sábado, 26 de agosto de 2023

Um Herói do Mar nas Trincheiras -- Artur Queiroz

O guarda-costas português e o PR Marcelo na visita-propaganda à trincheira ucraniana

Artur Queiroz*, Luanda

Um míssil russo atingiu o monumental teatro, no centro da cidade ucraniana de Chernigov. A propaganda dos que fazem a guerra contra a Federação Russa até ao último ucraniano logo informou que morreram civis e entre estes, uma criança. No tempo em que os animais não falavam nas televisões e existiam jornalistas, a censura era uma coisa abominável e ninguém aceitava. Censura jamais! Em Fevereiro de 2022 o ocidente alargado decretou a censura aos Media russos e a tudo o que tenha a ver com o país. Os jornalistas apresentaram-se no distrito de recrutamento para serem mobilizados como censores. O jornalismo já estava moribundo. Nesse momento morreu mesmo de morte matada.

A Federação Russa anunciou em Fevereiro de 2022 que lançou uma “operação especial” para desarmar e desnazificar a Ucrânia, país cujo governo desencadeou uma limpeza étnica no Leste, região habitada por russos. Mandar armas para a Ucrânia é apostar tudo na guerra. Porque o Presidente Putin já disse e repetiu que a operação só acaba “quando os objectivos forem cumpridos”. Desarmar é um deles. Se mandam armas de pequeno e largo alcance, de baixo ou alto extermínio, a guerra continua. 

A questão da censura está tratada. A questão da limpeza étnica no Leste da Ucrânia pelos nazis de Kiev, desde 2014, também está resolvida. Falta arrumar a questão com esta pergunta: Quem vai ganhar a guerra, os que querem desarmar ou os que armam a Ucrânia?

O Banco Mundial acaba de divulgar que a economia russa já ultrapassou a alemã. Alemanha é o motor da União Europeia, gripou e o dinheiro voou. As potências ocidentais pensavam que impondo ilegalmente sanções à Federação Russa arrumavam a questão. Pelos vistos funcionou ao contrário. 

O estado terrorista mais perigoso do mundo tem o maior exército do mundo, 1,39 milhões de militares. O orçamento anual para manter a máquina de guerra é de 760 mil milhões de dólares. A segunda força militar mais poderosa do mundo é da Federação Russa (830 mil militares) mas tem uma Marinha mais poderosa do que os EUA. E o maior arsenal nuclear do mundo. De longe! 

As tropas e as armas dos EUA estão muito longe da Ucrânia. As armas e os militares da Federação Russa estão ali ao lado. em casa. Na sala de visitas. EUA e União Europeia servem-se do seu braço armado, a NATO (ou OTAN), para fazer guerra contra a Federação Russa até ao último ucraniano na Ucrânia. Alguns generais e oficiais superiores do bloco militar reaccionário e ofensivo estavam numa reunião de alto nível no teatro de Chernigov. Morreram algumas dezenas! A censura imposta pelos senhores da guerra não permite que isso se saiba. Tropas da OTAN (ou NATO) nem pensar! Os mísseis e os drones russos matam que se fartam!

Na cimeira da Crimeia que hoje aconteceu em Kiev, os grandes líderes mundiais falaram por videoconferência. Apareceram chefes de estado e de governo vizinhos, todos de extrema-direita (que é alimentada pelo racismo, não esqueçam). Estavam em casa. O ocidente mais ocidental mandou Marcelo Rebelo de Sousa. Um irmão. Um parceiro. Um correligionário. A arma secreta que faltava. Quando os russos souberam que Marcelo estava em Kiev fugiram espavoridos. Há milhares de soldados em fuga. Deixaram para trás as armas e as botas. Via rádio passaram a ordem: Fujam todos, está aí o Marcelo! E ainda estão a fugir.

O presidente de Portugal visitou Kiev de surpresa. Ninguém sabia de nada, uma visita mantida em segredo até à última hora. Por isso é que todas as televisões de Portugal o esperavam em Kiev. Até o Juca Magalhães se apresentou ao castigo! A arma secreta da guerra da OTAN (ou NATO) contra a Federação Russa entrou logo a matar: O massacre de Bucha existiu mesmo! Irpin também, nada de dúvidas.

Os russos entraram em pânico quando Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Moshchun e entrou nas trincheiras. As tropas russas aceleraram a debandada. Muitos soldados desmaiaram e outros paralisaram, tal era o terror. A CNN Portugal pôs o Juca Magalhães, “dopinha de mada” (sopinha de massa) a dizer que Marcelo foi o primeiro chefe de estado a entrar numa trincheira na Ucrânia! Os portugueses são sempre os primeiros em tudo.

Marcelo, de fato e gravata, saiu da trincheira e disse aos carregadores portugueses de câmaras e microfones: Isto fez-me regressar à I Guerra Mundial! Alguém lhe deu de beber no recato da trincheira porque o senhor nasceu em 1948, ano em que até já tinha terminado a II Guerra Mundial. Podia ter entrado nas trincheiras da Guerra Colonial mas o papá, ministro e governador do colonial-fascismo, “livrou” o filhote da guerra não fosse o diabo tecê-las. Assim o chefe supremo das forças armadas portuguesas fez o seu baptismo de guerra numa trincheira da Ucrânia. Este vai a marechal, como o Carmona! 

Depois de pôr os russos em debandada, Marcelo Rebelo de Sousa Inspeccionou quadros eléctricos num prédio em escombros e falou com uma senhora. O que sentiu quando este prédio foi bombardeado? Medo. E que idade tem? Apenas 70 anos. Ninguém lhe dá mais do que 69 anos e 11 meses! 

Da trincheira e do prédio em escombros Marcelo foi participar na cimeira sobre a Crimeia. Os russos despareceram, Sebastopol é uma cidade fantasma. Só se ouve por todo o lado: Está aí o Marcelo, fujam! Fujam! A Crimeia era um deserto. O príncipe Potemkine fez do território um paraíso. Desde então é Rússia, respira Rússia, canta e dança Rússia, bebe e come Rússia, fala russo, ama a Mãe Rússia. As elites ignorantes e corruptas do ocidente (Marcelo juntou-se a elas estrondosamente!) agora querem fazer de uma terra russa a alma, o coração, a cabeça, o tronco e os membros da Ucrânia. Loucura colectiva.

No local da cimeira da Crimeia soou o alarme. Vinham mísseis a caminho! Segundo alarme. Chefes de estado e de governo à rasca. Cândida Pinto, a mulher-a-dias que faz de repórter da RTP, perguntou a Marcelo: Teve medo? E ele espumando heroísmo pela boca, pelo nariz, pelos olhos, pelos ouvidos: As coisas são como são. Mas tem havido uma resposta integral da Ucrânia aos ataques russos. Os seguranças é que estão mais preocupados. Eu não.

O microfone da TSF avança para o nariz da arma secreta portuguesa. O herói do mar nas trincheiras da Ucrânia: A cimeira sobre a Ucrânia é importante, Depois enrolou a língua no palato e nos dentes: Não aceito a ocupação da Crimeia. Reafirmo-o. Não podemos separar a Crimeia da questão genérica da invasão russa. A linha da política externa portuguesa é esta. O agressor deve cessar a sua agressão. 

Senhor presidente convidou Zelenski a visitar Portugal? E a arma secreta portuguesa: Ele gosta de estar na frente de batalha! É militarmente sensível. Vai até ao fim do caminho. Aqui Marcelo tem razão. Os donos deram ao nazi de Kiev ordem para aguentar a guerra até ao último ucraniano. E ele com a grande sensibilidade que demonstra está a obedecer. E se o presidente português ficar nas trincheiras, dentro de dias o ocidente alargado está livre dos russos, esses comunistas danados!

O chefe dos portugueses ainda atirou com esta para os títulos dos jornais: As fronteiras da Ucrânia são as fronteiras de Portugal.

A CNN Portugal, sem se deter, foi ouvir o André Ventura, chefe dos racistas portugueses (racismo é o combustível da extrema-direita…). E o companheiro de jornada proclamou: Marcelo Rebelo de Sousa é o maior. Parabéns por ter ido à Ucrânia. Abaixo os comunistas. 

Este também vai para as trincheiras ucranianas e leva um cachecol do Benfica. Os portugueses são muito divertidos. Eu sou contra todos os nomeados. Mal comportado!

*Jornalista

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