terça-feira, 5 de março de 2024

Reféns israelitas foram violados e torturados pelo Hamas, reconhece ONU

ONU diz ter informações "claras" de que reféns israelitas foram violados e torturados pelo Hamas

A organização avança que os reféns israelitas ainda estarão a ser submetidos a "violência sexual", "tortura de natureza sexual" e tratamento "cruel, desumano e degradante". Perante esta informação, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita deixou fortes críticas a Guterres.

A ONU diz ter informações “claras e convincentes” de que os reféns israelitas foram violados e torturados na sequência do ataque do Hamas, a 7 de outubro de 2023. A organização acredita que as agressões sexuais ainda continuam.

Segundo o relatório da ONU, terão sido encontradas também “informações claras e convincentes” sobre a ocorrência de “violência sexual, incluindo violação, tortura de natureza sexual e tratamento cruel, desumano e degradante contra os reféns”.

“Também temos motivos razoáveis para acreditar que essa violência pode ainda estar a ser exercida contra os que ainda se encontram em cativeiro”, disse Pramilla Patten, enviada especial da ONU.

A ONU verificou ainda que "existem motivos razoáveis para crer que ocorreram atos de violência sexual incluindo violação e violações coletivas, no âmbito do conflito, durante os ataques de 7 de outubro, em pelo menos três locais", refere ainda.

Os locais identificados foram os festivais de música de Nuba e arredores, a estrada 232 e o Kibbutz Re’im. "Na maioria destes incidentes, as vítimas foram primeiro sujeitas a violação e depois mortas”, acrescenta Pramilla Patten.

A ONU visitou Israel entre 29 de janeiro e 14 de fevereiro para investigar as alegações de violência sexual por parte do Hamas. Durante este período, a equipa, liderada por Pramilla Patten realizou 33 encontros com representantes israelitas e examinou mais de 5.000 fotografias e 50 horas de vídeo.

O Hamas tem vindo a negar as acusações de violência sexual a mulheres durante os ataques de 7 de outubro.

Perante estas informações, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, deixou duras críticas ao Secretário-geral da ONU. Na rede social X/Twitter, acusa António Guterres de ignorar os crimes que foram cometidos contra os israelitas.

Diz que Guterres se envolve constantemente em tentativas de desacreditar Israel e prejudicar o direito à autodefesa.

O ministro israelita considera ainda que houve uma tentativa por parte da ONU de ocultar o relatório sobre as violações em massa cometidas pelo Hamas a 7 de outubro.

UNWA alerta para as consequências de eliminar presença da ONU em Gaza

O comissário-geral da agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, alerta para as consequências de tentar eliminar a presença da ONU em Gaza.

“A tentativa de eliminar a UNRWA não se baseia apenas na violação da neutralidade por parte de alguns dos seus funcionários, mas tem, na verdade, um objetivo político muito mais vasto, que é, em certa medida, eliminar o estatuto dos refugiados e garantir que isso não faz parte de um acordo político final”, disse o comissário-geral da UNRWA.

Philippe Lazzarini dá como exemplo o programa de educação para crianças palestinianas: “Quem pode proporcionar educação do 1.º ao 10.º ano de escolaridade, a centena de milhares de raparigas e rapazes em toda a região, se não houver um Estado ou uma administração a funcionar? Não estou a ver onde está a resposta.”

SIC Notícias

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