sexta-feira, 6 de maio de 2022

A GUERRA E A HECATOMBE A LESTE, A LENTA DERROCADA DA UE A OCIDENTE

Operação de salvamento em Mariupol está em curso, diz a Ucrânia. ONU indica que já foram resgatados quase 500 civis

Está a decorrer esta sexta-feira uma nova operação para resgatar civis de Azovstal, na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia. O Ministério da Defesa britânico diz, no entanto, que continuam os ataques das forças russas à fábrica siderúrgica.

Amnistia Internacional diz que tropas russas cometeram crimes de guerra

A Amnistia Internacional divulgou esta sexta-feira um relatório, com os resultados de uma investigação no terreno, em que defende que as forças russas têm de enfrentar a justiça por crimes de guerra cometidos nas regiões noroeste da Ucrânia.

O documento "'He´s not coming back': War Crimes in Northwet Areas of Kyiv Oblast" ("'Ele não vai regressar': Crimes de Guerra no Noroeste da Província de Kiev" reporta os resultados da investigação que segundo a organização de defesa de direitos humanos com sede em Londres indica que foram cometidos crimes de guerra em solo ucraniano pelas forças russas.

Os testemunhos de dezenas de pessoas e a recolha de provas referem-se a bombardeamentos totalmente ilegais contra civis em Borodyanka e execuções sumárias nas cidades de Bucha, Andriivka, Zdyzhivka e Vorzel.

A delegação da Amnistia Internacional (AI) esteve na região nos últimos dias, onde registou os testemunhos dos sobreviventes e familiares das vítimas assim como manteve contactos com elementos da Administração ucraniana.

"O padrão dos crimes cometidos pelas forças da Rússia que nós documentamos incluem ataques ilegais e a matança intencional de civis", disse a secretária-geral da AI, Agnès Callamard.

"Mantivemos encontros com as famílias cujos membros foram assassinados em horríveis ataques ou cujas vidas mudaram para sempre por causa da invasão da Rússia. Nós apoiamos os pedidos de justiça dessas pessoas e apelamos às autoridades ucranianas, ao Tribunal Penal Internacional e outras instâncias para que as provas sejam mantidas para que possam apoiar futuras queixas por crimes de guerra", disse Callamard.

"É fundamental que todos os responsáveis, incluindo a cadeia de comando seja levada à justiça", disse ainda a secretária-geral da organização.

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Rússia afirma que mísseis destruíram um grande depósito de munições na cidade ucraniana de Kramatorsk

O Ministério da Defesa da Rússia fez saber, esta sexta-feira, que mísseis russos destruíram um grande depósito de munições na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, segundo a Reuters.

As autoridades russas indicam que as defesas aéreas russas derrubaram dois aviões de guerra ucranianos: Su-25 e um MiG-29, na região leste de Lugansk.

Alemanha vai enviar obuses autopropulsados ​​para a Ucrânia

A Alemanha vai enviar sete obuses autopropulsados ​​para a Ucrânia, anunciou, esta sexta-feira, o Ministério da Defesa alemão, aumentando, assim, as entregas de armamento pesado para ajudar Kiev no combate às forças russas.

Não foram divulgadas datas de entrega deste material militar.

Na próxima semana, os soldados ucranianos devem começar a treinar na Alemanha o manuseamento destes obuses.

AFP

Operação de salvamento em Mariupol está em curso, diz a Ucrânia. Já foram resgatados quase 500 civis

O chefe da equipa presidencial ucraniano, Andriy Yermak, confirma uma nova operação para resgatar civis no complexo siderúrgico Azovstal, segundo a Reuters.

A nova operação de "resgate do nosso povo de Azovstal está em curso, atualmente". "Informações sobre os resultados serão fornecidas posteriormente", acrescentou Yermak.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, indicou que já foram resgatados quase 500 civis do complexo industrial, de Mariupol e dos arredores da cidade portuária.

Forças russas continuam a atacar Azovstal, diz Reino Unido

O Ministério da Defesa britânico informa. esta sexta-feira, que continuam os ataques das forças russas à fábrica siderúrgica, apesar da promessa da Rússia de um cessar-fogo até sábado para retirar civis de Azovstal.

No mais recente relatório sobre a situação no terreno, os serviços de informações do Ministério da defesa do Reino Unido indicam que "continuam o ataque terrestre das forças russas" no complexo industrial de Mariupol.

Está prevista nova operação humanitária em Mariupol para retirar civis do "inferno sombrio"

Prevê-se para esta sexta-feira uma nova operação humanitária em Mariupol para retirar civis do "inferno sombrio" da fábrica siderúrgica da cidade, onde se mantém os combatentes ucranianos que resistem contra as forças russas.

A Rússia anunciou um cessar-fogo de três dias, de quinta-feira até sábado, mas um comandante ucraniano disse que ainda há combates intensos no extenso complexo de Azovstal, onde centenas de soldados e civis estão escondidos há semanas.

Dez semanas depois de uma guerra que matou milhares, destruiu cidades deslocou mais de 13 milhões de pessoas, a Rússia concentrou os seus esforços no leste e no sul da Ucrânia, e pretendde assumir o controlo total da agora arrasada Mariupol seria uma grande vitória para Moscovo.

Os veículos da operação humanitária devem chegar esta manhã, "esperançosamente, para receber os civis que permanecem naquele inferno sombrio", disse o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, numa conferência de doadores da Ucrânia em Varsóvia na quinta-feira.

O autarca de Mariupol estima que cerca de 200 civis permanecem retidos nos túneis subterrâneos da fábrica.

AFP

Susete Henriques | Diário de Notícias | imegem: © EPA/OLEG PETRASYUK

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