segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Presidenciais? Já? Luís Marques Mendes pode ser útil ao país? Como, se nunca o foi?!

Inspirados numa frase proferida por Luís Marques Mendes, sem rodriguinhos, o título diz tudo. Os mesmos de sempre são uma avantajada parte daqueles que integram o quadro de fartum que Zeca Afonso canta e cantará na denúncia de que “eles comem tudo… e não deixam nada”. Pensando melhor até deixam. 

Sim, deixam as escórias, os restos, as migalhas, as esmolas e as pegadas que fazem com que a maioria muito maioritária dos portugueses mal sobrevivam na miséria, na pobreza, no trabalho indigno e esclavagista propiciado por salários igualmente indignos… A lista é muito longa.

Luís Marques Mendes tem estatura para ser Presidente da República? Muitos dizem que não e que homem pequenino é velhaco ou dançarino. Sabe-se que ele nada tem de dançarino… O tempo assim confirmou e assim confirmará? Veremos.

O Curto do Expresso a seguir, com interesse mesmo quando parece que não interessa.

Aprender, aprender sempre. Pensemos. Não dói nada.

Bom dia. Boa semana. Não sabemos bem como mas…

MM | Redação PG


Foi você que pediu um candidato a Belém?

Miguel Prado, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia.

A rentrée política está aí. E deverá animar nos próximos dias. Da noite que passou veio a disponibilidade de Luís Marques Mendes para se candidatar à Presidência da República, esta segunda-feira arranca a universidade de verão do PSD, e daqui por uns dias, na sexta-feira, será a vez de o PCP, na Festa do Avante!, apontar as suas prioridades de batalha para os tempos que se avizinham.

“Se um dia perceber que com uma candidatura à Presidência da República serei útil ao país tomo essa decisão”, afirmou Luís Marques Mendes, comentador televisivo (e também membro do Conselho de Estado), no seu habitual espaço semanal na SIC. Mas ressalvou que tal não passa de uma hipótese. “Nunca na minha vida falei com Luís Montenegro sobre eleições presidenciais, não há nada a falar, não há qualquer acordo”, notou Marques Mendes.

E não há pressa também. Eleições presidenciais só em janeiro de 2026 e antes disso muita tinta correrá, e vários resultados eleitorais pelo meio agitarão o quadro político nacional, incluindo as eleições na Madeira já em setembro, as europeias em meados do próximo ano e as autárquicas no outono de 2025.

Se as europeias poderão ser um teste às lideranças dos dois maiores partidos portugueses, é, para já, com o curto prazo que António Costa e Luís Montenegro terão de se preocupar. O PSD arranca esta segunda-feira com a sua Universidade de Verão, onde o presidente da JSD, Alexandre Poço, o secretário-geral dos sociais-democratas, Hugo Soares, e o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, protagonizarão os primeiros discursos.

Pela iniciativa laranja passarão também Paulo Portas (na terça-feira) e Cecília Meireles (na quinta-feira), entre outros oradores que irão entreter uma centena de jovens em Castelo de Vide, numa agenda que debaterá a habitação, ensino, saúde, alterações climáticas e a Europa.

Luís Montenegro encerrará a Universidade de Verão no domingo, horas antes de, mais a Sul, Paulo Raimundo proferir o discurso de fecho da Festa do Avante!, que arrancará na sexta-feira no Seixal, marcando a rentrée do Partido Comunista Português.

Depois das férias, e com o arranque dos trabalhos parlamentares apenas agendado para 6 de setembro, com a Conferência de Líderes, o governo de António Costa continuará sob pressão no dossiê da habitação. Este fim-de-semana o primeiro-ministro recusou comentar o veto de Marcelo Rebelo de Sousa ao pacote Mais Habitação, alegando que fora de Portugal não comenta política interna.

Pode ler mais sobre a reanimada política nacional aqui, onde lhe falamos da rentrée, de Portas, de Marques Mendes e ainda de Durão Barroso.

Com as taxas de juro a subir (e, como mostrou o simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos, a escalada pode continuar), o custo do crédito à habitação tenderá a agravar-se, pressionando um mercado habitacional já a ferver (não é exclusivo de Portugal: na Alemanha o SPD planeia propor um congelamento de rendas por três anos). O tema continuará na ordem do dia. Na nossa rubrica multimédia Minuto Consumidor explicamos-lhe como funciona o programa “Arrendar para Sub-arrendar”. E esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística divulgará novos dados sobre a avaliação bancária das casas em julho, enquanto o Banco de Portugal atualizará os seus números sobre empréstimos e depósitos bancários. É uma conjuntura desafiante para o Governo, a somar à pressão social de maiores reivindicações dos trabalhadores: como aqui lhe contamos, as greves contabilizadas até junho são já 85% do total registado no ano passado.

Olhando lá para fora, nota para a mensagem firme de Joe Biden de que nos Estados Unidos “não há espaço para o supremacismo branco”, depois de no sábado um jovem branco de 21 anos ter assassinado três pessoas negras em Jacksonville, na Flórida. Esta segunda-feira passam 60 anos do histórico discurso de Martin Luther King em Washington DC pelo fim da discriminação racial. “I have a dream”, repetiu, e a frase ecoou pelo mundo fora durante décadas. No sábado milhares de cidadãos juntaram-se para assinalar a efeméride e, como reportou o “New York Times”, lembrar que aquele sonho é uma obra inacabada, que a brutalidade da polícia continua e que a liberdade e igualdade preconizadas por Luther King ainda não estão totalmente cumpridas.

OUTRAS NOTÍCIAS:

Economia. A agência Fitch confirmou a notação financeira da NOS com o rating BBB (crédito de qualidade, o último degrau antes da classificação de investimento especulativo), informou esta segunda-feira a operadora de telecomunicações. Num outro comunicado à CMVM, o Banco Montepio anunciou a conclusão da venda dos 29,2% que ainda tinha no Finibanco Angola por cerca de 10 milhões de euros. Não perca ainda o mais recente episódio da nossa rubrica multimédia 2:59, onde explicamos o que mudou nos certificados de aforro.

Incêndios. Um fogo em Sintra na noite de domingo mobilizou mais de 100 bombeiros, acabando por entrar em fase de resolução já durante a madrugada. Esta segunda-feira há 38 concelhos do país em perigo máximo de incêndio, segundo o IPMA.

Desporto. O Sporting bateu o Famalicão por 1-0, garantindo a terceira vitória em três jogos no arranque da Primeira Liga (pode ler aqui na Tribuna a crónica sobre o triunfo leonino). Esta segunda-feira o Futebol Clube do Porto desloca-se a Vila do Conde para tentar, perante o Rio Ave, fazer o mesmo.

Ensino superior. Mais de 49 mil estudantes garantiram colocação na universidade, e mais de metade deles conseguiram-no na sua primeira opção. Também pode conhecer aqui algumas curiosidades sobre as colocações deste ano. E leia ainda a opinião do reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, sobre os desafios da educação universitária.

CPLP. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa teve este domingo a sua 14ª cimeira. Uma das intenções do bloco é aumentar a mobilidade dos jovens, com Portugal a sugerir um “Erasmus lusófono”. E o presidente brasileiro, Lula da Silva, defendeu o português como língua oficial das Nações Unidas.

FRASES:

“Não há espaço para o supremacismo branco nos Estados Unidos”

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos da América, em reação ao atentado que matou três pessoas negras em Jacksonville, na Flórida

“Nos tempos que correm está sempre no centro das nossas atenções o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, relativamente ao qual temos vindo a assumir posições muito claras de condenação à agressão e ocupação de territórios de um Estado soberano, da necessidade de se pôr fim à guerra e se resolverem os diferendos existentes por via negocial para pôr fim à guerra e conseguir uma paz duradoura”

João Lourenço, presidente de Angola, na cimeira da CPLP

“Na Impresa o comentário e a análise só têm um dono e apenas responsabilizam quem os proferir”

Francisco Pedro Balsemão, presidente executivo da Impresa, em artigo de opinião no “Público”, em resposta a críticas do empresário Mário Ferreira

PODCASTS A NÃO PERDER

O que são as reparações históricas? Faz sentido apresentar desculpas por erros dos antepassados e devolver obras de arte? Numa altura em que várias antigas potências coloniais pedem desculpa ou devolvem património aos territórios anteriormente colonizados, Portugal, assim como Espanha e a coroa britânica, ficam em silêncio sobre o seu passado esclavagista e colonizador. Mas fará algum sentido apresentar desculpas por erros dos antepassados? Perguntas para o último de quatro episódios de Pretérito Imperfeito, podcast narrativo de Amélia Moura Ramos sobre os Descobrimentos à luz do século XXI.

Marcelo e Costa: “um duelo infanto-institucional”. Miguel Sousa Tavares de Viva Voz vê a coabitação política transformada num jogo de ping-pong em que a impulsividade de Marcelo Rebelo de Sousa é contrariada pela ponderação estratégica de António Costa. A vida política dominada por um "duelo infanto-institucional", nas palavras do cronista, o que garante são dois anos e meio de instabilidade. 

1989: o ano em que dissemos adeus a Lenine. É o ano dos massacres de Tiananmen, em Pequim, do acordo para um cessar-fogo em Angola, do anúncio do fim da Guerra Fria por Bush e Gorbachev. Mas é a noite de 9 de novembro de 1989, quando se dá a queda do Muro de Berlim, que Cristina Figueiredo revive neste Liberdade Para Pensar, através das memórias de Zita Seabra (que foi expulsa do PCP e deixou a ideologia comunista precisamente nesse ano), de António Pedro Ferreira e de José Cardoso, hoje os jornalistas mais antigos do Expresso e que acompanharam esse extraordinário acontecimento para o jornal.

O QUE ANDO A LER (E A VER):

Levei para as férias o livro “Dubliners”, de James Joyce, uma compilação de histórias de diversas personagens da vida da capital irlandesa no início do século XX. Também tenho em curso a leitura de “Climate Capitalism”, o primeiro livro de Akshat Rathi, jornalista da Bloomberg especializado na área do clima, e que se debruça sobre algumas das soluções de descarbonização que estão a transformar o mundo e a atrair avultados investimentos por parte de algumas potências globais, como é o caso da aposta da China na mobilidade elétrica e nas baterias. E no pequeno ecrã vi há dias “Painkiller”, que tem como protagonista o ator Matthew Broderick, no papel de Richard Sackler, o empresário e gestor que liderou a Purdue Pharma. A mini-série conta a história da crise dos opióides nos Estados Unidos associada ao vício no medicamento Oxycontin. Vale muito a pena ver.

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