quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Os Heróis do Ocidente Estreitado – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os europeus ocuparam África. Primeiro com falinhas mansas, espelhos e missangas. Depois pela força das armas até à subjugação final e à escravatura. Milhões de pessoas vendidas em leilões. Milhões de resistentes mortos. O colonialismo foi o mais grave crime alguma vez cometido contra a Humanidade. No continente africano teve a dimensão de genocídio. Pela parte que me toca, sou testemunha da prepotência, arrogância, violência e crueldade dos colonos no Norte de Angola, durante a minha infância, em Luanda na adolescência e em todo o país quando andava de repórter. Vi tudo e de tudo. 

Meu pai não tinha loja comercial aberta, guardava as mercadorias num armazém de pau a pique, carregava a camioneta e ia de aldeia em aldeia fazer a “permuta”, que consistia em trocar os produtos por café mabuba ou descascado. Raras vezes vendia a dinheiro. No início dos anos 50 era assim: Nós chegávamos às aldeias e os habitantes fugiam com medo. Depois vinha o soba conversar. Quando percebia que estávamos ali por bem, o povo saía dos esconderijos. Mas as crianças ficavam ao longe!

Em pouco tempo fiz amigos nas aldeias da região. Estava vencido o medo. Aprendi a fazer carrinhos e gaiolas de bordão, colher visgo para apanhar passarinhos, jogar às pedrinhas e até futebol. Esses meus amigos morreram em 1961, bombardeados pela força aérea portuguesa. Em nenhuma aldeia da região existiam tropas, quartéis ou armas. Só vidas humanas.

Abomino o eurocentrismo com todas as minhas forças. É o combustível do esclavagismo, do colonialismo, do genocídio em África. E a forma mais repugnante de racismo. A civilização ocidental só tem isso? Que conte, que perdure, que interesse à Humanidade, só. Vejam o que fizeram aos valores da Revolução Francesa. Onde está o Pensamento Alemão? Kant foi proibido de escrever sobre religião. O seu contributo para a Liberdade e a Dignidade foi despedaçado pelas bombas que ainda hoje trucidam inocentes.

Mesmo assim tenho os meus heróis ocidentais (ou acidentais?). São quase todos poetas desalinhados, filósofos ignorados, artistas plásticos enclausurados em museus de arte antiga ou moderna (até tu, meu querido Nadir Afonso!), militantes da luta pela liberdade e a dignidade (como tu Buiça!), libertadores como o meu amigo Otelo Saraiva de Carvalho. São as excepções que confirmam a horrenda regra. A moral judaico-cristã larga bombas sobre Gaza!

Na vida já vi tanta raridade que nada me admira. Mesmo assim fiquei estupefacto quando li um arrazoado de Anastácio Ruben Sicato elogiando, com citação e tudo, Winston Churchill. Estes sicários da UNITA estão sempre do lado errado. 

Zelensky sente-se traído por aliados ocidentais, dizem seus assessores mais próximos

Ahmed Adel* | South Front | opinião | # Traduzido em português do Brasil

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ficou irritado com os resultados da sua visita a Washington em Setembro e notou a perda de interesse do governo americano na Ucrânia, de acordo com um artigo publicado em  30  de Outubro na revista Time. Isto é especialmente digno de nota, uma vez que a visita de Zelensky a Washington ocorreu semanas antes de ainda mais atenção em Washington se desviar da Ucrânia, após o ataque do Hamas em 7 de Outubro e a correspondente declaração de guerra de Israel contra Gaza.

Segundo a reportagem, um repórter da revista Time foi a Kiev após a visita de Zelensky a Washington, em setembro, para analisar com a equipe do presidente ucraniano como ele reagiu aos sinais recebidos do Ocidente, especialmente no que diz respeito ao declínio do interesse em um conflito sem evidências de um fim à vista e os constantes apelos ao combate à corrupção em Kiev.

“No meu primeiro dia em Kiev, perguntei a um membro do seu círculo como o Presidente se sentia. A resposta veio sem hesitar: 'Irritado'”, disse o autor do artigo.

Segundo o autor Simon Shuster, o presidente ucraniano percebeu que o interesse pela Ucrânia está a perder força a nível mundial e o apoio internacional e agora sente-se traído pelos seus aliados ocidentais.

“O habitual brilho de seu otimismo, seu senso de humor, sua tendência de animar uma reunião na sala de guerra com um pouco de brincadeira ou uma piada obscena, nada disso sobreviveu até o segundo ano de guerra total”, de acordo com Shuster, que citou um membro antigo de sua equipe dizendo: “Agora ele entra, recebe as atualizações, dá as ordens e sai”.

“Outro diz-me que, acima de tudo, Zelensky se sente traído pelos seus aliados ocidentais. Eles o deixaram sem os meios para vencer a guerra, apenas os meios para sobreviver”, acrescentou Shuster.

A mídia ocidental tem destacado quase diariamente o cansaço de Washington e da Europa em apoiar a Ucrânia e a erosão do apoio a Zelensky. Após o agravamento da situação no Médio Oriente, o Presidente dos EUA, Joe Biden, comprometeu-se a apoiar Kiev e Tel Aviv. No entanto, em Outubro, um grupo de senadores republicanos apresentou um projecto de lei que permite o envio de ajuda a Israel, mas não inclui a ajuda à Ucrânia.

27 ataques tiveram como alvo bases dos EUA no Iraque e na Síria - Pentágono

As forças dos Estados Unidos no Iraque e na Síria foram atacadas com drones ou foguetes pelo menos 27 vezes nas últimas duas semanas, informou o Pentágono em 31 de outubro. Durante uma coletiva de imprensa, o secretário de imprensa do Pentágono, Brigadeiro General Pat Ryder, disse que 16 desses ataques ocorreram no Iraque e 11 na Síria.

# Traduzido em português do Brasil

Pelo menos seis destes ataques foram realizados, três no Iraque e três na Síria, depois de as forças dos EUA terem atacado, em 26 de Outubro, duas instalações na província de Deir Ezzor, no leste da Síria, utilizadas pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão e grupos afiliados.

Outra onda de ataques atingiu camiões perto da passagem fronteiriça de al-Baukamal, entre a Síria e o Iraque, em 29 de Outubro. No entanto, os EUA não assumiram a responsabilidade.

“Que eu saiba, não houve feridos nem danos à infraestrutura”, disse Ryder, respondendo a uma pergunta sobre os resultados dos recentes ataques às forças dos EUA.

A Resistência Islâmica no Iraque, uma coligação de facções armadas apoiadas pelo Irão, assumiu a responsabilidade pelos ataques mais recentes às forças dos EUA no país e na vizinha Síria, dizendo que foram realizados em resposta à guerra israelita na Faixa de Gaza palestiniana.

Em duas declarações separadas divulgadas em 31 de outubro e 1º de novembro, a coalizão disse que havia atacado as forças dos EUA posicionadas na Base Aérea de Ayn al-Assad, na província de al-Anbar, no oeste do Iraque, e uma guarnição na área de al-Tanf, no sudeste da Síria. com drones. Nenhuma perda foi relatada em Ayn al-Assad, e o ataque a al-Tanf foi supostamente frustrado.

Ryder anunciou durante a mesma conferência de imprensa que o Pentágono estava a enviar mais 300 soldados para a região do Médio Oriente “para apoiar os esforços regionais de dissuasão e reforçar ainda mais as capacidades de protecção das forças dos EUA”.

“Eles não vão para Israel”, disse Ryder.

O anúncio ocorreu poucos dias depois de o Pentágono ter afirmado que estava a deslocar cerca de 900 soldados e uma dúzia de sistemas de defesa aérea para a região.

Os EUA parecem estar a preparar-se para um sério confronto no Médio Oriente com o Irão e os seus aliados, à medida que continuam a fornecer apoio incondicional à guerra israelita em Gaza. Os ataques às forças dos EUA na região provavelmente continuarão enquanto a guerra continuar.

Ler/Ver em South Front:

A liberdade de imprensa no Ocidente é uma mentira

Foguetes e drones atingem bases dos EUA na Síria

Netanyahu e a derrota moral do Ocidente

Daniel Oliveira | TSF | opinião

Tanto o Hamas como Israel cometeram atos hediondos desde o dia 7 de outubro, movidos pelo fanatismo e recusa em dialogar, defende Daniel Oliveira.

"Entre o abjeto massacre de inocentes, com sequestro de civis, tudo filmado e exibido pelos próprios carniceiros do Hamas para dar ao politicamente moribundo Netanyahu espaço interno e externo para reagir com toda a brutalidade, e a abjeta carnificina de civis inocentes em Gaza que alimenta a revolta na Cisjordânia e em todo o muçulmano, estamos a ser manipulados por fanáticos que nos querem obrigar a fazer a escolha que eles próprios já fizeram: recusar o diálogo para arregimentar o ressentimento e o ódio."

No seu espaço de opinião na antena da TSF, Daniel Oliveira recorre às palavras do antigo primeiro-ministro francês Dominique de Villepin para afirmar que o "Hamas preparou-nos uma armadilha de horror e crueldade" e "Netanyahu está a empurrar-nos para a armadilha da vingança".

O jornalista defende ambos os lados do conflito devem ser julgados pelas suas ações à luz da lei internacional. "Os terroristas do Hamas" e "os criminosos do atual governo de Israel" devem responder, "uns e outros, por todos os civis todas as crianças que assassinaram este mês".

Quanto ao Ocidente, está a "perder o mundo", não só do ponto de vista económico e político, mas também moral, considera Daniel Oliveira.

Se, por um lado, condena "a Rússia por ocupar territórios que não lhe pertencem e bombardear populações civis", por outro, coloca-se "incondicionalmente ao lado de Israel enquanto ele ocupa grande parte da Cisjordânia e bombardeia civis em Gaza", condena. Por um lado invoca, "e bem", o direito internacional na Ucrânia, mas nega-o no caso da Palestina.

Foram muitos os líderes ocidentais que declararam "apoio incondicional a um criminoso de guerra", Benjamin Netanyahu, "enquanto ele varre a bombas uma das zonas mais densamente povoadas do mundo, dificulta ajuda humanitária, trata um povo como sub-humano e ainda apela ao boicote financeiro da ONU."

Já não basta condenar Netanyahu, é preciso "travá-lo", apela o comentador.

Para Daniel Oliveira, está inclusive em causa a forma como o mundo encara a democracia. "Se milhões que vivem sob ditadura acreditarem que Israel representa os valores democráticos, a democracia estará a ter uma pesada derrota."

"Se milhões de asiáticos, africanos e sul-americanos olharem para este conflito com um confronto entre civilizações, a Europa e os Estados Unidos ficarão mais isolados. Se acreditarem que esta é a ordem Internacional que Ocidente deseja, desejarão seguramente outra."

"Não é apenas o caos que ameaça espalhar-se pela região e pelas maiores cidades europeias, é a exibição da hipocrisia moral do Ocidente, que não deixará de ter efeitos na guerra da Europa: os aliados da Ucrânia estão a perder a autoridade moral", lamenta Daniel Oliveira.

Isto terá impacto, diz, "não aos olhos dos regimes, a quem pouco interessam as vidas inocentes, mas aos olhos dos povos, que é coisa mais duradoura".

Texto: Carolina Rico

Israel volta a bombardear campo de refugiados no norte da Faixa de Gaza

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios. Siga em direto na TSF. O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios. Siga em direto na TSF.

01 nov17:02

Cátia Carmo

Biden espera que cidadãos norte-americanos deixem Gaza esta quarta-feira

O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse no X (ex-Twitter) esperar que os cidadãos norte-americanos deixem Gaza esta quarta-feira através da passagem de Rafah para o Egito. No entanto, não deixou claro se há algum cidadão norte-americano no primeiro grupo que sairá do local ou quantos receberam a aprovação para fazer a travessia.

"Esperamos que os cidadãos norte-americanos saiam hoje e esperamos ver mais pessoas a sair nos próximos dias", escreveu Biden.

01 nov16:54

Lusa

Comissário da ONU entra em Gaza e exige cessar-fogo e corredor humanitário

O comissário-geral da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, entrou esta quarta-feira em Gaza para expressar o seu apoio à população local e exigir de novo um cessar-fogo e a abertura de corredores humanitários.

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01 nov16:42

Cátia Carmo

Mais de 70 feridos e 300 pessoas com passaporte estrangeiro retirados de Gaza para o Egito

Foram transferidos esta quarta-feira da Faixa de Gaza para o Egito, pela primeira vez desde que começou a guerra entre Israel e o Hamas, 76 palestinianos feridos e 335 pessoas estrangeiras e com dupla nacionalidade, avança um funcionário egípcio à AFP.

"Às 16h30, 76 palestinianos feridos, em ambulâncias, e 335 pessoas com passaporte estrangeiro, em autocarros, atravessaram" o posto fronteiriço de Rafah, contou o responsável no local, contactado por telefone a partir de Ismailia, no nordeste do Egito.

01 nov15:31

Lusa

OMS alerta que milhares de doentes em Gaza precisam de cuidados urgentes e regulares

Milhares de habitantes da Faixa de Gaza precisam de cuidados médicos urgentes, quer na sequência de ferimentos no contexto do conflito em curso, quer por doenças crónicas, alertou esta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Hoje, as autoridades egípcias autorizaram a abertura do posto fronteiriço de Rafah para fins exclusivamente humanitários, nomeadamente para o transporte de pessoas com necessidades médicas.

Em comunicado, a OMS saudou a decisão do Egito de aceitar acolher e tratar "81 pessoas da Faixa de Gaza feridas e doentes".

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01 nov13:54

Lusa

Encerrado único hospital em Gaza que trata doentes com cancro

O Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana alertou esta quarta-feira que o único hospital em Gaza que trata doentes com cancro foi obrigado a encerrar por falta de combustível.

Em comunicado, que cita o ministro da Saúde palestiniano, Mai al Kaila, refere-se que o hospital da Amizade Turco-Palestiniana cessou as operações "como resultado dos bombardeamentos das forças de ocupação (Israel)" na segunda e terça-feira e depois de ter ficado sem combustível.

Face a esta situação, alertou o ministro, está em causa o tratamento e a "vida de 70 doentes oncológicos."

Conversas para Boi Dormir – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

 O HAMAS é um partido político. Elegeu autarcas e deputados. É governo na Faixa de Gaza, tem ministros e secretários de estado. Os serviços públicos têm na cúpula, dirigentes do movimento. Há funcionários nas repartições públicas que são seguramente do HAMAS. Quando os nazis de Telavive dizem que vão destruir a organização, querem dizer que vão matar tudo quanto é palestino. Hoje bombardearam o campo de refugiados de Jabalia. Vegetam lá 120.000 palestinos, há décadas. O bombardeamento fez 400 mortos. Israel confirmou o ataque porque “estava lá um alto quadro do HAMAS”. 

Para matarem um “alto quadro” do partido que governa Gaza trucidaram 400 refugiados palestinos. Foi essa a ordem que receberam de Washington, Londres, Paris, Bruxelas e Berlim: Matem-nos até onde for preciso! Estão a cumprir. Nomes dos genocidas: Biden. Blinken, Austin, Sunak, Macron, Úrsula, Scholtz. Os sargentos de Israel cumprem ordens. 

Um dia pagam pelos seus crimes. Só hoje assassinaram 402 crianças. É matar palestinos até onde for preciso. E se amanhã, assassinos ainda mais assassinos que os mandantes e executantes destes crimes começarem a matar israelitas inocentes, britânicos inocentes, cidadãos dos países da União Europeia inocentes e inocentes do estado terrorista mais perigoso do mundo? Impossível não acontecer.

Os ajudantes de Hitler julgavam-se donos do mundo e intocáveis. O Tribunal de Nuremberga aplicou-lhes penas pesadas, desde a morte à prisão perpétua. Os genocidas de hoje já foram condenados no tribunal da decência humana. Chegará a hora da execução das sentenças. Como chegou a Goering (Biden), Ribbentrop (Blinken), Keitel (Sholtz), Kaltenbrunner (Macron), Rosenberg (Sunak), Frank (Itamar Ben-Gvir) Frick (Yoav Galant), Streicher ( Herzi Halevi), Sauckel (Roberta Metsola) Jodl (Charles Michel), SeyssInquart (Úrsula) e Bormann ( Benjamin Netanyahu). 

No meio do genocídio em directo, os matadores enternecem-nos com estórias da carochinha. Os “rambos” nazis anunciaram que libertaram uma prisioneira militar durante uma operação em Gaza. A moça estava com ar feliz, limpinha, sem sinais de quem esteve mais de meio mês enfiada em túneis sem água nem comida. Tudo mentira. Não libertaram ninguém. Mas a partir de agora vamos assistir a mais prisioneiros libertados dos esconderijos onde os nazis têm as suas “reservas” de presos, para enganarem a opinião pública israelita e internacional.

No bombardeamento de hoje ao campo de refugiados de Jabalia, a historinha é ainda mais insultuosa. Puseram um figurão da Mossad disfarçado de jornalista do canal português SIC, dizendo que a operação se destinou na matar um alto quadro do HAMAS que estava escondido em túneis por baixo do campo! Mas só destruíram e mataram à superfície! O genocídio continua e não há força humana que o trave. Vamos todos pagar pela conivência criminosa. Fingir que não estamos a ver é crime. Silêncio em vez de gritar protestos é criminoso. 

A Humanidade ficou com a honra manchada pelo nazismo alemão. Com as bombas de Hiroxima e Nagasaki. Com o regime de apartheid na África do Sul, Rodésia (Zimbabwe) e Namíbia. Com os morticínios em Angola depois de 4 de Fevereiro de 1961. Com a guerra do Vietname. Com a guerra no Iraque. Com a destruição da Jugoslávia. Com a destruição da Líbia. E agora com o genocídio na Palestina. Já não há remédio.

O desertor das Forças Armadas Angolanas e criminoso de guerra Abílio Camalata Numa continua a falsificar a História Contemporânea de Angola. Ele dá o nome e uns portuguesitos “doutorados” escrevem prosas provocatórias como se Lisboa ainda mandasse em Angola. Desta vez pegou na Constituição da República Popular de Angola (1975) para concluir que o MPLA tomou conta de tudo! 

Nesse tempo a FNLA embrulhou-se com a CIA, as tropas zairenses e os mercenários. Não conseguiu entrar à força em Luanda e decidiu brincar à independência na cidade do Uíge. A UNITA serviu dois donos ao mesmo tempo, os independentistas brancos de Angola e o regime racista de Pretória. Brincou à independência na cidade do Huambo. Quem assumiu as responsabilidades todas, sobretudo enfrentar os exércitos invasores, foi o MPLA. Mas o desertor, assassino e criminoso de guerra Abílio Numa diz que o movimento usurpou!

O cúmulo do banditismo político tem a ver com o seu comentário ao Artigo 35º (Conselho da Revolução) do nosso primeiro texto constitucional. Ele cita: “Enquanto não se verificar a total libertação do território nacional e não estiverem preenchidas as condições para a instituição da Assembleia do Povo, o órgão supremo do poder do Estado é o Conselho da Revolução.”

O assassino e criminoso de guerra escreve isto: “Enquanto não se verificar a total libertação do território nacional … Total libertação do território nacional contra quem se a partir do dia 22 de Janeiro de 1976 em Adis-Abeba, numa conferência extraordinária convocada pela OUA (Organização da Unidade Africana), ficou determinado que todas as forças sul-africanas já se tinham retirado de Angola”. 

Abílio Camalata Numa é desertor das FAA, assassino, criminoso de guerra e falsário da História Contemporânea de Angola. O nosso país foi admitido na ONU depois de aprovada a Resolução 397/76, no dia 1 de Dezembro desse ano. As últimas tropas invasoras sul-africanas abandonaram Angola, vergadas ao peso da derrota, no dia 27 de Março de 1976.

Apesar dessa vitória militar estrondosa, os racistas da África do Sul voltaram a agredir o Povo Angolano, até à derrota definitiva na Batalha do Cuito Cuanavale. Nessa altura, segundo o comandante do Batalhão Búfalo, coronel Ian Breytenbach, o “brigadeiro Numa, cunhado de Savimbi, colocava-se sempre pelo menos a 30 quilómetros dos locais de combate”. Desertor, traidor, assassino, criminoso de guerra e cobarde!

O Estado Angolano paga-lhe um salário de general e oferece-lhe todas as mordomias de antigo deputado da UNITA! Luanda paga aos traidores dos seus generais.

* Jornalista

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União Africana pede cumprimento da lei em Gaza e na Ucrânia

O comissário dos Assuntos Políticos, Paz e Segurança da União Africana (UA) criticou a comunidade internacional por ser menos exigente com as leis nas guerras da Ucrânia e no Médio Oriente do que em conflitos africanos.

"Não podemos exigir o respeito pelo direito internacional quando se trata de crises africanas, o cumprimento do quadro dos direitos humanos, e quando se trata de Gaza, quando se trata de Israel, o caso é diferente. Ou mesmo quando se trata da Ucrânia e da Rússia", criticou .

"Quando vivemos todos no mesmo mundo, o direito internacional deve ser aplicável a todos nós da mesma forma", disse o diplomata, acrescentando: "É esse o objetivo das Nações Unidas, é esse o objetivo do sistema internacional, que temos de respeitar". 

Adeoye falava durante o debate "A agenda da União Africana para a paz e a segurança", organizado esta segunda-feira (30.10), em Londres, pelo centro de estudos britânico Instituto de Relações Internacionais (Chatham House). 

"Não podemos encarar os conflitos da crise africana de forma isolada. Não podemos limitar-nos a uma palavra para Israel ou para a Ucrânia e outra palavra ou condição para África", vincou.

O responsável reiterou que a União Africana (UA) defende uma solução de dois Estados em coexistência - Israel e Palestina.

Risco de "genocídio sem precedentes"

A organização emitiu, em meados de outubro, um comunicado conjunto com a Liga Árabe a alertar para o risco de "um genocídio sem precedentes" na Faixa de Gaza no caso de uma ofensiva terrestre israelita no território palestiniano controlado pelo movimento islamita Hamas.

Ambas consideraram uma violação do direito internacional o ultimato israelita para a população do norte da Faixa de Gaza se deslocar para o sul do território e pediram ajuda humanitária urgente aos palestinianos, "apelando à comunidade internacional para que esteja à altura dos princípios comuns de humanidade e justiça".

O comissário referiu ainda que a UA está a desenvolver capacidades próprias para preservar a paz no continente, nomeadamente através do Fundo de Paz da União Africana. 

Adeoye adiantou que o Fundo deverá gastar 22 milhões de dólares (20,7 milhões de euros no câmbio atual) em 2023 e 2024 de um total de 370 milhões de dólares (348 milhões de euros) acumulado com contribuições de Estados membros. 

O Fundo permite apoiar medidas relacionadas com a mediação e diplomacia preventiva, capacidade institucional e operações de apoio à paz.

"O que queremos é que o Conselho de Segurança das Nações Unidas, a comunidade internacional, a Commonwealth, os [países] amigos, os aliados nos apoiem para garantir que possamos cumprir uma agenda de paz", salientou.

Deutsche Welle | Lusa

África do Sul: Os benefícios de estreitar laços com o Irão

O Presidente iraniano está de visita à África do Sul, país que considera parceiro estratégico. Ebrahim Raisi já visitou o Quénia, o Uganda e o Zimbabué para diversificar as relações com os seus aliados não ocidentais.

Thuso Khumalo | cvt | Deutsche Welle

O Presidente iraniano Ebrahim Raisi está de visita à África do Sul esta terça-feira (31.10). Teerão procura aprofundar as suas parcerias em todo o continente africano, ao passo que enfrenta pesadas sanções económicas dos Estados Unidos da Américs (EUA).

Desde que assumiu o cargo em 2021, Raisi tem seguido uma estratégia deliberada de reforçar a abordagem não ocidental na política externa do Irão.

O chefe de Estado iraniano visitou o Quénia, o Uganda e o Zimbabué - que também está sob sanções dos EUA - em julho, marcando a primeira visita de um líder iraniano ao continente africano em mais de uma década.

No Quénia, referiu-se a África como um "continente de oportunidades", salientando o seu potencial como mercado para os produtos iranianos.

"Nenhum de nós está satisfeito com o atual volume de comércio e com o atual intercâmbio económico entre os países", afirmou.

A visita oficial a Pretória acontece apenas uma semana depois de a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-africana, Naledi Pandor, ter estado em Teerão.

O Presidente iraniano esteve na África do Sul, em agosto deste ano, para a Comissão Conjunta de Cooperação (CCC) África do Sul-Irão realizada antes da cimeira dos BRICS – formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

O bloco irá acolher o Irão e cinco outros países no grupo em janeiro de 2024 e muitos analistas dizem que a África do Sul foi fundamental para a concretização das adesões.

ALVOS MILITARES ISRAELITAS

Saad Almuhannadi, Catar | Cartoon Movement

Bifo Berardi: A psicopatia de Israel

Barbárie sofrida pelos judeus nas mãos dos nazistas exigiu compensação psíquica, diz pensador. Tornaram-se, então, carcereiros e genocidas do povo palestino. Agora, pagam o preço: espiral de ódio, cisão em seu próprio país e guerra sem fim

Franco “Bifo” Berardi, no CTXT | em Outras Palavras | Tradução: Rôney Rodrigues | # Publicado em português do Brasil

“Os excessos cometidos em nome do dever de recordar são de tal magnitude que apelaríamos de bom grado, tanto por razões de bom senso como de civilidade, ao dever de esquecer. Pensemos um pouco no infeliz herói de Borges, Funes, o memorioso, que justamente não conseguia esquecer nada e que, portanto, vivia um inferno, incapaz de organizar o caos que ecoava em sua pobre cabeça. O mesmo acontece com um grupo humano: ao não querer esquecer, correm o risco de confundir o presente que vivem com um presente falso, alucinatório, que parasita o primeiro em nome das ofensas não reparadas do passado. - Daniel Lichtenberg: Figuras de Israel , 1997

O documentário Born in Gaza de Hernán Zin pode ser encontrado na Netflix e na Filmin. Se me permitem, recomendo a todos que assistam: conta a história de dez crianças entre seis e quatorze anos, durante a guerra de 2014, uma das muitas guerras que Israel desencadeou contra os palestinos e os palestinos desencadearam contra Israel.

Estas crianças falam dos bombardeios, das feridas que receberam, do terror que experimentam todos os dias, da fome que sofrem; dizem que a vida que vivem não é vida, que morrer seria melhor. É provável que estas pessoas, que eram crianças em 2014, sejam agora militantes do Hamas e tenham participado na orgia de terror de 7 de outubro.

Se eu estivesse no seu lugar em vez de ser eu, um velho intelectual que vive confortavelmente na sua casa numa cidade italiana onde neste momento não há bombardeios, se eu fosse um daqueles que foram crianças sob as bombas de 2014, hoje eu seria um terrorista que só quer matar um israelense. Eu ficaria horrorizado?

É claro que ficaria horrorizado, mas o meu pacifismo silencioso é simplesmente um privilégio de que desfruto porque não passei a minha infância em Gaza, ou em lugares como Gaza.

Portanto, acredito que Israel só tem uma forma de erradicar o Hamas: matar todos os palestinos que vivem em Gaza, nos territórios ocupados e também em outros lugares: todos, todos, todos, especialmente as crianças.

Afinal, é isso que eles estão fazendo, certo? Chama-se genocídio, mas é completamente racional.

Os governos europeus, muito racionais, apoiam o genocídio; Macron disse que gostaria de participar no genocídio com uma coligação.

Scholz disse que desde que a Alemanha cometeu genocídio no passado, agora tem o dever de apoiar aqueles que cometem genocídio hoje.

Será esta a única forma de erradicar o terrorismo?

Talvez houvesse outra forma de erradicá-lo: paz incondicional, renúncia à vitória, amizade, deserção, aliança entre as vítimas: as vítimas de Hitler e as vítimas de Herodes-Netanyahu.

Mas as vítimas, ao que parece, apenas aspiram a tornar-se algozes, e muitas vezes conseguem. Portanto, a espiral não irá parar e não sabemos qual vórtice ela pretende alimentar.

NABIL ABUZNAID: "EM GAZA, UMA CRIANÇA MORRE ANTES DE PODER CRESCER"

O chefe da missão diplomática da Autoridade Palestina em Portugal denuncia o genocídio de palestinos às mãos israelitas. Também denuncia que Israel usa a acusação de “antissemitismo para desacreditar qualquer crítica” contra as suas políticas na Palestina.

João Biscaia em Setenta e Quatro entrevista Nabil Abuznaid

Há quase três semanas que Israel bombardeia sem descanso a população enclausurada na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, diz que as Forças de Defesa de Israel tentam não atingir civis, mas as consequências no terreno apontam para uma punição coletiva e desproporcional do povo palestino pelo ataque do Hamas a 7 de outubro.

Quase seis mil civis palestinianos, dos quais mais de 2300 crianças, foram mortos pelos bombardeamentos israelitas, e o número não pára de aumentar a cada dia – numa única noite de bombardeamentos, esta semana, foram mortos 700 civis palestinos.

Além dos constantes ataques da força aérea israelita, a população civil de Gaza vive o acentuar diário do cerco israelita: não tem água, eletricidade ou combustível, e a comida escasseia. Os hospitais deixaram de conseguir assistir os milhares de feridos. E as dezenas de camiões com ajuda humanitária que entraram no pequeno enclave ajudam menos de 1% dos 2,3 milhões de civis. Num dia normal, entrariam centenas – por dia.

Um cenário que poderá piorar nos próximas dias e semanas, quando Netanyahu der luz verde aos seus militares para avançarem com a invasão terrestre de um território que muitas organizações humanitárias consideram "a maior prisão a céu aberto do mundo”. Suspeita-se, além disso, que o objetivo de Netanyahu é a transferência populacional forçada dos palestinos, reduzindo ainda mais a dimensão territorial da Faixa de Gaza, o que representa, de acordo com o direito internacional, um crime contra a humanidade.

“O que está a acontecer em Gaza é um genocídio. Estão a fazer guerra a todos os seres humanos, a todos os civis: homens, mulheres, crianças, velhos. Não há lugares seguros das matanças que temos visto: mesquitas, igrejas e hospitais estão a ser bombardeados pelos israelitas”, disse em entrevista ao Setenta e Quatro Nabil Abuznaid, chefe da missão diplomática da Autoridade Palestina em Portugal. “Cortar o abastecimento de eletricidade e água, fechar as fronteiras e não deixar entrar qualquer tipo de provisões médicas é desumano e inaceitável.”

APOIO À PALESTINA EM PORTUGAL -- 8 de novembro em Santarém

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