentido de “ser incompatível o exercício simultâneo de gerente da referida sociedade e o exercício do cargo de secretário de Estado, ao contrário do que acontecia enquanto deputado", "tendo nessa data – 31 de janeiro - tomado  a decisão de renunciar ao exercício do cargo de gerente da referida sociedade, formalizou-o por carta, no dia 8 de fevereiro de 2018”, elucida por fim.

Ora, como se sabe, a lei de incompatibilidades de titulares de cargos públicos não permite que se acumule funções empresariais com cargos governamentais. Pelo mesmo motivo, o ministro Adjunto Siza Vieira, que abriu uma imobiliária um dia antes de passar a integrar o Governo, um caso que veio a público esta semana, está na mira do Ministério Público.

Curiosamente, 31 de janeiro foi também a data, segundo o jornal online ECO, em que o ministro Adjunto informou o Parlamento através de uma declaração de Registo de Interesses que tinha renunciado aos cargos que desempenhava nas várias empresas.

Melissa Lopes | Notícias ao Minuto | Foto Global Imagens

Portugal negro de fomes, injustiças e desonestidades

Portugal é um negro retângulo de fomes, desumanidades, amores, ódios, roubos, imparidades, fortunas-surpresa, corrupção, misérias, nepotismos, conluios, pobreza compulsiva, hipocrisia e políticos afortunados que se alapam em lapsos e desculpas esfarrapadas. E isto é o mínimo a dizer-se quando se olha para este país com olhos de ver.

Talvez por isso este Expresso Curto é fino e comprido, para abranger o retângulo do Minho ao Algarve, para além do que está inscrito sobre o mundo. Miguel Cadete é quem serve a cafeína de hoje. O PG faz a abertura tradicional. Haja quem leia, medite e tome posição. Lute e tome a defesa de um retângulo que é nosso, de todos os portugueses, mas que está há décadas ocupado por uma elite que não vale um chavo no caráter e cuja prática é subserviência a uns quantos donos disto tudo na defesa da pátria do cifrão. Dito.

Sobre a eutanásia vem a abordagem do autor expressivo a seguir, Miguel. O PCP não concorda com a porta entreaberta a algo que pode redundar numa ameaça à vida neste país de criminosos e vigaristas. Nem concorda com o referendo e afinal tem razão. Não se compreende que decidamos em voto algo que por “confusões” nos pode matar devido a economicismos. Afinal porque andamos tão desconfiados, tão desconfiados…

Do Sporting também Miguel vai lá molhar o bico. Já aqui dizemos mais em baixo o que no PG se pensa e opina. Bruno prestou e depois partiu a loiça toda mas existem odores de interesses em todo este processo de mal fazer ao Sporting. Promoções pessoais, até políticas e… milhões de euros. Raio de retângulo malfadado.

Discute-se e labuta-se por bem-estar animal. Principalmente os que não pisam sem querer as poias dos cãezinhos que são plantadas pelos passeios. No entretanto esquecem-se as pessoas. Ou, talvez seja de propósito. Algo que tem que ver com o desprezo pela má vida de sobrevivência dos humanos, dos portugueses em milhões que se arrastam com uma mão atrás e outra à frente. Tesos que nem carapaus. Muitas vezes só com uma refeição por dia enquanto outros nem isso – a não ser que roubem uns bolos no supermercado e se habilitem a prisão. Sim, porque as prisões superlotadas são para a ralé, não para Salgados e trupes semelhantes.

Siza Vieira não podia faltar na lavra de Miguel Cadete. E bem. Disso também já tivemos oportunidade de opinar. Resumindo: cometeu uma ilegalidade e assim sendo vai fora. Nem dá para perceber qual é o problema. Casmurrice de Costa? Pois então nisso (como noutras) em nada se diferencia de Passos Coelho e outros malfadados que encontram desculpas na cabeça de um tinhoso para oferecer impunidade aos que cometem ilegalidades mas pertencem às suas seitas. Ora vêem como Portugal está ocupado por gentalha que desfrutam dos poderes borrifando-se para o país, a democracia, o rigor da legalidade e transparência? Como uma seita nunca vem só elas entrelaçam-se e formam algo muito semelhante à máfia, à camorra, ao terrorismo político, económico e social. Dito. Até amanhã. (CT | PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

A eutanásia e a morte lenta do Sporting

Miguel Cadete | Expresso

Não será a coisa mais agradável começar o dia a falar de eutanásia mas assim digo já ao que vou e fico despachado. Sei que não gostaria de estar na pele dos deputados que na terça-feira irão votar os projetos de lei para a despenalização da eutanásia por uma simples razão: uma coisa é cada um de nós decidir sobre o que fazer em determinada altura, outra é legislar sobre o assunto. Talvez por isso, espera-se um número elevado de abstenções que podem fazer o resultado final reverter para um lado ou para o outro, sobretudo na bancada do PSD que deu liberdade de voto aos seus deputados. Ainda assim, Fernando Negrão, o líder parlamentar, avisou que a “maioria dos deputados vão votar contra”.

O PS, no entanto, diz que as contas ainda não se podem fazer e que é prematuro antecipar o chumbo dos diplomas apresentados por si, PEV, PAN e BE. No mesmo sentido vai a notícia que o “Público” chama à primeira página onde se pode ler que “sete votos do PSD podem ajudar à aprovação”. Ainda há deputados indecisos.

Mais claro foi o PCP que já anunciou que irá votar contra, considerando que a aprovação dos diplomas seria um “retrocesso civilizacional” e, provavelmente, mal visto pelo seu eleitorado mais vetusto. Do mesmo lado da barricada, o CDS assume que o parlamento não tem mandado para discutir a questão até porque o único partido que inscreveu a eutanásia no seu programa foi o PAN. A deputada Rita Bessa publicou um texto no “Observador” em que anuncia porque vota contra.

Ainda a este respeito devia ter passado menos despercebida a entrevista publicada no jornal “i”, na segunda-feira, a Vasco Santos. E quem é Vasco Santos? Responsável pela editora livreira Fenda, criada na senda da Afrodite, & etc, Hiena e poucas outras que agitaram o meio editorial português imediatamente antes e depois do 25 de Abril. E que diz ele? “Todos os dias passo pelas bancas dos jornais e é impressionante ver o que tomou conta das capas das revistas. Quando foi o dia das eleições na Catalunha, a revista ‘Sábado’ tinha na capa: ‘O que pensam e sentem os animais?’ Veja como isto se encadeia: Esta biopolítica leva a uma naturalização seja do discurso, seja da vida em geral, e leva a uma animalização do humano e a uma humanização do animal. Passa a ter direitos e não sei quê. Portanto, se o cão é molestado há uma petição…”

A este propósito também vale muito a pena destacar a notícia impressa ontem no “Público” e onde se alertava para o facto de, “em setembro, passa(r) a ser proibida a eutanásia nos canis como medida de controlo dos cães e gatos vadios”.

Ainda Vasco Santos na entrevista ao “i”: “Se passar na Rua Garrett e perguntar aos rapazes que estão ali a pedir moedas… Já o fiz. Uma vez a um que estava perto da Bertrand: ‘Epá, diga-me lá: porque é que tem aqui três cães?’ E ele - que era húngaro - disse-me: ‘Se não tiver cães não me dão esmola.’ É interessante, não é? Portanto, a quem damos a moeda é ao cão. Não damos a moeda ao sem-abrigo, ao mendigo, etc.”

Quem está em processo de dolorosa morte lenta ou à beira de se tornar mendigo é o Sporting. A Tribuna do Expresso cobriu ontem em direto e ao vivo a agitada reunião do Conselho Diretivo com os órgãos sociais. DE concreto, o que dali saíu foi a marcação de uma Assembleia Geral Extraordinária no dia 23 de junho para destituir Bruno de Carvalho.

Isto porque o atual presidente recusou demitir-se e marcar eleições em agosto (a 19, 26 ou 29), conforme lhe foi proposto pelos órgãos sociais, liderados pelo presidente da mesa da Assembleia Geral, Marta Santos que se queixou de não o terem deixado falar. Rui Santos, já se pronunciou na SIC Notícias, e alertou: “O Sporting está em estado de sítio e a Assembleia Geral tem tudo para correr mal”.

O assunto está nas capas dos jornais desportivos e não só, até porque já existe um candidato assumido: Frederico Varandas, até ontem médico do Sporting. A sua candidatura teve o apoio de vários jogadores do clube como Bruno Fernandes, Piccini e outros– ainda não se conhecem rescisões – nas redes sociais.

OUTRAS NOTÍCIAS

Parlamento está à espera de respostas do ministro Siza Vieira já lá vão quatro meses. É a manchete do “Público”. O registo de interesses do ministro Adjunto não está disponível no site do Parlamento, o que dá lenha para a controvérsia sobre a sua empresa de gestão de imóveis, a Prática Magenta, por incompatibilidade com o cargo que passou a desempenhar quando entrou no governo de António Costa. O “Correio da Manhã” descobriu uma incompatibilidade similar do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Rebelo.

O Congresso do PS tem lugar este fim de semana na Batalha. António Costa não tem oposição mas tem os casos Sócrates, Manuel Pinho e Siza Vieira a moerem-lhe o juízo. E está a nascer o “pedronunismo” na ala esquerda do partido.

Hoje é o dia em que entra em vigor o novo Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia. Certamente já recebeu e-mails a pedir, de novo, os seus dados. Pois bem, não é preciso. Maria João Bourbon sabe que as empresas que estão a enviar emails para reconfirmar acesso a dados pessoais não precisam de o fazer. Daniel Oliveira, também no Expresso Diário, avisa que a medida pode prejudicar gravemente as pequenas empresas.

Reconhecimento facial apanha ladrões na China. A nova tecnologia de inteligência artificia nos últimos dois meses, capturar três fugitivos da justiça. Estavam em concertos da super-estrela chinesa Jacky Cheung. A tecnologia é utilizada por “razões de segurança”. Naquele mesmo país já é usada para passar milhares de multas de trânsito e até para que, nas aulas, os professores possam saber se os alunos estão atentos ou não. 

O caldo entre Estados Unidos da América e Coreia do Norte voltou a entornar-se. Já não há cimeira e os americanos dizem que estão prontos para a guerra.

Lisboa e o Turismo. O “New York Times” publicou um equilibrado artigo sobre o arrendamento em Lisboa depois da recuperação da crise das dívidas que assolou a Europa. Vale a pena porque torna claro e mostra o que, por vezes, de tão perto, não se vê. “Qual o preço a pagar pelos que vivem em Lisboa?”, pergunta.

Morgan Freeman é acusado de abuso sexual por oito mulheres. O ator, de 80 anos, foi envolvido no processo de assédio sexual numa história tornada pública pela CNN.

António-Pedro Vasconcelos demitiu-se da SECA. O realizador desvinculou-se formalmente esta quinta-feira da Secção Especializada de Cinema (SECA) do Conselho Nacional de Cultura. O cineasta repudia a posição do Instituto Cinema e Audiovisual (ICA) ao ter esta semana excluído da Secção Especializada de Cinema (SECA) José Carlos de Oliveira, o representante da associação de realizadores ARCA.

Começa hoje a Feira do Livro de Lisboa. No “Diário de Notícias” chama-se a atenção para a pouca importância dada a José Saramago quando passam 20 anos desde que ganhou o Prémio Nobel. Mas há mais expositores e novos horários. Saiba também o que é a Hora H, quando os livros têm descontos de, pelo menos, 50%.

Martín Berasategui vai abrir um restaurante em Lisboa. O super chef do País Basco conta com oito estrelas Michelin ao todo. Três mais três mais duas, recorde da Península Ibérica. E em outubro abre na Torre Vasco da Gama, ao Parque das Nações, em Lisboa, o restaurante Fifty Seconds. A notícia está no “Público”. O perfil e a entrevista pode ler-se sábado na Revista do Expresso. Também aí se sabe como será o novo restaurante ainda em construção.

David Fonseca tem disco novo, “Radio Gemini”. E foi entrevistado pela BLITZ. Nunca iria ao Festival da Canção, diz.

FRASES

“Sei que posso pôr o Sporting muito forte”. Frederico Varandas, ex-diretor clínico e candidato a presidente do Sporting, no “Record”

“Quando o PS se apoia na direita, o nosso eleitorado afasta-se”. Duarte Cordeiro, nº 2 da Câmara de Lisboa, no jornal “i”

“Depois da Coca Cola viria a minissaia, a pílula e sabe Deus que mais”. Maria Filomena Mónica no “DN”

“A forma como trabalhamos não é funcional”. José Soares no “Jornal de Negócios”

O QUE ANDO A LER

Como bem notou António Guerreiro em artigo no “Público”, a nova gastronomia parece ser coisa cheia de regras e de um totalitarismo a toda a prova. É isso mesmo que David Changprocura mostrar na série “Mind of a Chef”, disponível no Netflix. Os conceitos de local, frescura e autenticidade são derrotados em toda a linha, contra muito do que defendem os restaurantes mais em moda. Mas há exceções, e nem sempre foi assim. Para isso vale a pena voltar a “Cozinha Confidencial” de Anthony Bourdain (que é o narrador de “Mind of a Chef”), memórias de sexo, drogas e fornos a escaldar contadas pelo cozinheiro que em Lisboa prefere as roulottes de bifanas ao fine dining.

Também nesse sentido, não se pode perder “Portugal Lambareiro”, uma recolha etnográfica de Guilherme Felgueiras das receitas de doces portugueses produzidas há muito mas só agora publicadas pelo Círculo de Leitores.

Para leituras mais mainstream recomendo “Os Ricos” de Maria Filomena Mónica. Nem todos são iguais (Esfera dos Livros). E também “Cebola Crua com Sal e Broa” onde Miguel Sousa Tavares narra a sua visão do país e do mundo desde a tenra infância até à dura maturidade.

Tenha um bom dia. Acompanhe toda a informação no Expresso Online. Às 18 horas à Expresso Diário. Amanhã estará nas bancas o semanário.

Portugal | Juiz do caso EDP volta a impedir escrutínio de contas e impostos de Mexia


Em outubro de 2017, o juiz Ivo Rosa já tinha rejeitado uma primeira tentativa de levantamento do sigilo bancário e fiscal dos dois gestores da EDP, António Mexia e João Manso Neto

Ivo Rosa, o juiz de instrução criminal responsável pelo caso EDP, voltou, tal como já havia feito em outubro do ano passado, a impedir que o Ministério Público utilize os dados bancários e fiscais de António Mexia e João Manso Neto, na investigação às suspeitas de corrupção e de favorecimento à empresa elétrica nos contratos de Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) com o Estado, conta o “Público” esta sexta-feira.

Segundo um despacho datado de 23 de maio, a que o matutino teve acesso, Ivo Rosa considerou irregulares os despachos do Ministério Público que permitiram aos investigadores Carlos Casimiro e Hugo Neto obterem do Banco de Portugal e da Autoridade Tributária a informação bancária e fiscal do presidente e do administrador executivo da EDP.

“As informações bancárias em causa, assim como as fiscais” deverão ser “desentranhadas [dos autos] e acondicionadas em envelope fechado até ao trânsito em julgado deste despacho”, lê-se no documento.

Ou seja: toda a informação que o BdP enviou sobre as contas bancárias de Mexia e de João Manso Neto, gestores da EDP, aos procuradores, quer a informação enviada pelo fisco, devem ficar fora do alcance da investigação, tal como requereu a defesa dos responsáveis da companhia elétrica. Fonte do Ministério Público garantiu à “Renascença” que os investigadores vão recorrer da decisão do juiz Ivo Rosa.

Em outubro de 2017, lembremos, o juiz Ivo Rosa já tinha rejeitado uma primeira tentativa de levantamento do sigilo bancário e fiscal dos dois gestores da EDP, António Mexia e João Manso Neto, considerando irregular o despacho do MP com essas solicitações às instituições bancárias e à Autoridade Tributária.

Expresso | Luís Barra

Sporting | O que está à vista e a opacidade de vinganças e interesses não revelados


É deplorável assistirmos ao que está acontecendo no Sporting. Bruno Carvalho, o ainda presidente, tem muitas responsabilidades pelo que ocorre, o que não invalida também podermos interpretar que existem interesses obscuros que querem apossar-se com opacidade do grande clube centenário.

Ontem, quinta-feira, muito aconteceu no clube de Alvalade. Apresentamos no PG a cronologia. A comunicação social está em força com as “novas” acerca do que acontece, do que dizem, do que fazem na toca do leão. Há títulos a que pode aceder no Notícias ao Minuto para se atualizar. Deixamos alguns:


Nas televisões vimos na noite passada que não aprenderam nada com o que vem acontecendo nas palavras que certos e incertos comentadores usam. A cultura dos disparates e do ódio permanece frente às câmaras durante horas infindas. Ao serviço de quem alguns comentadores estão é o que estamos para saber. Alguns deviam de ser criminalmente responsabilizados pelo que concorrem a favor da violência no desporto rei, o futebol. As próprias operadoras das televisões também, por transmitirem para além da exaustão tanto lixo. A pacificação do desporto urge, do futebol ainda mais, do Sporting é premente. (PG)

A cronologia de uma quinta-feira decisiva para o futuro do Sporting

Os órgãos sociais do Sporting reuniram-se, esta quinta-feira, para debater o futuro imediato dos leões.

Os órgãos sociais do Sporting reuniram-se, esta quinta-feira, para debater o futuro imediato dos leões, dois dias depois de um encontro inconclusivo, na sequência das agressões a futebolistas do clube na semana anterior.

Acompanhe ao minuto as principais incidências de mais um dia que promete ser 'escaldante' no interior e nas imediações do Estádio de Alvalade.

23h25: Bruno de Carvalho reagiu, no Auditório Artur Agostinho, à Assembleia-Geral Extraordinária pedida por Jaime Marta Soares. 

22h: Jaime Marta Soares anunciou uma Assembleia-Geral Extraordinária de destituição

19h07: Jaime Marta Soares já chegou a Alvalade para dar início à reunião com a Conselho Diretivo.

17h14: Bruno Fernandes terá exigido 4 milhões para continuar no Sporting.

15h04: Sporting lamenta demissão "inusitada" de Frederico Varandas.

13h12: Conselho Diretivo do Sporting diz não estar apegado ao poder.

12h32: "O Sporting está doente. Vou tratá-lo e depois torná-lo mais forte". Novas declarações de Frederico Varandas.

11h41: "Custa-me ver o clube assim e não consigo fazer mais parte disto". Frederico Varandas candidato à presidência se houver eleições.

10h44: Piccini e Bruno Fernandes aplaudem a candidatura de Frederico Varandas.

09h48: Frederico Varandas é candidato à presidência do Sporting.

8h00: Dia 'D' no Sporting: Do terror em Alcochete à reunião das decisões.

Notícias ao Minuto

Feira do Livro de Lisboa abre hoje e com novo horário de encerramento


A 88.ª Feira do Livro de Lisboa abre hoje, no Parque Eduardo VII, com mais oito pavilhões, mais 25 marcas editoriais, mais espaços de sombra e com a antecipação da hora de encerramento para as 22h00.

A edição deste ano decorre até dia 13 de junho e conta com um total de 294 pavilhões e com a presença de 626 marcas editoriais/editoras, ocupando 23 mil metros quadrados, ou seja, mais 3.000 metros quadrados do que em 2017, revelou o secretário-geral da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Bruno Pacheco, na apresentação do certame.

Uma das principais novidades é a hora de encerramento da feira de segunda a quinta-feira, que passa das 23:00 para as 22:00, o que faz com que a "Hora H" - momento de descontos especiais -- seja também antecipada uma hora, respondendo assim a um apelo dos editores, que consideram ser um horário mais adequado para famílias com crianças.

Outra novidade deste ano é a mais do que duplicação das áreas de sombra, que se alargam a todas as zonas de descanso, como praças, áreas de alimentação e zona do passadiço onde estão localizadas as esplanadas, segundo o diretor da feira, Pedro Pereira da Silva.

Esta edição vai contar também com um espaço 'selfie', para tirar e partilhar fotografias panorâmicas da cidade, e com uma nova coleção de 'merchandising', na qual a cortiça estará presente.

No recinto estará patente uma exposição retrospetiva de todas as edições da feira, intitulada "88 anos de imagens com história", onde se poderá revisitar o certame desde o início dos anos 30 do século XX, quando se realizava no Rossio.

A feira foi aumentada para norte e para oeste, onde ficará a zona de ´showcooking`, que regressa reforçada em relação a 2017, e contará com uma arruada de leitura para os mais jovens que pretende mobilizar também as famílias, no âmbito do Plano Nacional de Leitura.

O 'site' da feira do livro, que na edição de 2017 registou mais de 150.000 visitas por dia, continuará a disponibilizar toda a programação diária do certame.

Lusa | em Notícias ao Minuto

Investigadores defendem plataforma agregadora de documentação histórica sobre Timor-Leste


Porto, 24 mai (Lusa) -- Investigadores portugueses defenderam hoje no Porto a criação de uma plataforma que agregue documentação histórica existente sobre Timor-Leste, muita ainda desconhecida, que está nas mãos de privados, e outra que se encontra dispersa um pouco por todo o mundo.

No âmbito do 1.º Colóquio Internacional "Memória & História -- os Arquivos de e para Timor", a decorrer hoje na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), a diretora do departamento de História e Estudos Políticos Internacionais daquela Faculdade, Inês Amorim, salientou a necessidade de "criar pontes entre os diferentes interessados daquilo que é a valorização da memória, escrita e oral" de Timor-Leste.

"Com exceção do Arquivo Nacional de Timor, os documentos que existem foram criados por ocidentais e dependem de instâncias ocidentais", disse a responsável, acrescentando que "são muitas as instituições que têm zelado e procuram tudo isto".

Luís Pinto, coordenador deste colóquio, afirmou que "qualquer tentativa de inventariar a documentação existente exige colaboração internacional".

"Há períodos diferentes [na história de Timor-Leste] e para os quais há coisas que são tratadas, coisas que se conhecem, coisas que estão digitalizadas e a dificuldade é a dispersão", porque os investigadores "trabalham em países diferentes, estão muito afastados uns dos outros e muitas vezes têm acesso a documentação em línguas diferentes".

Para Luís Pinto, "tudo isto levanta problemas", quer para os investigadores, em geral, quer para os estudantes e futuros investigadores timorenses, em particular.

"A ideia é juntarmos esforços, ficarmos todos uns a saber o que os todos fazem, nos outros países e, eventualmente pormos coisa 'online', sem bem que já há muita documentação na Internet, para disponibilizar, essencialmente aos timorenses", frisou.

O investigador apontou como "um bom exemplo do que se poderia fazer" o trabalho desenvolvido pela The Clearing House for Archival Records on Timor (CHART), uma organização sem fins lucrativos australiana que "começou a procurar entre ativistas" do seu país "o que havia de publicações periódicas, boletins, documentação e cartas" sobre Timor, digitalizando "tudo isso" e disponibilizando essa informação na Internet.

"A história faz-se, mas é feita por todos e precisamos de ter os materiais", disse Luís Pinto, para quem este terá de ser o 1.º de muitos outros colóquios sobre este tema, uma vez que "isto não fica nem por sombras resolvido agora, isto é um mundo sem fim de descobrir as coisas, entre documentação indonésia, do Japão, as coisas que estão nas mãos de privados e que ainda não se conhecem".

A diretora da FLUP, Fernanda Ribeiro, destacou a importância e a ligação da instituição de ensino superior ao tema, afirmando que a Faculdade "está disponível para colaborar com Timor" nesta matéria, relembrando que havia uma proposta de criar um curso superior no território para "preparar profissionais para arquivo".

Neste encontro, o historiador Fernando Augusto de Figueiredo relatou ter encontrado documentação importante da história de Timor em instituições como o Arquivo Nacional Ultramarino (Lisboa), Torre do Tombo (Lisboa), Sociedade de Geografia de Lisboa, Arquivo Histórico-Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Biblioteca da Ajuda, Academia das Ciências, bem como nos arquivos de Goa, da Austrália, de Londres, de Haia e de Timor.

Referiu ainda que, apesar de não conhecer os conteúdos, sabe que existe documentação que poderá ser relevante para a história de Timor-Leste no arquivo do Banco Nacional Ultramarino (BNU), no arquivo do Vaticano, além do que existirá, mas que não está disponível para consulta, nos arquivos indonésios.

O jornalista Max Stahl, que filmou e divulgou ao mundo o massacre no cemitério de Santa Cruz, em Díli, a 12 de novembro de 1991, marca presença neste colóquio, falando sobre o seu Centro Audiovisual em Timor, onde tenta preservar e divulgar uma coleção de documentos audiovisuais sobre o território.

JAP // EL

Timorense-australiana condenada à morte na Malásia por tráfico de droga


Uma timorense-australiana, Maria Pinto Exposto, foi quinta-feira condenada à morte por enforcamento na Malásia, por tráfico de droga, depois de um tribunal de recurso reverter a absolvição da primeira instância.

Na decisão, o Tribunal de Recurso em Kuala Lumpur deliberou, por unanimidade, reverter a decisão tomada há cinco meses, considerando Maria Pinto Exposto culpada dos crimes de que era acusada.

"Vemos os méritos do recurso [da procuradoria], reconhecemos o recurso (...) e consideramo-la culpada. A única pena de acordo com a lei é morte por enforcamento", refere o acórdão dos juízes.

Shafee Abdullah, advogado da timorense-australiana, disse aos jornalistas que vai recorrer desta decisão para uma instância superior.

Exposto, de 54 anos, e residente no subúrbio de Liverpool, Inglaterra, continuava detida na Malásia apesar de em dezembro ter sido absolvida do crime de tráfico de droga.

Essa decisão, que surpreendeu observadores judiciais, marca um caso que remonta a 2014 quando Exposto foi apanhada com um quilo de metanfetamina na mala quando chegou a Kuala Lumpur num voo da China.

Na primeira instância, o juiz aceitou a versão da defesa de que Exposto não tinha conhecimento das drogas e que tinha sido enganada por um namorado que conheceu online, declarando a sua absolvição e permitindo que seguisse viagem para a Austrália.
Lusa | em Notícias ao Minuto

Na foto: Maria Pinto Exposto / Lusa

Decisão dos EUA de anular cimeira "extremamente lamentável" diz Pyongyang


A Coreia do Norte indicou, na sexta-feira, que continua aberta ao diálogo com os EUA, depois de o Pesidente norte-americano ter anulado a cimeira entre os dois países, o que Pyongyang considerou uma decisão "extremamente lamentável".

"Reiteramos aos EUA a nossa determinação de nos sentarmos cara a cara, a qualquer momento e da maneira que for, para resolver este problema", declarou Kim Kye Gwan, o primeiro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano ,em comunicado divulgado pela agência noticiosa oficial do país, KCNA.

"O anúncio abrupto da anulação da reunião foi inesperado para nós e só o podemos qualificar de extremamente lamentável", acrescentou.

Trump cancelou quinta-feira a cimeira com Kim Jong-un, prevista para 12 de junho em Singapura, invocando uma "raiva tremenda e hostilidade aberta" por parte da Coreia do Norte.

Lusa | em Notícias ao Minuto

Pentágono diz estar pronto para atacar Coreia do Norte esta noite


O Pentágono garantiu hoje estar preparado para atacar a Coreia do Norte "já esta noite", pouco depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter afirmado o mesmo, após cancelar a sua cimeira com o seu homólogo norte-coreano, Kim Jong-un.

"Continuaremos com a nossa campanha de máxima pressão -- isso não mudou. Sobre se estamos preparados para lutar já esta noite, sim -- sempre foi assim", declarou a porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Dana White, numa conferência de imprensa no Pentágono.

Inquirida sobre o papel da pasta da Defesa nas negociações com Pyongyang, a porta-voz respondeu que o objetivo do Pentágono sempre foi "apoiar os esforços diplomáticos" de Washington, mas reconheceu a importância das Forças Armadas na estratégia da Casa Branca quanto à Coreia do Norte.

"Trata-se de uma política do Governo: são as sanções, é o aspeto económico, o diplomático, o militar. A campanha de máxima pressão envolve todo o Governo", explicou.

Em relação ao aspeto militar, o tenente-general Kenneth McKenzie, diretor do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, indicou que a intenção do Pentágono é manter tanto o seu destacamento de tropas na zona como as manobras que estão agendadas com os seus aliados japoneses e sul-coreanos.

Em qualquer caso, McKenzie sublinhou que, apesar do otimismo que tinha despertado a histórica cimeira que Trump e Kim Jong-un iam realizar a 12 de junho em Singapura, ou a anunciada destruição de instalações nucleares por parte de Pyongyang, a posição do Departamento de Defesa nunca mudou.

Embora a porta-voz do Pentágono tenha admitido que, até agora, o secretário da Defesa norte-americano, James Mattis, se mostrara "prudentemente otimista" quanto ao desenlace das negociações entre os dois países, McKenzie garantiu que em nenhum momento o Pentágono mudou de posição.

"Nem quando a cimeira começou a tomar forma, nem agora", declarou.

Apesar disso, tal como fez o próprio Trump, também a porta-voz do Pentágono quis deixar as portas abertas à possibilidade de o encontro entre os dois líderes se realizar futuramente.

"Isto não é o fim, é o princípio", frisou.

Trump assegurou hoje que o Pentágono "está preparado" para o caso de ser necessário tomar medidas militares contra a Coreia do Norte, se o regime norte-coreano responder ao cancelamento da cimeira bilateral com gestos "ingénuos ou imprudentes".

Na Casa Branca, pouco depois de anunciar o cancelamento da sua cimeira com Kim Jong-un, o chefe de Estado advertiu de que as Forças Armadas norte-americanas "são de longe as mais poderosas do mundo" e garantiu estar em contacto com a Coreia do Sul e o Japão para a eventualidade de ser necessária uma atuação conjunta.

"Penso que este é um grande revés para a Coreia do Norte e um grande revés para o mundo", disse Trump sobre a sua decisão de cancelar a cimeira que tinha agendada com Kim em Singapura.

Lusa | em Notícias ao Minuto

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