sexta-feira, 29 de março de 2024

Portugal | Marcelo dá seis meses a Montenegro para mostrar o que vale... Pois...

Boa tarde. A seguir vem o Curto do Expresso. A abordagem nacional tem tudo a ver com o novo governo que toma posse na próxima terça-feira a seguir ao Dia das Mentiras - não vá o Diabo tecê-las e achemos que esta é mais uma trafulhice do Marcelo Caetano Beijocas de Belém e Arredores Globais.

Marcelo rejubila. Nota-se bem. Está com a gente dele em tons laranja e azul de alto a baixo. Tudo está a cheirar a mofo do antigamente e a trautear o hino do António Mourão em edição apresentada em YouTube. O então Presidente da República, almirante Américo Thomaz, declarou sem refletir por embargo emotivo, após tantos anos a escutar a canção de Mourão, que "esta é a primeira vez que ouço o Oh Tempo Volta P'ra Trás depois das milionésimas vezes que a ouvi". Coisa asseada, digna do antigamente. Era então Marcelo jovem e engraçadinho menino queque de canudo superiormente obtido com distinção. 

Tudo foi antes. Agora a canção é só uma canção com significado aviltante daqueles que querem mesmo voltar para trás no tempo e no modo de governança. Primeiro aparentemente macio para depois passar a ser duro como cornos, igual ou muito pior que antigamente. Tudo isto após 50 anos do 25 de Abril de 1974, após conquistar a liberdade, a democracia... Triste comemoração que em Abril próximo vai dispor de um governo instável mas que se adivinha de mentes doentias e de desprezo (se não ódio) às conquistas de Abril sobre os cães raivosos e reacionários que até no Parlamento já se instalaram. E no aparelho de Estado? Porque não?

Chega ou querem com mais molho o processo canibalesco aprontado e em curso? O sublimado golpe de estado está a resultar? Ai está, está! Não por acaso.

E a luta continua? Fascismo nunca mais? Pois. 'Tá-se mesmo a ver, não tá-se'? Facto.

Outro facto: esta é a espécie de introdução do Curto. Vamos nessa. A seguir. Não esqueçam que a brincar a brincar é que o macaco fez aquilo à mãe. Pois.

Bom final de semana.

Mário Motta | Redação PG

Marcelo dá seis meses a Montenegro para mostrar o que vale: PRR e Orçamento vão obrigar a maratonas negociais

João Miguel Salvador, jornalista | Expresso (curto)

Olá,
E obrigado por começar o dia connosco.

É sexta-feira e há nova edição do Expresso nas bancas, disponível antecipadamente em formato digital.

Nesta semana, contamos tudo sobre o novo governo. Dos perfis dos ministros às decisões de Montenegro na construção do executivo - onde conta com a direção do PSD em peso -, explicamos ainda como o primeiro-ministro indigitado planeia a sua governação. Desengane-se quem achar que terá carta branca.

Estão em jogo €15 mil milhões do PRR, que obrigam a novos acordos entre a AD e o PS. São mais de uma dezena as leis prometidas a Bruxelas. O Orçamento do Estado para 2025 poderá ser ainda mais difícil do que se adivinhava e Belém vai exigir trabalho feito. O semipresidencialismo está de volta e Marcelo só dá seis meses ao novo executivo para mostrar serviço.

Ainda na política, há tempo para analisar a situação na Madeira. A Região Autónoma vai a votos em maio, com PSD e PS divididos ao meio. Demissionário, Miguel Albuquerque acreditou até ao último momento que seria possível avançar sem que Marcelo optasse pela marcação de eleições.

Sobre as condições de vida, há a salientar o aumento do número de famílias portuguesas com filhos a viver em casas sobrelotadas. O número de pessoas em casas demasiado pequenas aumentou quase 40% em 2023,o maior salto em duas décadas.

Da saúde, é notícia que os vales para cirurgias estão bloqueados. Os privados têm uma quebra de 35% e criticam regras, enquanto os hospitais atrasam ‘cheques’ cirúrgicos. Já a tosse convulsa está a deixar os médicos em alerta.

E a passagem dos jovens pelo Serviço Militar Obrigatório pode estar de volta? Os militares pedem que a obrigatoriedade volte a ser estudada. A posição é defendida pelo general Eduardo Ferrão, chefe do Estado-Maior do Exército, em declarações ao Expresso. Também o almirante Gouveia e Melo questiona, num ensaio publicado na Revista, se é hora de voltar ao SMO.

A fechar o primeiro caderno, destaque para os últimos desenvolvimentos da política internacional e para uma entrevista com o tenista João Sousa. “Mostrei que é possível chegar ao topo do ténis”, diz ao Expresso na hora da despedida. O adeus à carreira é feito no Estoril, o seu último torneio.

O “desastre” da expansão global da Santa Casa faz manchete no caderno de economia. A internacionalização tem impacto nas contas da Misericórdia de Lisboa em 2023 - as perdas associadas à Santa Casa Global oscilam entre os €50 milhões e os €60 milhões - e a provedora Ana Jorge revela que não antecipava uma situação tão difícil. Depois do “desastre”, é o futuro que está em jogo.

É também sobre o amanhã que escrevemos quando olhamos para a produção alimentar. Como irá o mundo produzir comida para tanta gente? A solução pode estar no equilíbrio entre a ciência e o respeito pela biodiversidade.

Ainda no campo alimentar, abordamos ainda o preço do cacau, que agora atinge um máximo histórico; o chamado ‘ouro castanho’ custa agora 10 mil dólares/tonelada e o valor aumentou 133% desde o início do ano. Num mundo em constante mutação, escrevemos também sobre os negócios que mudaram com a pandemia.

Num artigo de opinião, o Ministro da Economia e do Mar em exercício escreve sobre a economia portuguesa em transformação. Em jeito de balanço, António Costa Silva presta “contas do passado” e deseja “as maiores felicidades” ao seu sucessor na pasta.

Na revista, o maior destaque vai para a maratona. Desafio maior para atletas profissionais e para o resto dos mortais, esta é uma prova de fundo feita de dor, superação e excentricidade. Marcamos a abertura da época da distância mais dura e exigente do atletismo com o testemunho de quem a correu duas vezes.

“Já não há guerreiros com causas”, diz-nos Manuel Alegre numa grande entrevista conduzida por Maria João Avillez. É uma conversa de vida, na melhor acepção do termo, em que o poeta-político - jovem tribunício em Coimbra, conspirativo nos Açores, combatente em África, resistente comunista na prisão e no exílio, protagonista no PS, ministro, deputado, candidato presidencial - nada deixa por dizer.

Na ressaca das legislativas, três investigadores explicam como as posições políticas em Portugal estão cada vez mais extremadas. Num trabalho em que a infografia também conta uma história, Luca Manucci, Lea Heyne e Annarita Gori revelam que os apoiantes de cada partido mostram elevados níveis de antipatia em relação a outras forças políticas. O artigo não podia ter um nome mais sugestivo: Gosto tanto de não gostar de ti.

Numa altura em que o mundo parece ter mais dúvidas do que certezas quanto ao futuro, há uma velha questão que permanece sem resposta. Haverá saída para a armadilha israelo-palestiniana? Num ensaio poderoso, o historiador, filósofo e escritor Yuval Noah Harari considera que uma solução pacífica para o conflito é tecnicamente viável.

Este Expresso Curto de sexta-feira fica por aqui. Tenha um ótimo fim de semana, acompanhe os nossos Exclusivos, aproveite a Páscoa com a ajuda das sugestões Boa Cama Boa Mesa e divirta-se com os nossos jogos (palavras cruzadassudokusopas de letras). Quanto a nós, já sabe que estaremos sempre por cá: no Expresso e na SIC, na Tribuna e na Blitz.

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