sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Portugal | A VIDA CUSTA COSTA, PARA A GRANDE MAIORIA DOS PORTUGUESES

Portugal pede ajuda à Europa para resolver crise na habitação. Poupanças da pandemia já foram. Corridas de toiros regressam ao Campo Pequeno

Miguel Cadete, diretor-adjunto | Expresso (curto)

Bom dia!

Já está nas bancas mais uma edição do Expresso, também acessível a partir de uma assinatura digital.

E na manchete pode ler-se que António Costa quer ajuda da Comissão Europeia para a crise da habitação. O Governo de Portugal enviou uma carta a Ursula von der Leyen onde inclui a proposta a habitação, bem como a retenção de talentos, passem a constituir uma das prioridades da União Europeia. "A falta de oferta imobiliária é um problema em muitas cidades, e os encargos com habitação têm vindo a subir, ocupando já um espaço muito significativo no rendimento mensal das famílias europeias”, pelo que “a Comissão Europeia deve estar atenta ao problema da escassez e dos altos custos da habitação”, diz a missiva que o chefe do Executivo português enviou para a Comissão Europeia. Saiba ainda que o número de quartos disponíveis para estudantes caíu 14%. Com mais procura e menos oferta, os preços médios dos quartos aumentaram mais de 10% no último ano. Lisboa e Porto são as cidades mais caras, mas o fenómeno é transversal ao país.

Além da habitação, também crescem os problemas na educação. Os estudantes mais qualificados enveredam pela emigração que está a crescer mais depressa. Há países nórdicos com recorde de entradas de portugueses sobretudo porque o peso da renda da casa (ou a sua propriedade) nos baixos salários praticados em Portugal está a expulsar jovens do país e ameaça trazer uma nova vaga de emigração nos próximos anos.

Segundo o bastonário da Ordem dos Engenheiros, há empresas a dar apoios ao alojamento para não perderem mais trabalhadores. Para reter os engenheiro por cá, as empresas já lhes pagam a casa. A dificuldade sentida pelas empresas portuguesas em competirem com os salários propostos pelo mercado estrangeiro tem levado algumas a diversificarem o tipo de apoios que oferecem.

O futebol regressa à primeira página do Expresso, não por causa da Liga dos Campeões europeus - que ontem conheceu o seu sorteio - mas sim devido à candidatura de Luís Figo à presidência da federação Portuguesa de Futebol. O ex-jogador do Sporting, assim como do Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão, tem sido pressionado para concorrer às eleições de 2024 e estará perto de avançar. Segundo o Expresso apurou, o ex-jogador internacional terá sido abordado por pessoas ligadas ao mundo do futebol para avançar para o cargo e estará praticamente decidido. A FPF é liderada por Fernando Gomes desde 2011, e terá, em 2024, novo responsável máximo.

Ainda o desporto-rei: o tempo extra está a mudar o futebol. Os jogos estão maiores e os golos em período de compensação dispararam ( 251%) em relação à época anterior. Por que razão temos sempre jogos com mais de 100 minutos?

Na capa da Revista do Expresso encontra-se o matador de toiros Andrés Roca Rey. A sua rivalidade com Morante de la Puebla pode representar o derradeiro fôlego de um decadente mundo taurino. Mas, à sua boleia, as maiores praças de Espanha voltaram a ter lotação esgotada. Morante regressa ao Campo Pequeno esta quinta-feira atiçando a controvérsia qu e tem rodeado a tauromaquia, também em Portugal.

Aos 46 anos, Rodrigo da Costa tornou-se o português - oriundo da cidade de Chaves - que manda no Espaço. É ele quem lidera a Agência da União Europeia para o Programa Espacial, que emprega quase 300 pessoas, tem um orçamento anual de €1,5 mil milhões e controla sistemas estratégicos como o Galileo, de navegação por satélite, e o Copernicus, de observação da Terra. Um perfil.

È considerado um dos maiores escritores latino-americanos da atualidade. Juan Gabriel Vásquez fala ao Expresso da sua visão da literatura, dos anos que viveu em Paris e Barcelona, do regresso a uma Colômbia desde sempre marcada pela violência e da importância da ficção nas nossas vidas. “A ficção permite-nos antecipar o futuro”, diz.

Na primeira página do caderno de Economia fica-se a saber que os portugueses já gastaram a poupança da pandemia. A taxa de poupança das famílias atingiu 13,7% em 2020 mas recuou para 5,9% este ano. A almofada de segurança constituída pelas famílias portuguesas durante a pandemia de covid-19 já desapareceu. Num contexto de agravamento da fatura mensal de muitos agregados — por causa da subida dos preços e do agravamento das prestações do crédito à habitação —, e com poucos estímulos ao aforro — grandes bancos ainda têm depósitos a dar zero e a taxa de juros dos certificados baixou —, a taxa de poupança das famílias está num dos valores mais baixos deste século.

A procura mundial dos medicamentos para a diabetes que fazem emagrecer fez disparar o excedente comercial dinamarquês. Marcas como Ozempic e Victoza, da farmacêutica Novo Nordisk, têm provocado um excedente da balança corrente dinamarquesa (que contabiliza a diferença entre as exportações e as importações e recebimentos e envios de capital) calculado nos 12,8% do produto interno bruto (PIB) em 2022. É o 15º rácio mais elevado do mundo.

Educação, Saúde e Função Pública lideram greves. Depois de um recuo em 2020, a contestação social disparou. Inflação, salários e maioria alimentam greves no país.

Não esqueça a Opinião do Expresso que a partir desta semana se vê reforçada com o contributo de Sebastião Bugalho e Rui Tavares. Os dois escreveram na edição semanal que chega todas as sextas-feiras às bancas, mas também noutros formatos e plataformas ao longo da semana.

Tenha um bom fim de semana!

LER O EXPRESSO

Sem comentários:

Mais lidas da semana