domingo, 28 de abril de 2024

Angola | Ingerência Fatal no Combate à Corrupção – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Presidente João Lourenço, num gesto inaudito que só tem paralelo com os nazis de Telavive, qualificou como ingerência o parecer da ONU sobre a prisão e julgamento do empresário Carlos São Vicente. Netanyahu repete, vezes sem conta, que a ONU apoia o terrorismo. A ONU é conivente com o HAMAS. A ONU é antissemita. A ONU é inimiga de Israel. Os seus ministros de extrema-direita, pelo menos um deles, condenado por terrorismo, fazem as mesmas acusações. Iguais, sem tirar nem pôr, às que faziam os fascistas e colonialistas de Lisboa durante os genocídios da Guerra Colonial, em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique. Exactamente os mesmos argumentos dos racistas de Pretória.

Um parecer do Conselho de Direitos Humanos da ONU não é uma ingerência. Pelo contrário. É uma ajuda. Um abanão para despertar consciências. Um contributo para a necessária mudança de rumo que está a ser seguido em Angola e vai dar ao abismo. 

O Presidente João Lourenço sabe, seguramente, que foi muito difícil colocar Angola no palco internacional. Foi necessário lutar muito para que a República Popular de Angola fosse admitida na ONU em Dezembro de 1976, mais de um ano após a Proclamação da Independência Nacional. Graças à excelência da Diplomacia Angolana e particularmente do ministro das Relações Exteriores da época, José Eduardo dos Santos. Foi na sua presença que a Bandeira Nacional subiu no mastro da sede da ONU em Nova Iorque. 

Em 2024, o Chefe de Estado acusa a ONU de ingerência, porque o Conselho de Direitos Humanos, apreciado o processo de Carlos São Vicente, considerou que a sua prisão é arbitrária e o seu julgamento está inquinado de graves ilegalidades. A mesma ONU cujo Conselho de Segurança, em Dezembro de 1976, recomendou à Assembleia Geral, através da Resolução 397/76, com votos favoráveis da maioria dos membros permanentes do Conselho de Segurança, a admissão da República Popular de Angola. EUA votaram contra. 

Angola foi eleita para o Conselho de Direitos Humanos da ONU no biénio 2018-2020. Em 2024, como emitiu um parecer que desagrada ao chefe, fez uma ingerência! Angola já esteve no Conselho de Segurança por duas vezes. A primeira, entre 2003-2004, presidiu ao órgão. Voltou em 2015-2016 como membro não permanente. Também foi ingerência, Presidente João Lourenço?

Angola | O Fácies Hipocrático ou Cadavérico -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A turma do chefe Miala obriga-me a trabalho extra. O coronel na reforma e médico dos rins, Matadi Daniel, ontem pôs a circular um comunicado no qual me ofende gravemente. Atenta contra a minha honra pessoal e profissional. Atira-me aos bichos.

Hoje o Club K, território da Irmandade Africâner e de outros reformados do racismo, publica o texto ofensivo com uma introdução onde afirma que publiquei um artigo de opinião no Novo Jornal, em julho de 2022, com expressões ofensivas como estas: "Coronel Reformado da Honra", "Matadi Daniel, Exemplo Acabado do Triunfo dos Porcos/PORCALHÃO", "Matadi Daniel, um Carniceiro, Um Porco Sujo, Um Canalha”.

Nunca publiquei textos no Novo Jornal. Nunca publiquei nada sobre Matadi Daniel em qualquer órgão de comunicação social de Angola ou do mundo. Não insultei nem ofendi o senhor coronel reformado e médico dos rins. Nem o conheço. Só soube da sua existência quando no Tribunal de Gaia, em Novembro de 2023, me foi lida uma queixa sua contra mim.

Quem publicou um texto de opinião no Novo Jornal, em Julho de 2022, foi o senhor coronel na reforma e médico dos rins, Matadi Daniel. O Presidente José Eduardo dos Santos foi internado nos cuidados intensivos de uma clínica de Barcelona. A turma do chefe Miala na comunicação social recebeu ordens para especular sobre o estado de saúde do anterior Chefe de Restado. E foi um fartar vilanagem. A esse coro ignóbil juntou-se o autor do comunicado insultuoso e ofensivo para a minha pessoa, que ontem foi posto a circular. 

Nesse texto de Julho de 2022, o senhor coronel reformado escreve coisas inacreditáveis que até aos bêbados da valeta ficavam mal. O médico dos rins fala publicamente das doenças de José Eduardo dos Santos e garante que no doente “é notório o seu fácies hipocrático ou também designado fácies cadavérico”. Revela pormenores físicos do doente. Mas também escreve isto sobre a clínica onde o Presidente José Eduardo dos Santos foi internado de urgência: “No Centro Médico Teknon de Barcelona, uma consulta de clínica geral custa a módica quantia de 520 euros e um internamento diário na Unidade de Cuidados Intensivos, custa entre os 7.500 e os 8.000 euros”.

Angola | O 25 de Abril dos Dembos -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O País dos Dembos esteve em guerra entre 1872 e 1919. Os pombeiros e funantes de Luanda pagavam portagens para irem comercializar a terras de Ambaca e ao Reino do Congo. Lisboa decidiu submeter o território numa guerra sangrenta. Quem defende que a Revolução do 25 de Abril começou com os Movimentos de Libertação das antigas colónias portuguesas, esqueceu os heróicos guerreiros mubires e hungus.  E os Capitães de Abril Caculo Kahenda, N´Gombe Amukiama e Cazuangongo, que tinha a cidadela na Pedra Verde, o “Ninho da Águia”.

Cazuangongo atacou, ocupou e saqueou o Porto do Sassa. Dizimou as tropas portuguesas. Confiscou os canhões de bronze que levou para a cidadela real, já de si inexpugnável. Sucessivas derrotas levaram o governo de Lisboa a criar uma força poderosa para submeter os Dembos. O comando dessas tropas foi Gomes da Costa (chegou a marechal), acabado de chegar das campanhas militares no Sul de Angola. Até levava metralhadoras! Foi derrotado. Regressou a Luanda, roto e descalço, com meia dúzia de sobreviventes. Um desastre. Só em 1919 as tropas portuguesas derrotaram o último Dembo em guerra, Cazuangongo.

Os Movimentos de Libertação das antigas colónias portuguesas deram um contributo inestimável à libertação do Povo Português. O Movimento das Forças Armadas (MFA) deu um contributo decisivo à libertação dos povos da Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor Leste. Cada povo no seu território conduziu a luta da sua libertação. Todos ajudaram todos. A História regista que o MPLA, desde 1956, ergueu a Bandeira da Liberdade e foi exemplo a seguir em Angola, nas restantes colónias e também em Portugal.

Em Portugal, uma organização política teve o mesmo papel do MPLA, o Partido Comunista Português. Sem o seu contributo, os povos libertados com o 25 de Abril de 1974 teriam mais dificuldades para derrotarem o fascismo e o colonialismo.

A História regista que na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, o Povo Português ergueu-se em armas contra a ditadura. Anarquistas e comunistas lutaram e morreram pela Liberdade. A luta armada em Portugal inspirou os fundadores do MPLA nos anos 50. Mas antes do nascimento do movimento libertador, em 10 Dezembro de 1956, há registo de revoltas armadas em Portugal. Adelino Tavares da Silva, jornalista do Jornal do Congo e que acabou a sua carreira profissional no Diário de Luanda, participou numa revolta armada em Portugal, antes da fundação do MPLA. Antes da existência dos movimentos de libertação das colónias.  

Nestes 50 anos do 25 de Abril perdoem-me se invoco a figura de meu Pai que foi julgado e condenado no Tribunal Militar do Porto porque em 1937 participou no atentado à bomba contra Salazar. Forneceu os explosivos, adquiridos clandestinamente em Espanha.

Ataques por terra, mar e ar mergulham Faixa de Gaza numa catástrofe

O exército israelita revelou hoje novos ataques e operações na Faixa de Gaza por terra, mar e ar contra alegados alvos do grupo Hamas, após 205 dias de ofensiva militar que criaram condições de vida "atrozes" para a população.

Os caças do exército israelita atacaram e "desmantelaram com precisão os locais de lançamento prontos a disparar contra o território israelita", refere um comunicado do exército, acrescentando que as forças armadas continuam a operar no centro de Gaza.

"Nas últimas horas, caças e outros aviões atacaram dezenas de alvos terroristas, incluindo infraestruturas terroristas, locais de lançamento, terroristas armados e postos de observação", refere o comunicado militar, sublinhando que a marinha israelita se juntou a estes ataques com "apoio de fogo" e assistência às forças terrestres.

Desde o início da guerra, em 07 de outubro, mais de 34.300 palestinianos foram mortos, na sua maioria crianças e mulheres, na ofensiva implacável de Israel, na qual morreram 260 soldados israelitas.

Sem desvendar mais pormenores ou locais, o exército diz que os aviões mataram "vários" combatentes suspeitos perto das tropas e que os aviões e a artilharia mataram outro grupo de combatentes que operavam no centro da Faixa de Gaza.

Para o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), estes contínuos "bombardeamentos israelitas a partir do ar, terra e do mar em vastas zonas da Faixa de Gaza" estão a resultar em "mais vítimas civis, deslocações e destruição de casas e outras infraestruturas civis".

O porta-voz do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu esta semana as condições de vida em Gaza como "terríveis" e alertou para o facto de se agravarem com a subida das temperaturas e a crescente dificuldade de acesso a água potável, uma vez que os ataques israelitas provocaram o colapso do sistema de tratamento de água potável.

Estes ataques ocorrem no momento em que o Hamas analisa a última proposta de trégua em Gaza apresentada por Israel, que continua a insistir, apesar das pressões da comunidade internacional, na sua determinação de invadir Rafah, no extremo sul do enclave palestiniano, onde se aglomeram cerca de 200.000 habitantes e 1,2 milhões de pessoas deslocadas.

A coordenadora humanitária e de reconstrução das Nações Unidas para Gaza, Sigrid Kaag, advertiu em 24 de abril o Conselho de Segurança da ONU de que uma eventual incursão terrestre em Rafah "agravaria a catástrofe humanitária em curso, com consequências para as pessoas já deslocadas e que suportam graves dificuldades e sofrimentos".

Jorge Fonseca | Notícias ao Minuto | Imagem: © Lusa

Para libertar espaço nas prisões, Ben-Gvir sugere execução de detidos palestinos

Al Mayadeen | # Traduzido em português do Brasil

O Ministro da Polícia israelita afirma que impor a pena de morte aos detidos palestinianos é a “solução certa” para resolver o problema da sobrelotação nas prisões.

O ministro da Polícia israelense, Itamar Ben-Gvir, propôs quinta-feira a execução de detidos palestinos como forma de lidar com a superlotação nas prisões de ocupação israelense.

Numa publicação no X, Ben-Gvir afirmou que impor a pena de morte aos detidos palestinos é a “solução certa” para o que ele descreveu como “o problema do encarceramento”.

Os seus comentários foram feitos depois de as autoridades israelitas terem aprovado o seu plano para construir aproximadamente 936 espaços prisionais adicionais para detidos palestinianos. 

“A construção adicional permitirá que o serviço penitenciário receba mais palestinos e trará uma solução parcial para a crise penitenciária”, escreveu Ben-Gvir.

As autoridades de ocupação israelitas já tinham declarado estado de emergência em algumas prisões devido à sobrelotação significativa.

Anteriormente, o ministro israelita tinha apelado à execução diária dos detidos palestinianos mais antigos por cada dia que um prisioneiro israelita permanece detido pela Resistência Palestiniana na Faixa de Gaza.

De acordo com uma declaração emitida pelo Gabinete de Comunicação Social do Governo em Gaza, mais de 5.000 palestinianos foram raptados pelas forças de ocupação israelitas durante a invasão em curso da Faixa sitiada.

A declaração sublinhava que os detidos palestinianos estavam a ser submetidos “aos piores tipos de tortura” nas prisões de ocupação israelita.

Por sua vez, a organização de direitos palestinianos Addameer destacou, por ocasião do Dia dos Prisioneiros Palestinianos, que “Israel” está detendo 9.500 presos políticos palestinianos, incluindo 3.660 detidos administrativos, 56 jornalistas, pelo menos 80 mulheres, mais de 200 crianças e 17 membros. do Conselho Legislativo, excluindo os de Gaza.

Ler/Ver em Al Mayadeen:

Dia dos Prisioneiros Palestinos: Palestinos violados e negados direitos básicos

Netanyahu teme mandado de prisão do TPI: mídia israelita

Al Mayadeen | # Traduzido em português do Brasil

De acordo com Maariv, Netanyahu está a contactar, de forma privada, os Estados Unidos da América para impedir a emissão de um mandado de detenção pelo Tribunal Penal Internacional.

Fontes indicaram que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, está preocupado com a potencial emissão de um mandado de prisão contra ele pelo Tribunal Penal Internacional, noticiou o jornal israelita Maariv .

O jornal noticiou que Netanyahu manteve discussões privadas com os Estados Unidos para impedir que o Tribunal Penal Internacional emitisse um mandado de prisão. Também indicou a crença predominante de que “a emissão do mandado de prisão é inevitável e pode implicar não apenas Netanyahu, mas também o Ministro da Segurança e o Chefe do Estado-Maior”.

No início desta semana, o general da reserva israelense Itzhak Brik  disse num artigo de opinião publicado pelo jornal israelense Maariv que “ Israel deveria declarar o fim da guerra porque realmente perdeu”. Ele acrescentou que o verdadeiro circo que colocou em perigo a ocupação foi a coligação de Netanyahu, Gantz, Gallant e Halevi.

Ler/Ver em Al Mayadeen:

Hezbollah publica imagens de emboscada catastrófica contra forças israelenses

Hezbollah responde três vezes ao massacre israelense e deixa Merkava preso

BLOG DE GAZA: Soldado israelita ferido em Meron | Biden enfrenta protestos

Novos ataques aéreos em Gaza | Lapid: Retorno de Cativos – Dia 205

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Um soldado israelense foi ferido em um lançamento de foguetes do Hezbollah na área de Meron, enquanto o norte esquentava. 

O presidente dos EUA, Joe Biden, supostamente usou a entrada dos fundos da Casa Branca em um esforço para evitar os manifestantes anti-guerra. 

Lapid disse que, se fosse primeiro-ministro israelense, rejeitaria a invasão de Rafah para devolver os cativos. 

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 34.454 palestinos foram mortos e 77.575 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

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ULTIMAS ATUALIZAÇÕES

Domingo, 28 de abril, 13h15 (GMT+2)

HEZBOLLAH: Bombardeamos a posição de Al-Baghdadi na Alta Galiléia com projéteis de artilharia, e que ele conseguiu um ataque direto como resultado desse bombardeio.

MINISTÉRIO DA SAÚDE DE GAZA: 34.454 palestinos foram mortos e 77.575 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

BRIGADAS DE AL-QUDS: Bombardeamos a instalação militar de Fajjah, a leste de Gaza, com uma salva de mísseis.

Domingo, 28 de abril, 12h (GMT+2)

AL-JAZEERA: As forças de ocupação israelenses realizaram um ataque à cidade de Aita al-Shaab, no sul do Líbano.

CANAL 12: Um foguete disparado do norte de Gaza explodiu em uma área aberta no Kibutz Olumim.

Domingo, 28 de abril, 11h30 (GMT+2)

CANAL 12: Um foguete foi disparado do norte de Gaza e explodiu em uma área aberta no Kibutz Olumim.

FM FRANCESA: Procuramos evitar a guerra entre o Hezbollah e Israel.

YEDIOTH AHRONOTH: Um soldado israelense foi ferido em um ataque a Meron, no norte de Israel.

Domingo, 28 de abril, 10h (GMT+2)

CANAL 12: Mandados de prisão de Haia são hipocrisia.

WAQF ISLÂMICO: Mais de 600 colonos e extremistas invadiram os pátios da mesquita de Al-Aqsa desde a manhã do sexto dia da Páscoa judaica.

MÍDIA PALESTINA: Houve um bombardeio de artilharia israelense nas áreas orientais das cidades de Rafah e Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

LAPID (para a rádio israelense): “Se eu fosse primeiro-ministro, rejeitaria uma operação em Rafah em troca do retorno das pessoas sequestradas”.

AL-JAZEERA: Sirenes soaram na Alta Galiléia, perto da fronteira com o Líbano.

Domingo, 28 de abril, 07h00 (GMT+2)

MÍDIA DOS EUA: A polícia dos EUA prendeu dezenas de manifestantes que rejeitaram a guerra em Gaza depois de tentarem realizar uma manifestação no campus da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri.

Domingo, 28 de abril, 03h00 (GMT+2)

MÍDIA DOS EUA: Ativistas que rejeitam a guerra israelense em Gaza manifestaram-se em frente ao hotel que hospeda a festa anual dos correspondentes da Casa Branca em Washington, gritando slogans denunciando o genocídio e o apoio americano à guerra.

MÍDIA PALESTINA: Aviões de guerra israelenses lançaram dois ataques às cidades de Al-Zawaida e Al-Mughraqa, no centro da Faixa de Gaza.

AL-JAZEERA: Aviões de guerra israelenses lançaram 6 ataques às cidades de Maroun al-Ras e Tayr Harfa, no sul do Líbano.

Domingo, 28 de abril, 02h00 (GMT+2)

REUTERS: Funcionários do Departamento de Estado dos EUA disseram ao secretário de Estado, Antony Blinken, em um memorando interno, que encontraram evidências confiáveis ​​de que Israel não está usando armas dos EUA de acordo com o direito humanitário internacional.

HEZBOLLAH: Bombardeamos o assentamento de Meron e os assentamentos vizinhos na Alta Galiléia com dezenas de foguetes Katyusha em resposta aos ataques inimigos.

Campanhas de recrutamento não funcionam na Ucrânia – maioria dos jovens fogem

Há cada vez menos jovens com vontade de fazer parte do exército

Na Ucrânia, as filas que se formaram à porta dos centros de recrutamento após o início da invasão russa desapareceram. As campanhas de recrutamento já não funcionam e o exército está a fazer um recrutamento forçado.

A contraofensiva falhada do verão passado, combinada com a estagnação da ajuda ocidental, colocou os militares ucranianos na defensiva. 

Agora, a necessidade de retirar as tropas exaustas dos combates depara-se com uma crescente escassez de mão de obra. As forças armadas da Ucrânia precisam de mais combatentes. O Estado-Maior do país solicitou a mobilização de 500.000 homens adicionais para se juntarem as 1,1 milhões de efetivos militares.

"Temos pela frente a tarefa de libertar toda a Ucrânia, incluindo o Donbass e a Crimeia, até chegar às fronteiras de 1991. A tarefa é ambiciosa e, infelizmente, sem uma mobilização adicional, sem novos irmãos, não seremos bem sucedidos", lamenta Yuri (apelido não indicado por razões de segurança), comandante do exército. 

Mas há cada vez menos jovens com vontade de fazer parte do exército.

"A mobilização é algo muito mau. As pessoas estão a perder os seus entes queridos, e isso é terrível. Não se pode fazer isso. A mobilização forçada não é aceitável", defende Seva, um jovem ucraniano com 17 anos.

Nos colégios internos militares para jovens a partir dos 15 anos a motivação é maior. Alguns deles, como Olesia, perderam os pais na guerra. A jovem de 16 anos diz que é "_preciso lutar juntos para ter liberdade e para destruir os inimigos, como a Rússia". _

As autoridades ucranianas estabeleceram o objetivo de reforçar a mobilização a partir do final de 2023. O Governo apresentou um projeto de lei sobre as novas regras de mobilização, incluindo a introdução de convocatórias eletrónicas e a atribuição à polícia do direito de deter e levar os infratores para os centros de alistamento militar. Mas o projeto causou polémica entre os deputados e foi enviado para revisão.

Euronews | Imagem AP

KIEV TRAZ O CAOS PARA A EUROPA

South Front | # Traduzido em português do Brasil - com vídeo

Enquanto os militares russos capturam um reduto ucraniano após outro nas linhas da frente, a NATO está a juntar dinheiro para manter vivo o regime de Kiev. Entretanto, a Ucrânia está a caçar os seus próprios cidadãos, numa tentativa de encontrar mais bucha de canhão para o moedor de carne da guerra.

Bandeiras russas são hasteadas em um assentamento recém-capturado após outro. Só nos últimos dias, o rápido avanço russo resultou no controlo de três aldeias estrategicamente importantes a norte de Avdeevka. Nenhuma implantação de reforços adicionais, incluindo unidades equipadas com tanques Abrams fabricados nos EUA, ajudou a manter a defesa a oeste de Avdeevka. Todas as principais fortalezas já caíram. Se o comando militar ucraniano não permitir a retirada das tropas restantes da periferia norte de Berdychi, este campo de batalha provavelmente se transformará em outra vala comum.

Os militares russos também venceram outra batalha pesada na direção sul de Donetsk. As forças russas ganharam posição na fábrica de refratários em Krasnogorovka. Esta grande instalação foi transformada no principal reduto do exército ucraniano na área, que para se fortalecer foram enviados grandes recursos. A bandeira russa sobre a usina pode se tornar um ponto de viragem na batalha pela cidade, que está localizada nas colinas e oferece controle de fogo sobre uma grande área circundante.

O ritmo do avanço russo em diferentes direcções marca fissuras em toda a defesa ucraniana no Donbass e o esgotamento das forças armadas ucranianas.

Nenhum apoio militar do Ocidente poderia ajudar o exército ucraniano a recuperar a iniciativa, mas apenas prolongar a sua agonia. Sofrendo pesadas perdas, Kiev enfrenta uma grave escassez de mão de obra. Enquanto os comissários militares procuram motoristas para os tanques Leopard e Abrams nas ruas, Kiev está a tomar medidas impopulares à procura de algumas formas legais de expandir a mobilização. Em Maio, uma nova lei entrará no poder e permitirá a Kiev levar mais jovens, idosos e pessoas com deficiência para a frente. Violando a Constituição, Kiev não permite que potenciais soldados se escondam na Ucrânia ou no estrangeiro. A Ucrânia suspendeu todos os serviços consulares a homens em idade militar que viviam no estrangeiro.

A política de Kiev pode ajudar a encontrar mais bucha de canhão, mas tem consequências mais importantes a longo prazo, principalmente para os Estados europeus que já sofrem com o mau controlo da migração. Expulsos do campo jurídico, centenas de milhares de ucranianos têm todas as hipóteses de fortalecer as prósperas estruturas criminosas na Europa.

Ler/Ver em South Front:

NATO paga para prolongar a agonia da Ucrânia

Israel contra-ataca contra o Irã

Prepare-se para a nova ofensiva russa

Locais dos grupos de ataque de transportadoras dos EUA – 23 de abril de 2024

O PAÍS DA "LIBERDADE"

Rucke Souza, Brasil | Cartoon Movement

O APOIO MILITAR DO REINO UNIDO AO GENOCÍDIO DE ISRAEL FOI PRÉ-PLANEADO


Ao ajudar os ataques em massa de Israel aos palestinianos em Gaza, a Grã-Bretanha está a implementar um acordo assinado abertamente com a coligação de extrema-direita de Netanyahu – que tem sido quase totalmente ignorado pelos meios de comunicação nacionais do Reino Unido.

Mark Curtis | Declassified UK | # Traduzido em português do Brasil

“A relação bilateral nunca foi tão forte”, começou um “ Roteiro ” histórico assinado pela Grã-Bretanha e Israel em Março do ano passado.

O acordo comprometeu os dois estados a “enfrentar ameaças partilhadas” como parte de uma “estreita parceria estratégica, com ampla cooperação em defesa e segurança”.

Londres e Tel Aviv também se comprometeram a “tomar ações decisivas e concertadas contra terroristas e entidades terroristas globalmente designadas”, um aceno ao Hamas e ao Hezbollah. 

Isto fez parte de “uma relação de defesa forte e em evolução” que “consagra a formação e exercícios conjuntos contínuos que continuarão a beneficiar ambos os países através do fortalecimento dos laços militares”.

Em apenas sete meses, o Roteiro estava a ser definitivamente posto em prática. O Declassified documentou uma série de apoio militar do Reino Unido a Israel durante a invasão de Gaza.

Desde o início do ataque, a Força Aérea Real realizou dezenas de missões de espionagem sobre Gaza e pelo menos seis militares israelitas receberam formação no Reino Unido.

Nove aviões militares israelenses visitaram o Reino Unido, com o governo britânico recusando-se a dizer o que havia a bordo. O Declassified também descobriu que os militares dos EUA têm fornecido armas a Israel usando a base do Reino Unido em Chipre. 

Nada disto perturbou a mídia nacional do Reino Unido. Mas tudo isto é consistente com os compromissos contidos no Roteiro.

Este mês, a RAF até voou em defesa de Israel, abatendo drones do Irão – que foram lançados em retaliação ao ataque ilegal de Israel ao consulado do Irão em Damasco, na Síria.

Numa secção separada sobre o Irão, o Roteiro afirma que “trabalhamos em estreita colaboração para combater a actual ameaça do Irão” e que “procuraremos combater a actividade regional desestabilizadora do Irão”. 

“Trabalharemos para garantir que o Irão nunca tenha capacidades nucleares”, acrescenta o acordo entre as duas potências nucleares.

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