terça-feira, 10 de outubro de 2023

Angola | Vidas Difíceis no Ocidente Falido – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A vida está difícil para o banditismo político e mediático. Os sicários da UNITA organizaram em Malange as suas jornadas parlamentares e o povo mostrou-lhes claramente que não se esqueceram de 1992, quando mataram e destruíram depois de perderem as eleições. As crianças que tiveram de fugir para Luanda, sem os pais, hoje cresceram. E não esqueceram os crimes de que foram vítimas. 

Adalberto ficou sem assunto e fez um discurso empolgante onde disse que a província tem terras férteis e os deputados do Galo Negro são tantos que “podem fazer uma grande revisão Constitucional”. Não podem mas deixaram a porta aberta. Se quem está no poder quiser e Washington mandar, essa via está disponível. O problema é que a última palavra é do MPLA. Portanto, não há revisão da Constituição da República.

A vida está difícil para a canalha manipuladora e mentirosa. Os massacres de Bucha, nos arredores de Kiev, foram qualificados pela ONU e a propaganda do ocidente alargado, como crimes de guerra da Federação Russa. O governo de Moscovo pediu a António Guterres a lista dos massacrados, nome próprio e sobrenome. Até hoje nem um foi fornecido. A versão segundo a qual os mortos exibidos eram ucranianos da Oposição assassinados pela pide do Zelensky ganha cada vez mais credibilidade. 

A ONU decidiu comportar-se como a CNN e outras agências de propaganda da CIA. Qualificou o bombardeamento à aldeia de Hroza, prto de Kupianski,  que fez 50 vítimas, como um crime de guerra da Federação Russa. Hoje os funcionários de António Guterres anunciaram que vão mandar uma comissão ao local para investigar os factos. Mudaram de opinião porque Zelensky disse em Granada, Espanha, que o “crime de guerra” foi cometido contra civis que estavam num velório a um militar. Os seus agentes em Kiev disseram que as vítimas estavam num jantar de homenagem e um míssil destruiu o restaurante e uma mercearia. Os russos mostraram homens fardados espalhados pelo local da explosão.

Os degoladores do estado terrorista mais perigoso do mundo bombardearam a cidade de Homs na Síria. Tudo bem. Os sírios que não vivem nas áreas invadidas e ocupadas pelas tropas dos EUA podem morrer à vontade. Não são gente.

A agência da CIA Freedom House publicou um relatório onde deita abaixo o Executivo Angolano. A credibilidade destes polícias disfarçados de activistas é esta: A organização considera Israel um Estado Livre. E a Faixa de Gaza (Palestina) uma região sem liberdade. Os ocupantes da Palestina são livres de ocupar um país e matar os palestinos.

O “presidente” Juan Guaidó, da Venezuela, tem um mandato de captura internacional emitido pela Procuradoria-Geral da República. É acusado de desviar 20 mil milhões de dólares enquanto esteve à frente do seu “governo”. O dinheiro esvaiu-se em nomeações de “ministros” e “embaixadores” mais compras diversas. As autoridades venezuelanas acusam-no de ter desviado fundos que estavam apreendidos nos EUA e outros países para as suas contas e dos seus amigos. Washington lava daí as suas mãos e declarou que vai cooperar com as autoridades venezuelanas.

O ocidente alargado já está a arranjar mais sarna para se coçar. O estado terrorista mais perigoso do mundo anunciou que vai mandar para a Ucrânia munições vendidas pelo Irão ao Iémen e que foram apreendidas. Está a “oferecer” o que pertence aos outros. Para roubar não há Direito Internacional. Zelensky pede que o ocidente alargado mande para os seus bolos os fundos soberanos russos “aprendidos” pelos países do ocidente alargado. Já vi começar guerras por muito menos. Nem uma cortina de ferro lhes vale. Os mísseis russos são altamente destrutivos. É uma pena um dia vermos Washington ou Nova Iorque em escombros. 

O ocidente alargado diz que vai apoiar os nazis de Kiev até onde for preciso. Disseram o mesmo ao presidente do Afeganistão e agora o desgraçado está na bicha da sopa. Ashraf Ghani foi alto funcionário do Banco Mundial, catana ao serviço dos EUA para cortar as pernas aos países em desenvolvimento desobedientes. Também foi professor na Johns Hopkins University uma das escolas superiores dos EUA onde são diplomados os seus agentes estrangeiros. O coitado está em Abu Dhabi, com medo de ser entregue aos talibãs. Apoio até ao fim. Coitado do Zelensky. Antes de o meterem na guerra dizem que era bom rapaz. 

Os países da União Europeia encontraram-se em Granada, Espanha. Decidiram que no jardim da Europa não entram selvagens terceiro-mundistas e muito menos africanos. Morram no Mediterrâneo! Itália, Polónia e Hungria tiveram o apoio dos Países Baixos, da Alemanha e da França. A partir der agora os refugiados das guerras do estado terrorista mais perigoso do mundo são apenas “migrantes”. Portas fechadas. A extrema-direita que manda na União Europeia garante apoio até quando for preciso a tudo quanto é nazi.

A agência noticiosa Lusa ouviu atentamente o Mabeko e apresentou assim o 27 de Maio de 1977: “foi uma alegada tentativa de golpe de Estado, numa operação que terá sido liderada por Nito Alves - então ex-ministro da Administração Interna desde a independência (11 de novembro de 1975) até outubro de 1976 -, foi violentamente reprimida pelo regime de Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola”. 

Os golpistas fizeram uma tentativa. O “regime de Agostinho Neto reprimiu violentamente”. 

Querem mais manipulação? Leiam:

“Seis dias antes (do golpe), o MLPA expulsara Nito Alves do partido, o que levou o antigo ministro e vários apoiantes a invadirem a prisão de Luanda para libertar outros simpatizantes, assumindo paralelamente o controlo da estação da rádio nacional, um movimento que ficou conhecido como fracionismo". Coitadinhos, invadiram a prisão e paralelamente “assumiram o controlo da Rádio Nacional”. Mas pediram licença na portaria. Foram muito educados. 

Para a agência noticiosa portuguesa os golpistas não levantaram postos de controlo nas ruas de Luanda. Levantaram sim. Não prenderam e mataram quem se recusou a ir para a “manifestação” no Palácio da Cidade Alta. Prenderam e mataram sim. Não tomaram de assalto o quartel da IX Brigada. Assaltaram sim. Não andaram com tanques nas ruas de Luanda. Andaram sim. Não tonaram de assalto a sede da DISA. Tomaram sim. Não ocuparam as instalações da Polícia Nacional na Estrada de Catete. Ocuparam sim. Não assaltaram as casas de dirigentes do Estado e do MPLA. Assaltaram sim. Não assassinaram comandantes das FAPLA. Mataram e torturaram sim. Não assassinaram o ministro das Finanças Saidy Mingas. Assassinaram sim. Não assassinaram Hélder Neto. Sim, mataram-no na Prisão de São Paulo.

Num país decente, uma agência noticiosa que falsifica e manipula desta forma a sua História Contemporânea, arruma as imbambas e vai embora. Em Angola não acontece nada porque a Lusa é um instrumento ao serviço de João Lourenço e dos familiares dos golpistas. Vamos ver se conseguem permanecer na senda do crime até 2027. A impunidade está a ser gasta com a UNITA. Pode não sobrar nada para os mentirosos e manipuladores da Lusa, disfarçados de jornalistas. Na verdade são agentes das polícias que lhes pagam.

*Jornalista

Sem comentários:

Mais lidas da semana