Bom dia. O Curto do Expresso
versa temas pendurados nos resultados eleitorais do passado domingo
Isto está a ficar muito pessoal, apesar de sermos milhões a topar e a amochar. Basta! Diz-se mas não se faz. Adulterando Sérgio: que força é essa que te falta nos braços, amigo e camarada...
Do atrás referido vamos fazer de conta que nem sabemos ler, nem sabemos pensar. Somos plebeus e parvoides de entendimentos vãos. Assim é que é. Uf! Melhor assim, não venha a Nova Pide apertar-nos os calos e os gargalos. Adiante.
Adiante e basta. Porque a prosa além de estar a virar para pesadelo nem vai ser digna de haver ‘dótores’ a vê-la. A cegueira da sapiência pedante nem tal lhes permite. Eles dizem uns aos outros “somos todos bons rapazes e com canudos”. Pois. Um adágio antigo afirmava: “gaba-te cesto que assim vais à vindima”. E pronto, cá está porque andamos a ser vindimados, prejudicados e mal pagos.
Chega de paleio. Chega de Chega nazi-fascista, racista e xenófobo… Tudo do piorio que havia de sair na porca da rifa a Portugal e aos plebeus portugueses.
Até amanhã e vão ler o Curto. Por vezes merece umas olhadas mais atentas. Experimentem. Aprender, aprender, sempre. Até nas entrelinhas e no que não dizem nem ensinam com honestidade. Obrigadinho, mas de sacanagem estamos muito fartos.
A seguir vai um saco de gatos para ilustrar. Homenagem às elites portuguesas e estrangeiras que nos empurram para abismos incomensuráveis. Azar, enquanto não há força. Pois.
O Curto, do Expresso, a seguir.
MM | Redação PG
O chá das cinco
Vítor Andrade, coordenador de economia | Expresso (curto)
Bom dia
Começo por lhe fazer um convite: amanhã, às 14h00, "Junte-se à
Conversa" com David Dinis e Vítor Matos para falar sobre "A política
depois do furacão Ventura". Inscreva-se aqui.
Será pelas cinco da tarde desta terça-feira, às cinco da tarde em ponto -
como diria o poeta andaluz García Lorca -, que as portas do Palácio de Belém se
vão abrir ao partido Pessoas Animais Natureza (PAN), a primeira das oito forças
políticas com representação parlamentar saídas das eleições legislativas do
passado domingo.
Até ao próximo dia 20 de março, o Presidente da República vai ouvir todos os partidos políticos,
por ordem crescente de representação parlamentar, para, depois, indigitar o
primeiro-ministro. Contudo, só o fará após a divulgação dos votos dos círculos
da emigração, dentro e fora da Europa.
Marcelo Rebelo de Sousa irá ouvir apenas um partido por dia, algo inédito neste
tipo de audiências – pois por norma eram ouvidos dois, ou até mais -, sempre às
cinco da tarde. Aquela que, para os ingleses é conhecida como ‘hora do chá’,
foi precisamente a escolhida por Belém, com interrupção apenas no domingo, dia
17. Na segunda-feira seguinte Marcelo retoma os encontros, desta vez com o
Chega, ao que segue o PS, no dia 19, e a AD no dia 20.
Porque é que Marcelo irá receber apenas um partido por dia? Provavelmente para
ganhar algum tempo até ter de tomar uma decisão final, que não será fácil,
sobre o que será o novo governo de Portugal.
Iremos assistir a uma coreografia com mais ou menos chá, mas com muita
expectativa à mistura. Esta é a hora de Marcelo, num país que agora fica ‘partido’
Entretanto, a AD já prepara terreno para governar em minoria. A coligação
espera negociar “voto a voto”, medida a medida tudo o que tenha de passar pelo
Parlamento.
Fixe este número: 33,8%
Este é, claramente, um dos números do momento e traduz a taxa de abstenção, que
tem sido um dos grandes pontos fracos de sucessivos atos eleitorais. Mas, desta
vez, a taxa de abstenção de 33,8% é a mais baixa dos últimos 30 anos,
ou seja desde as eleições de 1995 que não havia tanta mobilização popular
em dia de eleições. De tal forma que no passado domingo foi contabilizado
um número recorde de 6,1 milhões de votantes: dois terços dos
eleitores inscritos deslocaram-se para votar nestas legislativas. O concelho do
Sardoal, em Santarém, foi o que teve maior participação eleitoral: 76% dos
eleitores foram votar. E, desta vez, só há uma pequena minoria de municípios
onde a abstenção superou os 50%, quase todos nos Açores.
Mas, atenção porque mais de 10% dos votos válidos não foram convertidos em mandatos nesta
eleições — e o Bloco de Esquerda foi o partido mais
castigado com quase 127 mil votos que foram “para o lixo”. Pela terceira vez
consecutiva, o círculo eleitoral mais prejudicado foi o de Portalegre, onde
quase 40% dos votos não contaram para eleger ninguém. São os males do nosso
sistema eleitoral.
Saiba ainda que o Chega foi o partido que mais cresceu em todos os concelhos do
Continente.
O ‘furacão’ Ventura
Primeiro estranha-se, depois estranha-se e, mais tarde, continua a ser difícil
de entender. Na verdade, e com a força de mais de um milhão de votos no
bolso e um resultado histórico para capitalizar, André Ventura antecipou-se na
tentativa de condicionar a curta vitória da Aliança Democrática e responsabiliza
Luís Montenegro pela instabilidade se não houver acordos com o Chega. “Se não houver negociação, voto contra o orçamento”, assumiu
esta segunda-feira, numa entrevista TVI/CNN.
Ainda no rescaldo das eleições
legislativas, a Comissão Política do Expresso debate esta semana o
crescimento do Chega e o que isso implica na política portuguesa. Em
análise o ‘furacão’ Ventura e o desaparecimento dos comunistas no Alentejo.
O que é que se passa com os comunistas?
A quem viu, como eu ainda vi nos anos que se seguiram à revolução de abril de
1974, as mobilizações de rua gigantescas, promovidas pelo PCP, nas ruas do
Seixal, de Almada ou do Barreiro, onde o partido então liderado por Álvaro
Cunhal estava profundamente enraizado, não deixa de causar estranheza esta
espécie de definhamento doloroso, penoso e prolongado de um dos bastiões da
defesa dos direitos dos operários, que então eram às dezenas de milhares, desde
a Siderurgia Nacional aos estaleiros da Lisnave, em Cacilhas.
Afinal, como é que se explica que um dos partidos mais emblemáticos e mais
carismáticos da democracia portuguesa esteja em passo acelerado para a sua
extinção?Este artigo de opinião de Clara Ferreira Alves, a que
chama ‘A morte do comunismo’, pode ajudar a compreender com mais nitidez que se
está a passar. Apenas um pequeno extrato para aguçar o apetite: “No século
XXI, o coletivismo comunista, num mundo onde o comunismo se converteu ao
capitalismo selvagem, não faz sentido”. (…) “O PCP ficou, na sua irremediável
solidão”.
Entretanto, o Comité Central do PCP reúne-se esta terça-feira, dia 12,
para analisar os resultados eleitorais das legislativas de domingo, nas quais o
partido voltou a perder terreno ou, dito de outra forma, mais 36 mil votos face
às últimas eleições, passando de seis para quatro deputados, agravando ainda
mais o desaire eleitoral que já tinha sido sentido em 2022.
OUTRAS NOTÍCIAS
As eleições e os patrões. José Manuel Fernandes, presidente do Conselho
Geral da Associação Empresarial de Portugal (AEP), antecipa que depois
do próximo Orçamento do Estado, "será o cruzamento de interesses do PSD e do Chega que vai
potenciar a estabilidade”. Será para “avançar passo a passo”.
Aeroporto
A reação das bolsas. Na primeira sessão depois das eleições legislativas
antecipadas de domingo apontarem para uma derrota à tangente do partido do
governo, o índice PSI da bolsa de Lisboa encerrou em terreno positivo,
com uma ligeira subida de 0,05%, face a uma onda vermelha nas principais praças
da União Europeia.
Febre da Bitcoin. A Bitcoin renovou máximos na sexta-feira. Analistas preveem que possa chegar aos 200 mil dólares no final
de 2025. Outros alertam para a enorme volatilidade deste ativo.
Financiamento à Ucrânia. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, garante que se Donald Trump for eleito Presidente
dos Estados Unidos “não vai dar um cêntimo na guerra entre a Ucrânia e a
Rússia”.
FRASES
“O Presidente da República só tem um caminho que é indigitar Luís Montenegro
como primeiro-ministro”.
Eduardo Ferro Rodrigues, ex-Presidente da Assembleia da República e
ex-líder do PS, em entrevista à TSF.
“O Chega é uma espécie de Maria da Fonte eleitoral. Não, não é só voto zangado
e de protesto”.
Henrique Raposo, no Expresso
PODCASTS A NÃO PERDER
O Expresso da Manhã, de Paulo Baldaia
A Próxima Vaga, de Francisco Pinto Balsemão
O Mundo a Seus Pés, de Pedro Cordeiro
A Noite da Má Língua, da SIC
Caro leitor, fico por aqui nas minhas sugestões, mas pode continuar a
acompanhar-nos no Expresso, na Tribuna, na Blitz e a ouvir-nos aqui sempre que lhe apetecer.
Sem comentários:
Enviar um comentário