sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Portugal | Atenção. Acreditamos na Justiça… Não nesta em albergue de barafunda

Bom dia. Vem por aí, em baixo, mais um Curto do Expresso, jóia preferida do tio Balsemão Bilderberg. O tema principal, como não podia deixar de ser, são os desaires do governo do Partido Socialista chefiado no primado por António Costa. Governo apoiado por maioria de deputados (com tendências ditatoriais) porque assim foi o resultado das eleições legislativas de há quase dois anos. Governo sólido até que uns quantos “sábios do costume” se dispuseram a abrir a porta a negociatas por debaixo dos panos e nas sombras possibilitadas por uma pseudodemocracia aceleradamente decadente que mandou às urtigas a transparência e o rigor de servir os interesses de Portugal e dos portugueses.

Sobre as tais negociatas o Ministério Público, munido de faca e alguidar, atacou o governo de Costa. Ele, com toda a dignidade demitiu-se. Fez bem. Os “amigos” que o rodearam falsearam-no. Traíram-no com base na maldita ganância que quase sempre os assolam e lhes preenche o âmago de fortes tendências desonestas, vilãs, absolutamente reprováveis e condenáveis. Agora têm de responder à Justiça também decadente deste país de trapaceiros e de psicóticos bandidos à beira-mar plantado. Costa, sem saber, foi apanhado na avalanche porque a Justiça esticou a corda e assim entendeu – talvez porque dava jeito golpear o Estado e exercer o judicialismo abusivo e antidemocrático que desde há muitos anos vem ensaiando, amealhando para si (para uns quantos?) fortes poderes na política que devia ser democrática… Se perguntarmos aos génios que engendram estas coisa golpeantes é evidente que negam e apresentam um camião TIR repleto de explicações e desculpas que só papalvos papam.

António Costa demitiu-se. Teve uns grandes tintins e muita nobreza e dignidade. Agora queremos ver (os que querem) o próximo nó-górdio que reservam para amarrar Costa e decepar-lhe os caminhos sempre mais apurados que aqueles que ao longo de sua vida lhe permitiu servir Portugal e os Portugueses. Podemos não concordar pontualmente com as políticas e decisões dele mas temos de reconhecer e respeitar o seu valor.

Sobre o referido acerca da Justiça diz-se que se não fizer tudo muito direitinho neste Estado de Direito pode derrocar-se ainda mais, a ela e ao edifício que a sustenta perante tantas peripécias, fugas de segredo de Justiça escandalosas e peripécias de alguns dos seus elementos desconhecidos e sedentos de poderes. Pelo menos é assim que talvez a maioria dos portugueses pensam e sentem. O que é mau e indesejável. Mas como a esperança é a última a morrer essa mesma maioria desconfiada espera que este caso contribua para que as mulas e a carroça do opróbrio (desonra pública) seja estraçalhada e se auto-destrua sem mais golpadas, birras e sedes de poderes que não lhe cabem em democracia. Não são todos, os mestres deste estado de coisas desagradáveis mas são demasiados nem que fosse só a partir de dois. Produto que não tem rotulo impossibilita que saibamos a quantidade que comporta, só saberemos se o abrirmos. Ora, ora. Mas isso é quase impossível.

Atenção. Acreditamos na Justiça e queremos acreditar mais ainda… Não nesta, em albergue de barafunda. Urge mudarmos e engrandecermos Portugal nesse aspeto.

Sejamos esperançosos. Talvez um dia…

Bom dia. Bom Curto. Bom fim-de-semana. Fiquemos mais atentos. Sempre.

Dê atenção ao Curto a seguir, não dói nada.

MM | Redação PG

A história da dissolução e os pormenores da investigação que abalou o regime e fez cair o Governo - a nova edição semanal do Expresso

José Cardoso, editor adjunto | Expresso (curto)

Bom dia,

…e bem-vindo a este guia de leitura de mais uma edição semanal do Expresso, disponível nas bancas e aqui.

Com o sismo político provocado pelas investigações do Ministério Público a figuras do Governo e pela subsequente queda do Executivo de António Costa, este é o grande tema em destaque da edição de 10 de novembro de 2023.

A começar pelo rosto do primeiro caderno – e de todo o jornal –, dominado pelas chamadas para os artigos sobre a crise: Marcelo convoca eleições para 10 de marçoPS com eleições em janeiroMontenegro tenta unir PSD; MP considera Lacerda Machado “o grande influenciador”; Vítor Escária não deixou negócios enquanto era consultor de Costa; vêm aí mais arguidos dos casos do lítio e do hidrogénio; MP procura suspeito de acordo secreto com amigo de primeiro-ministro.

Dos seis telemóveis que fizeram cair Costa ao percurso do chefe de gabinete do primeiro-ministro, um homem influente que nunca deixou São Bento; dos bastidores do processo de dissolução do Parlamento por Marcelo às reações dos partidos; dos agradecimentos de Marcelo a Costa à origem dos 78 mil euros apreendidos no palácio de São Bento – toda a primeira parte do primeiro caderno é dedicada à crise.

De entre os outros assuntos tratados nesta edição destaca-se a história de outra investigação judicial, relacionada com o caso dos contratos suspeitos no Ministério da Defesa, para os quais um amigo do ex-secretário de Estado Marco Capitão era o testa de ferro.

E ainda mais uma, a do caso BES. As perícias confirmam que Ricardo Salgado sofre de Alzheimer, argumento brandido pelos advogados do ex-banqueiro para que não tenha de comparecer em tribunal. Mas pode ter mesmo de ir.

Um grande trabalho sobre o aumento das mortes devido a desastres naturais, com profusão de dados no texto e nas infografias, é esta semana o tema das páginas centrais da edição impressa. Em Portugal, o principal problema está identificado.

guerra e os túneis do Hamas em Gaza e as cedências e os acordos de Sánchez em Espanha são os temas principais do noticiário internacional.

No caderno de Economia, o assunto principal, a começar na grande foto da primeira página, é igualmente a crise política e suas implicações. A começar pela explicação de quais são os negócios suspeitos que estão na base do atual abalo político-social. E esses negócios são os da exploração de lítio, da produção de hidrogénio e da construção de um grande centro de dados em Sines.

Sobre as consequências da Operação Influencer, indicamos como ficam as coisas no que diz respeito a salários, pensões de reforma, privatização da TAP e PRR. Para já não houve implicações nos juros da dívida de Portugal, mas pode haver adiamento da subida do rating.

Outros temas a merecer chamada de primeira página são o emprego, a venda da Efacec, os empréstimos que escapam à banca e a revolução que está a ser preparada para a Avenida da Boavista, no Porto.

Sobre o primeiro, os dados mais recentes indicam, entre outras coisas, que há atualmente mais do dobro das pessoas empregadas com o ensino secundário ou superior do que há uma década.

Quanto à Efacec, fazemos o retrato da empresa que o Estado quis salvar em 2020 – e que foi encolhendo à espera de ser privatizada.

Há um ano e meio, o Banco de Portugal lançou um “detetor de agiotas”, pessoas e empresas que fazem empréstimos, a juros elevados, fora do sistema bancário. Desde março do ano passado, o balanço é de 4103 comunicações e €560 milhões em empréstimos.

No que diz respeito à principal avenida do Porto, a novidade chama-se Metrobus e promete revolucionar a mobilidade urbana na cidade.

Na capa da revista E está um aeroporto - o de Santa Engrácia, ou seja o novo aeroporto de Lisboa, de que se fala há 60 anos e para o qual já foram apontadas mais de duas dezenas de localizações possíveis. Agora restam seis possibilidades, que mostramos, uma a uma, com dados, esquemas e gráficos. Onde irá aterrar?

Já imaginou a sua vida trabalhando quatro dias por semana? É assim que começa outro artigo da revista E, no qual o autor, professor de Economia em Londres e coordenador do projeto-piloto da semana de quatro dias organizado pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, discorre sobre os benefícios da iniciativa. Para trabalhadores, empresas, economias e sociedade em geral. Por cá, a experiência já passou por um jardim de infância, um centro social, entidades da indústria e um banco de células estaminais, nomeadamente.

A reabilitação do Presidente sírio, Bashar al-Assad, mais de uma década depois da repressão que desencadeou uma guerra civil, é outro dos temas da revista. Qual é a situação atual do líder sírio e do seu regime, cuja principal fonte de receitas é uma droga sintética chamada Captagon (que muitos terroristas do Hamas implicados na chacina de 7 de outubro tinham no bolso).

Segue-se uma entrevista a uma grande figura de um país que está ao lado: o turco Orhan Pamuk, Prémio Nobel da Literatura em 2006. O pretexto é o seu mais recente livro, “Noites de Peste”; a conversa vai da Literatura à política turca, da vida do escritor ao ataque israelita a Gaza, que considera “intolerável”.

Vêm, depois, as secções habituais de cultura e entretenimento, 29 páginas que culminam com os também habituais jogos de palavras cruzadas e sudokus e a crónica de Ricardo Araújo Pereira, esta sobre “vigaristas que não sabem vigarizar”.

Boas leituras e um excelente fim de semana

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