terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Portugal | PAÍS DESCENDENTE EM QUE TUDO RI À GARGALHADA...

Manuel, olha o comboio para Manatuto. Brincamos...

Bom dia. Se vamos hoje abordar comboios – aqueles tais tgv’s e nem por isso – não será de bom tom perder a oportunidade de lembrar José Afonso e o Comboio Descendente, num País Descendente, em baixo. Portugal. Vamos nessa. Já, aqui. Para já a letra do mestre anticapitalista e antifascista que marcou muitas décadas que souberam a pouco.

Avante!

No comboio descendente
Vinha tudo a gargalhada
Uns por verem rir os outros
E os outros sem ser por nada… 

Fonte: LyricFindPara ouvir o Zeca clique aqui e vá para o Youtube. Pois…

Agora adiante: 

Decerto que já deram por isso. Hoje, aqui, a seguir, vem aí o Expresso Curto, só para tesos, explorados e oprimidos… Uma benesse do tio Balsemão Bilderberg. Um arremedo da “democracia” com que tantos enchem a boca para iludir os incautos do povoléu. A fazedora de hoje no grupo Impresa é Raquel Loureiro, jornalista.

Se julgou que íamos abordar o assentamento de Pedro Nuno Santos e o congresso do PS tire o cavalo da chuva e do frio que faz. Também não abordaremos a aliança ressabiada (AD) da extrema direita pseudo mansa do militante Montenegro do PSD há 30 anos, fiel chefe do grupo parlamentar do Passos Coelho dos cortes, da fome, das mentiras, das vendas ao desbarato do que era público e passou para os seus amigos (nossos inimigos) do privado. Um deles foi o Manuel Champôlimão, vulgo Champalimaud, que deu um murro à mulher na sua casa em Díli, Timor colonial. Murro que custou uma fortuna. Meteu transfusões de sangue, fretamento de aviões e tudo… E milhares, muitos milhares de escudos (dólares). Engraçado é que soou que não foi o Manuel que fez aquela malvadez por ciumeira mas sim a porta da sala, vítima de uma corrente de ar. Catrapuz, foi um 'ar que deu' à simpática jovem senhora. 

Evidentemente que isso são histórias do passado. Não interessa nada. Certo é que o Manuel, que já gaguejava, ficou ainda muito mais gago. Assustou-se com o estrondo da porta :). Coisas. Histórias. Oh, tantas histórias. Até de décadas atrás acerca dos CTT. Coisa de selos e uns tostões. Sabia lá ele que mais tarde no tempo iria comprar os CTT muito baratuchos e abandalhar o serviço (oferta de Passos Coelho). Afinal o que ele, Champôlimão, visava era o Banco CTT… Pois. Avaro e egoísta como sempre foi, questão de ADN, não era de esperar diferente e melhor.

Pronto. Estes acumular de palavras, tipo jogo, já deve dar quase uma lauda. Está feita a entrada do Curto. Vamos bahona. Surku, sae assu e etc. Convidamos todos vós a ler a obra da autora Raquel Moleiro. Adiante.

Bom dia. Se conseguirem. Olhem que não. Olhem que não.

Avante!

MM | Redação PG

A que velocidade circulam €750 milhões?

Raquel Moleiro, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia.

Antes de mais um convite: esta quarta-feira, dia 10, às 14h00, “Junte-se à Conversa” com Eunice Lourenço, João Diogo Correia e David Dinis, para falar sobre "Quem está a ganhar nas ideias?". Inscreva-se aqui.

A discussão que pode ditar o início do concurso da linha de TGV, entre Lisboa e o Porto, arranca esta terça-feira de São Bento – o Parlamento, não a estação - às 15h, com 230 deputados a bordo, excluindo os faltosos. Parece matéria demasiado séria, e com impacto duradouro, para dias de Governo de gestão, em que todos os quadrantes políticos já despregaram os olhos das miudezas do dia-a-dia e fixaram-nos, com lentes de miopia, no próximo dia 10 de março. Mas há muitos milhões comunitários em risco, que, alegadamente, se podem perder se Portugal não avançar com a candidatura até ao fim de janeiro. Sem eles perde-se também a esperança de, num futuro próximo, se viajar de comboio, da capital à Invicta, em 79 minutos. O projeto leva já 30 anos.

Nas últimas semanas, António Costa pressionou repetidamente o PSD para que dê luz verde a um lançamento consensual do primeiro troço da Linha de Alta Velocidade. Luís Montenegro não lhe cedeu uma resposta direta. Preferiu, primeiro, confirmar com Bruxelas e com o próprio Governo a urgência da decisão, mais inclinado a avançar com dossiers estruturantes após as legislativas – já o dissera aquando da escolha do local do novo aeroporto –, com um executivo em plenitude de funções.

Na passada sexta-feira, em conversa no podcast do Expresso ‘Comissão Política’ , o líder social-democrata lá admitiu que não será ele um “obstáculo” nos carris da ferrovia, mas o PS quer prendê-lo a uma posição e vai força-la hoje no plenário do Parlamento, ao levar a debate o Projeto de Resolução que “Recomenda o desenvolvimento das diligências conducentes ao início do concurso da Linha de Alta-Velocidade Porto-Lisboa”.

É uma outra forma de perguntar, mas ao modo da Política: se o PSD votar a favor ou se abstiver, o Governo fica com o apoio que pretendia; se o PSD votar contra, o executivo tem uma recomendação aprovada no Parlamento para que possa dar seguimento ao processo, aproveitando a garantia (em fim de vida) da maioria absoluta.

O projeto deverá custar €4,9 mil milhões até 2030 e António Costa conta ir buscar cerca de €750 milhões ao Mecanismo Interligar a Europa, um fundo gerido por Bruxelas destinado a financiar redes de transportes e de energia mais ecológicas e sustentáveis. Mas para isso precisa de se candidatar, até ao fim de janeiro – enquanto a verba europeia disponível é maior -, e rezar a todos os santinhos para que a proposta tenha o mérito e a maturidade necessários para desbloquear a verba.

Será o primeiro plenário depois do congresso socialista, com Pedro Nuno Santos formalmente empossado. E o tema não podia ser mais do agrado do atual líder do PS. Era ministro das Infraestruturas e da Habitação quando lançou o atual projeto da linha de alta velocidade. Daqui a luz verde está garantida, “e quanto mais depressa melhor”, afirmou. Se os planos não descarrilarem, o TGV estará pronto a circular em 2030, a 300km/h.

A outra velocidade, com perturbações ou parados, andarão os comboios ditos normais já a partir da noite de hoje. A greve convocada para quarta-feira pelos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) deverá afetar os serviços esta terça e até quinta-feira. A CP alerta para “perturbações significativas”. Não estão, para já, decretados serviços mínimos.

OUTRAS NOTÍCIAS

Resistência. Nem só de TGV se falará hoje no AR. A difícil situação económica e laboral do grupo Global Media, que detém marcas como o ‘Diário de Notícias’, ‘Jornal de Notícias’ ou ‘TSF’, vai ser tema de três audições distintas. Pela Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto vão passar João Paulo Fafe, presidente da Comissão Executiva do grupo; Marco Galinha, ex-presidente, e Ana Mendes Godinho, Ministra do Trabalho. Ontem, a ERC avançou com um processo administrativo contra o fundo de investimento que detém os títulos, por continuar com dúvidas sobre a sua propriedade. Amanhã é dia de greve dos trabalhadores por 24 horas, contra os salários em atraso, a ameaça de despedimentos e o “perigo de extinção”.

Macas pagas. O caos nas urgências, devido ao pico da Gripe A, tem provocado a retenção nos hospitais de macas das ambulâncias que transportam os doentes, obrigando os bombeiros a esperar horas pela sua devolução. Para ‘acelerar’ o processo, as corporações aprovaram ontem a cobrança, a partir de quarta-feira, de uma taxa às instituições de Saúde, se até lá não for apresentada uma solução pela direção executiva do SNS: “por cada duas horas após a primeira hora são aplicados 50 euros, no segundo bloco de duas horas 100 euros, no terceiro bloco de duas horas 150 euros e depois 150 euros por cada duas além dessas”.

Friiiiiiiioo. As temperaturas já começaram a baixar, mas a partir de amanhã piora. Uma massa de ar polar continental traz uma descida das temperaturas, que se prolongará até ao final da semana. Em algumas zonas do nordeste transmontano e da Beira Alta, os termómetros poderão baixar até aos oito graus negativos. Saiba aqui o que esperar nos próximos dias e os cuidados a ter.

Semi-licenciado. Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o diploma que procede à reforça e simplificação dos licenciamentos na área do Urbanismo, uma versão reduzida em relação à inicial, expurgada que foi da matéria sobre “operações promovidas por entidades privadas em parques industriais”, que está a ser investigada na Operação Influencer e que terá beneficiado a empresa Start Campus na instalação de um centro de dados em Sines.

De saúde. Juntas médicas pedidas pelo Ministério da Educação ‘chumbam’ 20% das baixas de professores por doença, noticia hoje o Público, o que representa cerca de 80 docentes.

ETs preciosos. Começa hoje o julgamento de ex-dirigentes e funcionários da Obra Diocesana do Porto, que terão um esquema para burlar a Segurança Social em mais de 3,3 milhões de euros entre 2009 e 2015. Inflacionavam o número de utentes, duplicavam-nos, usavam nomes de mortos e até inventavam alguns, a que chamavam ovnis.

Lá fora

Au revoir Elisabeth. A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, apresentou a demissão, após 20 meses à frente do Governo. Emmanuel Macron já aceitou a saída, que estará relacionada com uma remodelação iminente do executivo promovida pelo Presidente. O favorito à sucessão é o atual ministro da Educação, Gabriel Attal.

A morte de Gaza. Pelo menos 23.084 palestinianos morreram e 58.926 ficaram feridos em ataques israelitas em Gaza desde 7 de outubro, de acordo com o Ministério da Saúde liderado pelo Hamas. O único hospital operacional está em risco de fechar, devido aos intensos combates, revelou a ONU. O Supremo Tribunal de Israel rejeitou o pedido da Associação de Imprensa Estrangeira para entrada de jornalistas no território. O conflito é acompanhado pelo Expresso em direto.

684 dias de guerra. Do Reino Unido e da Alemanha surge o mesmo alerta: os Estados europeus estão a desinvestir no apoio militar à Ucrânia. A Rússia aproveita a desatenção ocidental e lança ataques ao longo de todo o território ucraniano. Falta pouco para os dois anos de invasão russa.

Por fim. Parlamento da Coreia do Sul aprova lei que proíbe consumo de carne de cão a partir de 2027. Quem o fizer arrisca até três anos de prisão.

FRASES

“A campanha de vacinação da gripe e da covid-19 ainda não acabou, ainda estamos em pleno inverno. Há vacinas disponíveis. Todos aqueles que têm mais de 60 anos e que ainda não se vacinaram devem vacinar-se”
Manuel Pizarro, ministro da Saúde

“Já estamos nas medidas extremas, quase numa espécie de calamidade agrícola”
António Pina, presidente da Câmara de Olhão, sobre a seca na região, onde só há agua para oito meses

“Era um jovem e achava que se deviam fazer as coisas”,
Arnaldo Trindade, fundador da editora Orfeu, em 1956, com quem José Afonso e Paulo de Carvalho lançaram ‘Grândola, Vila Morena’ e ‘E Depois do Adeus’. Morreu ontem, aos 89 anos

“Para muitos era o 'Kaiser', porque criou em várias gerações entusiasmo pelo futebol alemão”
Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, sobre o futebolista e treinador Franz Beckenbauer, que morreu domingo aos 78 anos

PODCASTS

“Temos de ter a coragem de parar, dizer 'não' e definir os nossos limites”. O mais recente episódio do podcast “Que Voz é Esta?” conta com a participação de Ana Rita Goes, psicóloga e professora na Escola Nacional de Saúde Pública, e Ana Rita Filipe, arquiteta de 49 anos que conseguiu controlar problemas graves de ansiedade com várias práticas de autocuidado.

Como evoluem o desemprego, o salário mínimo e os apoios sociais? Com o desemprego estável, 2024 mostra que há mudanças na vida dos trabalhadores. Saiba quais são em mais um episódio do “Economia dia a dia”.

Novo ano, ano abençoado de congressos. Esta semana, a “Noite da Má Língua” discorre sobre o regresso aos congressos, ações climáticas e papas. Com o humor devido.

O QUE ANDO A VER

Em junho de 2022, o jornalista britânico Dom Phillips e o especialista indígena Bruno Pereira, seu amigo e guia, foram assassinados na região do Vale do Javari, no estado brasileiro do Amazonas, quando estavam a fazer uma reportagem sobre pesca ilegal.

O consórcio Forbidden Stories e os seus parceiros continuaram-lhes o trabalho de denúncia. Durante um ano, cerca de 50 repórteres de dez países e 16 instituições puseram de pé o ‘Projeto Bruno e Dom’, uma investigação sobre a pilhagem da Amazónia, sobre as práticas que lhe ameaçam os recursos naturais e a sobrevivência dos povos indígenas que nela vivem, e que Bruno Pereira deu a vida para defender e Dom para denunciar.

O Micael Pereira e o José Cedovim Pinto, jornalistas do Expresso, foram até lá para ver como o asfalto ameaça rasgar o coração da Amazónia, uma estrada de 877km entre Manaus e Porto Velho que desmata e destrói o que é virgem e terra de índio.

documentário-investigação “Há uma estrada que a ditadura militar construiu, a selva engoliu e que pode estar de volta para arrasar a Amazónia” estreou ontem no site do Expresso e leva-nos lá, bem para o meio do rio em Tapauá, ou por entre os Apurinã, ou para a povoação clandestina de Realidade que nasceu à espera do caminho do futuro. Há cada vez mais forasteiros a chegar. Será que os indígenas vão conseguir travá-los?

Im-per-dí-vel.

Este Curto fica por aqui. Que o dia lhe corra sobre carris. As últimas notícias chegam sempre a horas em Expresso.pt.

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