Artur Queiroz*, Luanda
O Grupo Carrinho agora é Carrito e daqui a nada vira Toyota Rabo de Pato, acidentado na Via Expressa. Foi expulso da gestão da Reserva Estratégica Alimentar. Carlos Rosado de Carvalho, agente do General Miala, veio logo explicar a metamorfose com argumentos de política económica aldrabada. Pura manobra de diversão. Porque o infausto desfecho se deve ao próprio mandante. Está confirmado e reconfirmado. Os gestores do agora calhambeque pagavam todos os meses o “imposto revolucionário” ao chefe. Quando pensavam que já não precisavam de protecção da máfia mialista, recusaram colaborar na chantagem e extorsão. Optaram pelo suicídio indicado pelo Doutor Tuti Fruti, menino Carlitos.
Admirável! Os jornalistas não tiveram a curiosidade de ouvir os gestores do calhambeque com o semieixo partido. Eles davam leite achocolatado e bolachinhas aos meninos de uma escola e os Media exultavam. Gastavam páginas e páginas, minutos e minutos com o acontecimento. Agora que a Reserva Estratégica Alimentar foi enriquecer outros, nem uma palavra. Nem uma linha. O pessoal Carrinho era protegido há muitos anos. Acaba ingloriamente na valeta por não pagar o imposto revolucionário ao General Miala.
A sua ajudante Eduarda Rodrigues
(a senhora que trata da extorsão de activos) está a actuar
Eduarda Rodrigues esclareceu que esses bens iam ser vendidos em leilão porque estavam a deteriorar-se. As embarcações corriam o risco de ir ao fundo! Antes que tudo seja sucata vamos vender. Se no final dos processos as e os arguidos forem condenados, o Estado fica com o produto das vendas. Se forem absolvidos recebem o produto da venda. Dona Dadinha! Leu mal as regras do Mobutu. Ele não era tão primário, tão boçal, tão selvagem. Na TPA lá do sítio descia do céu como um raio, invocava a protecção divina e declarava solenemente que os inimigos do povo colaboraram com os deuses mobutistas e entregaram tudo de boa vontade. As aparências são importantes porque iludem.