terça-feira, 6 de junho de 2023

Etiópia rejeita acusação de "limpeza étnica" no oeste de Tigray

A Human Rights Watch acusa milícias e funcionários apoiados pelo governo de cometerem "crimes de guerra e crimes contra a humanidade" na região.

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

O governo etíope rejeitou um relatório da Human Rights Watch (HRW) que alega que uma campanha de "limpeza étnica" está em andamento no oeste de Tigray, apesar de uma trégua assinada em novembro.

As alegações "não são comprovadas por evidências", disse o Serviço de Comunicação do Governo da Etiópia em um comunicado na terça-feira.

"Este retrato distorcido e enganoso da situação tenta minar a coexistência pacífica e alimentar o conflito interétnico e obstruir os esforços nacionais para a paz e a reconciliação", diz o texto.

A guerra, que eclodiu em novembro de 2020, opôs forças regionais de Tigray contra o exército federal da Etiópia e seus aliados, incluindo forças de outras regiões e da vizinha Eritreia. Decorre de queixas enraizadas em períodos do passado turbulento da Etiópia, quando determinados blocos de poder regionais dominavam o país como um todo.

Desde então, os combates se intensificaram, matando milhares de civis, arrancando milhões e deixando centenas de milhares à beira da fome.

A HRW divulgou um relatório na semana passada dizendo que o acordo de paz de novembro para encerrar o conflito de dois anos em Tigray não impediu a "limpeza étnica" na disputada parte ocidental da região, conhecida como Zona Ocidental de Tigray.

"O governo etíope deve suspender, investigar e processar adequadamente comandantes e funcionários implicados em graves abusos de direitos no Tigray Ocidental", diz o relatório.

"Desde o início do conflito armado em Tigray, em novembro de 2020, as forças de segurança de Amhara e as autoridades interinas realizaram uma campanha de limpeza étnica contra a população de Tigray no oeste de Tigray, cometendo crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

Guiné-Bissau - Eleições: PAI - Terra Ranka reivindica "maioria absoluta"

Conforme avançou ontem em entrevista à DW África, o líder do PAI - Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, disse que a coligação conquistou uma "maioria absoluta" nas legislativas de domingo.

O líder da Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI) -Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, reiterou esta terça-feira (06.06) que a coligação conquistou uma "maioria absoluta" nas eleições legislativas de domingo na Guiné-Bissau.

"O PAI - Terra Ranka sabe e está em condições de assegurar à população guineense, aos militantes e simpatizantes dos partidos que integram a coligação, e aos profissionais da comunicação social, que conquistou uma maioria absoluta", afirmou Domingos Simões Pereira, também presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que falava na sede do partido, em Bissau.

"Devo reiterar que nós não pretendemos avançar com a divulgação dos resultados, os resultados são divulgados pelas instâncias competentes para o efeito, mas temos de informar os nossos militantes, simpatizantes e a população em geral que a plataforma PAI conquistou uma maioria confortável, ou seja, uma fasquia superior à própria fasquia que delimita a maioria absoluta", disse.

O líder da coligação, que junta cinco partidos, felicitou o povo guineense por ter feito uma opção pela "estabilidade" ao dar à PAI - Terra Ranka uma "confortável maioria absoluta".

"O PAI - Terra Ranka exorta, finalmente, a comunidade internacional, especialmente as missões de observação eleitoral que vieram ao país, para cuidarem deste processo com isenção e transparência e declara de forma inequívoca que não estamos dispostos a aceitar quaisquer arranjos que não sejam os legais e que correspondam à vontade livremente expressa pelo povo guineense", salientou Domingos Simões Pereira.

Quase 900 mil guineenses foram chamados às urnas no domingo para escolher os próximos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular entre 20 partidos e duas coligações.

A Comissão Nacional de Eleições informou no domingo que os resultados provisórios das legislativas devem ser divulgados na quarta-feira.

Deutsche Welle | Lusa

Angola | Crónica de um Jornal Centenário – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Porque hoje é domingo deixei a bebida aos amadores e pus-me a pensar. Nós, os cultores de estar à bebida e à conversa, praticamos o desporto todos os dias. Depois de grande esforço alinhei os pensamentos que se seguem. No dia 1 de Janeiro entrámos no ano do primeiro centenário do Jornal de Angola. Poucos no mundo têm essa idade. Poucos países podem exibir jornais centenários. 

O jornal mais antigo em Língua Portuguesa que ainda circula é brasileiro, o “Diário de Pernambuco”. Uma preciosidade que merece uma grande vénia. Em Portugal, o mais antigo é também regional, o “Açoriano Oriental”, foi fundado em 1835. Até ao momento em que escrevo, há 18 títulos brasileiros centenários e 34 portugueses. No dia 16 de Agosto próximo Angola entra na lista com o Jornal de Angola. Fui jornalista do Diário de Notícias, do Jornal de Notícias e do Jornal de Angola, os três centenários que são marcos da imprensa industrial. 

No jornal de Angola fui colaborador do suplemento de Artes e Letras, dirigido por Carlos Ervedosa, nos anos 60. Integrei a Redacção em 1976 (direcção de Fernando Costa Andrade Ndunduma) e mais tarde em 2006 (direcção de José Ribeiro). Erro gravíssimo, nunca se volta ao local do crime. 

No primeiro centenário do Jornal de Notícias fiz equipa com Rui Osório (chefe de redacção) na produção de conteúdos para a edição comemorativa. Seleccionámos reportagens que foram manchete ao longo de 100 anos. E reportei esses acontecimentos, um século passado. O que mais me impressionou foi reconstituir o “Crime da Aldeia Velha” (Soalheira) peça teatral de Bernardo Santareno nascida de factos verídicos. Numa aldeia perto de Marco de Canaveses (Soalheira) uma jovem mulher foi queimada viva para libertá-la do Diabo que a tinha possuído. Ainda encontrei um filho e outros familiares da vítima.

O Jornal de Angola está a alguns dias de fazer 100 anos. Angola é um país com Imprensa Centenária desde 13 de Setembro de 1845, data em que nasceu o “Boletim do Governo Geral da Província de Angola”. Ainda vive. Está a caminho dos 200 anos. Sempre impresso no mesmo sítio, ali na Cidade Alta. A fábrica foi construída no amplo terreno da feira onde os luandenses se divertiam nas horas vagas. Lá existiam carrosséis, teatro de fantoches, cartomantes, quimbandas vendendo suas ervas milagrosas e barracas de comes e bebes, mais bebes do que comes.

A Imprensa Nacional deu um impulso decisivo ao Jornalismo e à Literatura Angolana. E os jornais do Século XIX mais a arte literária geraram o Nacionalismo Angolano. Jornalistas e escritores foram arautos da Independência Nacional. José Pinto da Silva Rocha, Alfredo Troni, Arantes Braga, José de Fontes Pereira, Pedro da Paixão Franco, Sant’Anna Palma, Júlio Lobato ou Augusto Bastos jornalistas independentistas. Os escritores são tantos que invoco todos na figura de Agostinho Neto, proclamador da Independência Nacional no dia 11 de Novembro de 1975 e primeiro Presidente da República Popular de Angola.

Angola | Polícia confirma cinco mortes em protesto no Huambo

Após confrontos violentos na cidade do Huambo, a polícia de Angola afirma que "não foi possível evitar" a morte de cinco cidadãos durante um protesto de taxistas contra o aumento dos combustíveis no país.

O Comando Provincial da Polícia Nacional de Angola no Huambo lamentou a morte de cinco cidadãos durante um protesto de taxistas contra o aumento do preço dos combustíveis, na segunda-feira (05.06).

De acordo com um comunicado da corporação, a que a DW teve acesso esta terça-feira, as mortes ocorreram durante "atos de desordem pública protagonizados por taxistas e mototaxistas na cidade do Huambo e arredores".

"Foram montadas várias barricadas para molestar outros taxistas que não aderiram ao protesto violento, agredindo-os com objetos de arremesso, ao mesmo tempo que retiravam os passageiros de seus veículos", relata o comunicado, referindo que tais atos motivaram a ação policial.

Várias imagens dos confrontos entre manifestantes e a polícia circulam nas redes sociais.

PR da África do Sul aceita convite de Marcelo Rebelo de Sousa para visitar Portugal

O chefe de Estado sul-africano falava em conferência de imprensa no palácio presidencial Union Buildings, sede do Governo na capital, Pretória, no final de conversações com o seu homólogo português no âmbito de uma visita de Estado à África do Sul.

"O Presidente [Marcelo Rebelo] de Sousa é muito persuasivo se é que não notaram, ele estendeu o convite e mencionou algumas vezes desde que chegou aqui [ao palácio], mesmo durante o nosso encontro `tête-à-tête`, e eu não tinha outra escolha senão aceitar", declarou Ramaphosaç.

O chefe de Estado sul-africano referiu que "adoraria" visitar Portugal por "várias razões", destacando: "Irei para celebrar a minha própria liberdade, porque fui preso pelo que aconteceu no vosso país, e irei lá para dizer que agora estou livre".

"Também para celebrar as mudanças e a revolução que aconteceu", acrescentou.

"Enquanto as pessoas celebravam a libertação de Moçambique, [o regime do `apartheid`] decidiram-me prender-me. Por isso, estamos ligados", contou Ramaphosa a Marcelo Rebelo de Sousa.

Portugal | O AMIGO DA BANCA

Paula Ferreira* | Jornal de Notícias | opinião

Bem pode o secretário de Estado das Finanças dizer que houve zero pressão dos bancos, versão certamente confirmada pelo ministro se, eventualmente, Medina responder ao repto dos partidos e for ao Parlamento. O fim da Série E dos certificados de aforro anunciado numa noite de sexta-feira, depois da hora de jantar, aparenta ser golpe sujo perante os portugueses que amealham as poupanças e têm a veleidade de esperar algum retorno.

Até podemos com bondade, uma dose enormíssima de bondade e candura, aceitar a versão do Governo. Mesmo assim, mesmo que nos esforcemos, não conseguimos acreditar. Tinha havido sinais de que a banca não estava nada contente com a sangria dos depósitos, saídos diretamente para os cofres do Estado. Houve quem o dissesse abertamente. Foi o caso do presidente do Banco CTT. Defendeu, em público, que o Estado devia suspender a emissão de certificados de aforro; outros o terão feito, por certo, com mais discrição. Ora, não demorou uma semana para o desfecho: o Governo cedia. Mas, para nem tudo ser mau, acena aos portugueses com a emissão de certificados do tesouro. Com uma nuance: uma taxa inferior aos 3,5% dos certificados de aforro, logo bem menos atrativos, logo menos competitivos com o setor bancário. Que faz a festa. Ontem, passou a remunerar os depósitos, ou seja, o dinheiro que os depositantes emprestam aos bancos, com uma taxa média de pouco mais de 1% - taxa inferior, na Zona Euro, só Chipre e Eslovénia.

Coincidência? Ninguém acredita. Há dados objetivos. Os bancos viram sair dos seus cofres, desde o início do ano, 67 milhões de euros todos os dias, como se pode ler nas páginas seguintes. O Governo é amigo e a medida vai com certeza estancar a sangria. Não porque a banca esteja sem liquidez. Apenas precisa de aumentar os lucros. Ao Estado, os portugueses emprestam dinheiro: nos bancos, depositam em troca de juros. Eufemismos.

*Editora-executiva-adjunta

Portugal | QUANDO O ESTADO LEGITIMA OS VIGILANTES ANIMALISTAS DO IRA

Diogo Augusto | Setenta e Quatro

O IRA assinou um protocolo com os Bombeiros de Camarate, recebeu formação do ICNF e quer agora fazer uma parceria com a Câmara de Loures. Um dirigente local do PS e um ex-candidato autárquico do Chega têm sido essenciais a abrir portas ao grupo animalista conotado com a extrema-direita e marcado pelo secretismo e vigilantismo.

É feriado nacional e há por todo o país cerimónias a celebrar a liberdade. Em Camarate não é diferente. Um cortejo de bombeiros, com músicos à frente, passa em diante ao edifício principal do quartel dos Bombeiros de Camarate. Param, dispõem-se em parada e saúdam o presidente da Câmara de Loures e vereadores. É mais um 25 de Abril como tantos outros anteriores, mas desta vez há uma diferença: do lado esquerdo, e discretamente, quatro homens musculados vestidos com roupa paramilitar preta observam a parada. São do grupo justicialista animal Intervenção e Resgate Animal (IRA).

É que a cerimónia do 25 de Abril deste ano tinha atrações especiais: o batismo de novas viaturas dos bombeiros, uma das quais uma ambulância supostamente fornecida pelo IRA no âmbito de um novo protocolo. Os quatro homens estavam lá para assinarem o documento com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Camarate e duas figuras centrais nesse objetivo foram Luís Martins e Pedro Magrinho, bombeiro, polícia e candidato pelo Chega em Loures nas autárquicas de 2021.

Luís Martins é Vogal da Junta de Freguesia de Camarate, Unhos e Apelação pelo PS, mas isso não o impede de ser bastante próximo do partido de extrema-direita Chega, criticando o seu próprio partido. O comandante partilhou, a 26 de maio de 2022, uma intervenção do deputado do Chega Bruno Nunes no parlamento sobre o PS ter votado contra propostas sobre bombeiros. O comandante disse ter vergonha do PS.

Uma semana antes, a 17 de maio de 2022, Martins, na qualidade de comandante dos Bombeiros Voluntários de Camarate (BVC), recebeu André Ventura no Quartel e protagonizou um vídeo de propaganda do Chega. No dia seguinte, o comandante publicou no Facebook um agradecimento ao apoio do partido de extrema-direita: “Obrigado pelo vosso apoio 🙏 assim é fácil”, diz, por cima de um vídeo que protagoniza com André Ventura.

Portugal | A DEPRESSÃO

Henrique Monteiro | Henricartoon

O COMPLEXO MILITAR-INDUSTRIAL DOS EUA É O PIOR INIMIGO DO MUNDO

O complexo militar-industrial dos EUA (MIC), incluindo os Cinco Grandes – Boeing, General Dynamics, Lockheed Martin, Northrop Grumman e Raytheon, não apenas recebe uma parcela significativa do orçamento de defesa dos EUA, mas também determina a política em Washington e seus parceiros. O objetivo do MIC é obter super lucros. Para alcançar esse objetivo, o MIC promove a Casa Branca e o Congresso a tomar decisões sobre a crescente ameaça militar dos rivais ocidentais. Como resultado, os gastos do governo com a compra de armas caras de empresas de defesa estão aumentando.

Oriental Review | editorial | # Traduzido em português do Brasil

De acordo com Ben Freeman e William D. Hartung, do Quincy Institute for Responsible Statecraft, o orçamento proposto para o Pentágono e o trabalho de armas nucleares no Departamento de Energia é de US$ 886 bilhões. Mais da metade dos gastos anuais do Departamento de Defesa dos EUA vem de empreiteiros militares, incluindo mais de US$ 150 bilhões recebidos pelosBig Five.

O domínio de um pequeno grupo de empresas na produção de armas significa que há grandes oportunidades, principalmente financeiras, para fazer lobby e patrocinar políticos em benefício próprio. As empresas MIC doaram mais de US$ 83 milhões para várias campanhas eleitorais nos últimos dois ciclos eleitorais, com a Lockheed Martin liderando o caminho com uma contribuição de US$ 9,1 milhões durante esse período. Por exemplo, como Taylor Giorno da OpenSecrets descobriu, "os 58 membros do Comitê de Serviços Armados da Câmara relataram ter recebido uma média de US$ 79.588 do setor de defesa durante o ciclo eleitoral de 2022, três vezes a média de US$ 26.213 que outros representantes relataram no mesmo período".

Os gastos com lobby de todos os integrantes do MIC são ainda maiores – mais de US$ 247 milhões nos últimos dois ciclos eleitorais. Altos funcionários do governo trocam empregos no Pentágono ou no Congresso por cargos executivos em empresas do MIC ou se tornam seus lobistas. E estes são os únicos empregos que o MIC cria.

Deacordo com o Institute for Policy Studies, o contribuinte médio gasta US$ 1.087 por ano em empreiteiros de armas, em comparação com US$ 270 para educação K-12 e apenas US$ 6 para energia renovável. Enquanto isso, estima-se que os gastos com educação, energia verde, saúde ou infraestrutura podem produzir de 40% a 100% mais empregos do que os gastos do Pentágono. Conclusão: Para garantir o desenvolvimento econômico e melhorar o padrão de vida, o dinheiro dos contribuintes não deve ir para subsidiar o CIM, mas para outros setores da economia.

Um instrumento poderoso da influência do MIC nos círculos sociais e políticos nos EUA e em outros países são os think tanks que financia. Um próximo relatório do Quincy Institute revela que mais de 75% dos principais think tanks de política externa dos Estados Unidos são pelo menos parcialmente financiados por empreiteiros de defesa. Alguns, como o Center for a New American Security e o Center for Strategic and International Studies, recebem milhões de dólares todos os anos desses contratados e, em seguida, publicam artigos e relatórios que são amplamente favoráveis ao financiamento da indústria de defesa. Por exemplo, think tanks patrocinados pelo MIC são citados quatro vezes mais do que think tanks não patrocinados em artigos sobre a guerra na Ucrânia no New York Times, Washington Post e Wall Street Journal. Assim, quando você ouve informações sobre questões de guerra e paz, elas provavelmente vêm de um especialista que recebe dinheiro do MIC ou trabalha em tal think tank.

As atividades corruptas do microfone dos EUA ameaçam o mundo. Sua influência sem precedentes nos processos políticos e orçamentários leva ao abandono de soluções não militares para problemas de segurança em favor de guerras. O aumento constante dos gastos militares leva a uma corrida armamentista global, que também provoca conflitos armados e previne ameaças existenciais – mudanças climáticas, fome, pandemias etc.

NATO DESTRÓI SISTEMA DE SEGURANÇA DA EUROPA


Desde o início do século 21, os Estados Unidos e seus aliados da Otan se recusam a impor restrições ao número de armas nacionais na Europa. Isso foi coberto pelo Tratado Adaptado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa, que assinado pelos membros da OTAN e países pós-soviéticos em 1999 foi iniciado pela Rússia. O Tratado CFE adaptado partia igualmente do princípio de que qualquer outro europeu poderia aderir a ele posteriormente.

Oriental Review | # Traduzido em português do Brasil

O Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE), celebrado em 1990 entre dois grupos — 16 membros da OTAN e 6 membros do Pacto de Varsóvia — continua em pleno vigor e efeito. O tratado determinava o número de armas para cada um dos blocos e não previa a expansão dos blocos. O tratado visava reduzir a ameaça de o confronto entre os dois blocos se transformar em um conflito armado. Desenvolvido durante a Guerra Fria, o CFE não levou em conta as mudanças militares e políticas que ocorreram no continente após sua assinatura, incluindo a adesão da maioria dos membros do PT à OTAN, o que levou a aliança a exceder os limites de armas estabelecidos pelo CFE.

A OTAN perturbou o equilíbrio militar da Europa previsto pelo CFE. Após a dissolução do PT e o colapso da União Soviética, a aliança expandiu suas capacidades de combate e convidou mais 16 Estados a se juntarem a ela, incluindo Estados do Leste Europeu (Bulgária, República Tcheca, Hungria, Polônia, Romênia, Eslováquia), Estados pós-soviéticos (Letônia, Lituânia, Estônia), Estados dos Balcãs Ocidentais (Albânia, Croácia, Montenegro, Macedônia do Norte, Eslovênia) e Estados neutros (a Finlândia já se tornou membro da OTAN, enquanto a adesão da Suécia está pendente de aprovação).

Assim, a Otan deslocou seu potencial de combate para mais perto da Rússia. Moscou ratificou o Tratado CFE Adaptado sobre a transição do limite de armas do bloco para o limite nacional de armas. No entanto, nenhum dos membros da OTAN que fazem parte do CFE o fez. Os países bálticos recusaram-se a aderir como Estados-Membros de pleno direito, embora os seus territórios tenham sido anteriormente incluídos na área CFE. Os Estados dos Balcãs Ocidentais e os países neutros nunca participaram no CFE.

EQUIPAMENTOS DA OTAN ATACAM EM TODO DONBASS E ZAPOROZHYE

KIEV EXPLODE BARRAGEM HIDROELÉCTRICA EM KHERSON

Até a manhã de 6 de junho, as tentativas ofensivas do regime de Kiev na região de Zaporozhye não resultaram em nenhum sucesso notável no campo de batalha. As forças russas infligiram danos significativos às unidades que avançavam. Kiev empregou ativamente equipamentos fornecidos pela OTAN, incluindo MRAPs internacionais MaxxPRO, veículos blindados de combate AMX-10RC (muitas vezes descritos como tanques de batalha com rodas) e tanques de batalha Leopard.

South Front | # Traduzido em português do Brasil

De acordo com o Ministério da Defesa russo, em 5 de junho, a principal direção dos esforços do regime de Kiev foi a direção sul de Donetsk:

Durante 5 de junho, o inimigo continuou a ofensiva, concentrando os principais esforços no posto avançado de Vremevka, na direção sul de Donetsk.

Tendo sofrido pesadas perdas no dia anterior, o regime de Kiev reorganizou os remanescentes das 23ª e 31ª brigadas mecanizadas em unidades combinadas separadas, que continuaram as operações ofensivas perto de Novodarovka e Levadnoye. Além disso, uma nova brigada foi acionada nesta área.

Ao mesmo tempo, o inimigo lançou uma ofensiva na direção da fazenda estadual Oktyabrsky e Novodonetskoye pela 37ª Brigada de Infantaria de Fuzileiros Navais com os reforços baseados nas unidades da 68ª Brigada Jaeger de Montanha da AFU (Forças Armadas da Ucrânia).

O inimigo foi atacado com um ataque de fogo abrangente pelo Exército, Assalto Terrestre e Aviação Operacional-Tática, Tropas de Mísseis e Artilharia, bem como sistemas pesados de lança-chamas.

CONTRA OFENSIVA UCRANIANA JÁ COMEÇOU -- com vídeo

Depois de várias semanas de intensos bombardeios contra vilarejos pacíficos na fronteira com a Rússia, Kiev realizou uma campanha de mídia em grande escala convidando o governador da região de Belgorod a negociar com militantes pró-Kiev. Ao mesmo tempo, sabotadores ucranianos tentaram cruzar a fronteira e incitar uma luta no território russo. A campanha midiática foi acompanhada de vídeos falsos e tinha como objetivo distrair os HSH da linha de frente ucraniana.

South Front | # Traduzido em português do Brasil -- VER VÍDEO em inglês

Para o mesmo propósito, o Departamento de Comunicações Estratégicas das Forças Armadas da Ucrânia mentiu que Kiev não realiza nenhuma operação ofensiva e que os russos estão supostamente espalhando informações falsas sobre as perdas do exército ucraniano.

Enquanto isso, o exército ucraniano lançou uma ofensiva em grande escala nas frentes, mas a primeira tentativa ofensiva fracassou. De acordo com o Ministério da Defesa russo, as forças ucranianas sofreram pesadas perdas de mão de obra e equipamentos, incluindo até 300 militares ucranianos, 16 tanques, 26 veículos blindados de combate, bem como 14 carros.

A ofensiva começou em 4 de junho na direção sul de Donetsk.

Os principais combates se desenrolaram nas áreas dos assentamentos de Novodarovka, Rovnopol, Neskuchnoe-Makarovka e Levadnoe-Priyutnoe. Cerca de duas companhias de infantaria motorizada e mais de 15 veículos blindados foram lançados no ataque, armados com tanques T-72, veículos blindados de transporte de pessoal dos EUA, veículos blindados MaxxPro e HMMWV.

CORRIDA ARMAMENTISTA

 

Emad Hajjaj, Jordânia | Cartoon Movement

A raça humana está condenada à autodestruição?

ARRANJOS DE PERMUTA DO PAQUISTÃO PODEM AJUDAR PESSOAS COMUNS

Partes da economia real podem permanecer vivas enquanto as autoridades correm para repor os fundos do Estado que se esgotam rapidamente, o que ajudaria a evitar o pior cenário de pessoas recém-desesperadas sendo exploradas por maus atores. Todas as partes interessadas responsáveis têm interesse nisso, especialmente porque fortalecerá os laços bilaterais com os três Estados com os quais o Paquistão acabou de aprovar a troca.

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

O Paquistão está à beira da falência depois que seu pós-moderno golpista regime se mostrou incapaz de resolver a crise econômica sistêmica de seu país desde que chegou ao poder em abril de 2022. Há agora uma chance crível de que eles não possam receber o restante do pacote de resgate do FMI antes de seu vencimento, o que poderia mergulhar ainda mais seu povo já empobrecido ainda mais no desespero. Isso representa uma ameaça à segurança regional se pessoas recém-desesperadas começarem a fazer a licitação de maus atores para sobreviver.

É nesse contexto que foi tomada a decisão de permitir o escambo com Afeganistão, Irã e Rússia. Esta não é de forma alguma uma solução para a crise económica sistémica do Paquistão, nem um chamado "plano B" se não receber o resto do pacote de resgate do FMI. No entanto, poderia manter os padrões de vida das pessoas médias em um nível comparativamente mais respeitável do que se esse arranjo não estivesse disponível, uma vez que produtos agrícolas, farmacêuticos e têxteis podem ser trocados por commodities como energia, metais e trigo.

Partes da economia real poderiam, assim, permanecer vivas enquanto as autoridades correm para repor os fundos do Estado que se esgotam rapidamente, o que ajudaria a evitar o pior cenário de pessoas recém-desesperadas sendo exploradas por maus atores. Todas as partes interessadas responsáveis têm interesse nisso, especialmente porque fortalecerá os laços bilaterais com os três Estados com os quais o Paquistão acabou de aprovar a troca. No que diz respeito à dimensão afegã, isso também poderá contribuir para aliviar as tensões entre o Paquistão e os talibãs.

As dimensões iraniana e russa têm uma importância estratégica semelhante, embora de uma forma não relacionada com a segurança. Esses dois fazem parte do Corredor de Transporte Norte-Sul (NSTC), que visa conectar a Rússia e a Índia por meio da República Islâmica. O ex-primeiro-ministro Imran Khan previu integrar seu país aos corredores geoeconômicos emergentes da Eurásia antes de ser deposto, então há uma chance de explorar o renascimento parcial de seus planos por meio dos acordos de troca do Paquistão com o Irã e a Rússia.

Falsa vitimização: Washington "não vacilará diante do bullying?" Isso é um absurdo

O discurso proferido pelo secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, no Diálogo Shangri-La recebeu reações muito diferentes de vários países. Vários meios de comunicação americanos destacaram a declaração de Austin: "Nós [Washington] não vacilaremos diante do bullying ou da coerção [da China]" como o foco principal de suas reportagens. No entanto, isso levantou sérias dúvidas entre os chineses sobre se Austin tomou o discurso errado, já que reverter a referência a "Washington" e "China" seria mais factualmente preciso. Os políticos de Washington entendem mal as palavras "bullying" e "coerção"? A questão não é tão simples.

Global Times | editorial | # Traduzido em português do Brasil

Em seu discurso, Austin mencionou "bullying" três vezes e "coerção" cinco vezes, indiretamente ou diretamente apontando todas para a China. Ele também reconheceu que "tudo isso é especialmente importante no Estreito de Taiwan", o que expôs as intenções sombrias do lado dos EUA. Depois que Washington exaltou "a coerção econômica da China", replicou a mesma abordagem nos domínios militar, geopolítico e diplomático, e agora adicionou o termo "bullying" à mistura. Embora pareça absurdo para chineses e estrangeiros com uma certa compreensão das realidades na região Ásia-Pacífico aplicar as palavras "coerção" e especialmente "bullying" à diplomacia da China, não podemos ignorar os esforços deliberados e calculados dos EUA, pois essas palavras têm sido constantemente repetidas e enfatizadas em várias ocasiões públicas internacionais recentemente.

Washington não pode ignorar o significado de "bullying" e "coerção". O termo "diplomacia coercitiva", por exemplo, foi originalmente proposto por professores americanos para resumir as políticas dos EUA em relação ao Laos, Cuba e Vietnã na época. No entanto, até hoje, os EUA não apenas pararam, mas encontraram novas maneiras e se expandiram em várias áreas para se envolver em bullying e coerção. Qual país, incluindo aliados dos EUA na região, como Japão e Coreia do Sul, não foi submetido a alguma forma de pressão ou coerção dos EUA em áreas como semicondutores, realocação da cadeia industrial e até mesmo comércio?

Agora, os EUA estão distorcendo conceitos e atualizando sua retórica, convenientemente ignorando seus próprios atos de bullying e coerção, enquanto se voltam e rotulam a China como "valentão" ou "coertor". Trata-se de uma tentativa de explorar seu domínio no discurso e turvar as águas. Na complexa realidade das relações internacionais, existe uma área significativa de ambiguidade cognitiva, onde há muitas pessoas que não compreendem e julgam a situação real, e países com mentalidades delicadas devido a disputas territoriais ou outras com a China. Os EUA pretendem tomar esta área e esses indivíduos e países e torná-los os principais alvos de seus esforços enganosos e instigadores.

Jogos de guerra | EUA E CANADÁ PROVOCAM A CHINA NO ESTREITO DE TAIWAN

Diplomatas da China e EUA se reúnem em meio a tenso impasse militar; "Laços bilaterais entram numa fase mais complicada do jogo"

As recentes interações entre altos funcionários chineses e norte-americanos contrastam com as ações e a guerra de palavras entre os dois militares sobre o Estreito de Taiwan e o Mar do Sul da China, que, segundo analistas, destacaram o fato de que China e EUA entraram em uma fase mais complicada do jogo - enquanto a China está disposta a estabilizar as relações bilaterais e está aberta a uma possível cooperação. também lutará firmemente contra as provocações dos EUA.

Liu Xin e Liu Xuanzun | Global Times | # Traduzido em português do Brasil

Na segunda-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, deve se reunir com o secretário de Estado adjunto dos EUA para Assuntos do Leste Asiático e do Pacífico, Daniel Kritenbrink. A autoridade de segurança nacional dos EUA, Sarah Beran, se juntará a Kritenbrink para "discutir questões-chave na relação bilateral" com o lado chinês, diz um comunicado do Departamento de Estado dos EUA visto no sábado.

A viagem de Kritenbrink segue a reunião do principal diplomata da China, Wang Yi, e do conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, em meados de maio, em Viena, e a visita do ministro do Comércio da China, Wang Wentao, a Washington no final de maio. Enquanto a China e os EUA estão tendo um reengajamento diplomático, os EUA continuam a provocar a China, levando a questionamentos sobre sua sinceridade em melhorar os laços, disseram analistas.

Provocações militares Embora o Diálogo Shangri-La, onde China e EUA trocaram farpas, tenha terminado, a guerra de palavras provocada pelas provocações

dos EUA no Mar do Sul da China e no Estreito de Taiwan continuou na segunda-feira.

Foram os EUA que provocaram problemas e fizeram provocações primeiro, e a China respondeu com medidas em linha com a lei e os regulamentos, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma entrevista coletiva regular na segunda-feira.

As declarações de Wang foram feitas enquanto os EUA continuavam a alardear a forma como o Exército de Libertação do Povo Chinês (ELP) lidava com navios de guerra americanos e canadenses quando eles faziam um trânsito provocativo pelo Estreito de Taiwan no sábado.

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