domingo, 15 de junho de 2025

António Seguro e a candidatura: “Para mim, não há portugueses bons e portugueses maus”

PORTUGAL | Antigo secretário-geral do PS diz que a sua candidatura “não é partidária, nem nunca será”. E que todos os democratas são bem-vindos, apesar de ter figuras socialistas consigo nas Caldas da Rainha.

Leonardo Ralha | Diário de Notícias

António José Seguro apresentou a sua candidatura à Presidência da República como estando aberta a todos os democratas e marcou distâncias em relação ao PS. “Esta não é uma candidatura partidária, nem nunca será”, afirmou, perante as centenas de apoiantes que o foram ouvir ao Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, acrescentando que, na sua ótica, “não há portugueses bons e portugueses maus, portugueses de primeira ou de segunda”.

No seu discurso, o antigo secretário-geral do PS disse ser guiado por “valores inegociáveis”, como a liberdade, igualdade, solidariedade, respeito pelo outro e seriedade, que apontou como “pontos cardeais” para um percurso rumo a “fazer de Portugal um país justo e de excelência”.

Realçando que não vem da política tradicional, apelou às pessoas que “estão fartas de promessas vazias, jogos partidários e discursos que nada resolvem”, dizendo-se “livre” e “sem amarras”. E apresentou-se como o protagonista da “candidatura das mulheres e dos homens progressistas” que pretendem um país “onde o futuro não emigra“ e “onde a política não se encontra separada da ética”.

Numa aparente comparação com outros candidatos e com o atual Chefe de Estado, Seguro defendeu que Portugal ”precisa de um Presidente que inspire confiança e estabilidade” e que “seja referência moral e não ruído mediático”. E que deve ser “árbitro respeitado, não jogador”; “facilitador de consensos, não gerador de clivagens”; e “sereno, não distante ou autoritário”.

Portugal | SALVEMO-NOS DO SALVADOR

José Goulão, opinião | AbrilAbril

Há dados e factos mais do que suficientes para que os democratas autênticos estejam cientes dos perigos pairando sobre a sociedade portuguesa e o que resta da democracia nascida em 25 de Abril de 1974.

      «Se acontecer entrar na vida política, dêem-me uma  corda para me enforcar»

                        Almirante Gouveia e Melo, 28 de Outubro de 2021

      «Não gosto que me imiscuam na área política. Sou militar e não tenho a intenção de me candidatar a nada. Isto é um não; e quando digo não é não»

                                                               Idem, 18 de Maio de 2023

                      «Não incluo, nem excluo, a possibilidade de me candidatar»

                                                     Ibidem, 4 de Setembro de 2024      

                 «Não há dúvidas, vou ser candidato à Presidência da República»

                                                             Ibidem, 14 de Maio de 2025

Das profundezas oceânicas, compreensivelmente fatigado de perseguições a navios russos «agressores» que, teimando numa espécie de passatempo sádico, lhe entupiam o periscópio, emergiu o Almirante. Navega agora a caminho do Palácio de Belém, seu destino garantido por ventos que sente soprar na direcção e no momento certos.

Venho para «responder ao apelo crescente de grande parte da população, com a vontade de fazer mais um serviço ao país», explicou o Almirante ao apresentar-se como o candidato que antes de ser já o era. Palavras que não são de hoje mas de todos os tempos, certamente foram proferidas por outros há cem anos, mais vírgula menos vírgula, porque também existia então, como ele agora alega, «esta instabilidade interna que está nos olhos de todos nós».

Um Messias, um Salvador, um enviado da Providência empenhado em cumprir de vez a missão que cabia ao sempre atrasado como desejado El-Rei D. Sebastião? Não, não e mais uma vez não. «E quando digo não é não», proclamou o Almirante.

Portugal | ANTÓNIO JOSÉ SEGURO APRESENTA CANDIDATURA A ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS


PORTUGAL | Está a acontecer neste momento no Centro de Congressos das Caldas da Rainha a apresentação e candidatura de António José Seguro às Eleições Presidenciais. Mais um candidato de peso. Um candidato honesto, democrático, anticorrupção. Um português digno, genuíno.

QUEM É ANTÓNIO JOSÉ SEGURO

Recorrendo parcialmente à Wikipédia reproduzimos o percurso de A. J. Seguro

António José Martins Seguro (PenamacorPortugal11 de março de 1962) é um político português, membro e antigo secretário-geral do Partido Socialista e ex-Ministro da República Portuguesa. Atualmente, é Professor Auxiliar convidado na Universidade Autónoma de Lisboa (Autónoma) e no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).

Infância e juventude

Nasceu às 22 horas, filho de Domingos Sanches Seguro, de PenamacorPenamacor e de sua mulher Maria do Céu Martins, da SertãSertã, neto paterno de António Seguro e de sua mulher Maria José Sanches Castilho, parente de António Nunes Ribeiro Sanches e descendente de Francisco Sanches, e neto materno de Manuel Martins e de sua mulher Maria José Freire de Novais.

Na juventude fez parte do jornal da escola e praticou futebol na Associação Desportiva Penamacorense. Frequentou o ensino secundário no Externato de Nossa Senhora do Incenso, em Penamacor, tendo terminado o último ano na Escola Industrial e Comercial de Castelo Branco, licenciou-se em Relações Internacionais pela Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e frequentou o Mestrado em Ciência Política no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE-IUL).[1]

Nos seus tempos de juventude, foi líder da Juventude Socialista entre 1990 e 1994,[2] Presidente do Conselho Nacional de Juventude (plataforma composta por todas as organizações nacionais de juventude: partidárias, sindicais, escutistas, sociais, católicas, entre outras, de 1985 a 1990), Presidente do Fórum da Juventude da União Europeia (estrutura máxima que representa todas as organizações europeias de juventude, de 1989 a 1993) e Vice-Presidente da União Internacional das Juventudes Socialistas.

Massacres na fila de ajuda continuam em Gaza enquanto a ONU alerta para fome em massa

Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

As forças de ocupação israelenses atiraram e mataram vários palestinos na manhã de domingo em várias regiões da Faixa de Gaza, enquanto a situação humanitária continua a se deteriorar.

Pelo menos cinco palestinos foram mortos e outros ficaram feridos enquanto esperavam por ajuda alimentar em diversas áreas, informou a agência de notícias oficial palestina WAFA no domingo.

Uma fonte do Hospital Nasser relatou que duas pessoas foram mortas e mais de 50 ficaram feridas por tiros israelenses a oeste de Rafah. No centro de Gaza, perto do eixo Netzarim, outras três pessoas foram mortas enquanto aguardavam atendimento.

Enquanto isso, uma fonte do Hospital Al-Shifa na Cidade de Gaza confirmou que sete palestinos foram mortos nas áreas ao norte de Al-Tawam e Beit Lahia.

Mais feridos foram relatados na cidade de Khan Yunis, no sul do país, também perto de locais de distribuição de ajuda humanitária alvos das forças israelenses.

O número de mortos ligados aos disparos israelenses contra locais de distribuição de ajuda, estabelecidos como parte de um sistema apoiado pelos EUA e Israel em maio, já ultrapassou 100, com dezenas de outros feridos.

Fome e desnutrição

Em uma declaração relacionada, o porta-voz da UNICEF, James Elder, alertou que as famílias palestinas em Gaza estão tendo dificuldades para garantir ao menos uma única refeição diária para seus filhos.

Elder descreveu as condições humanitárias como “sombrias, horríveis e desesperadoras”, destacando que a desnutrição grave aumenta drasticamente o risco de mortalidade infantil.

“Crianças estão morrendo de causas simples que seriam facilmente preveníveis”, disse ele. “A desnutrição grave aumenta em dez vezes a probabilidade de uma criança morrer dessas condições.”

Elder também criticou o atual sistema de distribuição de ajuda, administrado pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA e Israel. Ele afirmou que o sistema não atende à escala da necessidade e expõe os civis ao perigo.

Desde 2 de março, apenas um número limitado de caminhões de ajuda humanitária teve permissão para entrar na passagem de Kerem Shalom, a leste de Rafah, muito abaixo do mínimo de 500 caminhões por dia necessário para atender às necessidades básicas.

Genocídio em curso

Desde 7 de outubro de 2023, Israel, apoiado pelos Estados Unidos, continua sua campanha militar na Faixa de Gaza, amplamente condenada como um genocídio envolvendo assassinatos em massa, fome, destruição e deslocamento.

Apesar dos repetidos apelos da comunidade internacional e das decisões vinculativas do Tribunal Internacional de Justiça, Israel intensificou sua ofensiva.

Mais de 183.000 palestinos foram mortos ou feridos, a maioria mulheres e crianças. Mais de 11.000 pessoas continuam desaparecidas, e a fome causou mais mortes. Bairros inteiros foram reduzidos a escombros e centenas de milhares foram deslocados à força.

(PC, AJA)

Ler/Ver em PC:

Hospitais de Gaza à beira do colapso devido ao cerco israelense e à interrupção total de suprimentos

Massacre em Khan Yunis: dezenas de mortos em bombardeios israelenses contra zonas de assistência

Relatórios conflitantes: Irã afirma que piloto israelense foi capturado – Autoridade israelense nega

Bat Yam devastada por ataques de mísseis iranianos: dezenas de mortos, feridos e desaparecidos

A REGRA DOS IDIOTAS -- Chris Hedges

Chris Hedges | ScheerPost | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil | Imagem: Teatro de Marionetes do Absurdo – pelo Sr. Fish

Thomas Paine escreve que um governo despótico é um fungo que cresce a partir de uma sociedade civil corrupta. Foi o que aconteceu com as sociedades do passado. Foi o que aconteceu conosco.

Os últimos dias de impérios moribundos são dominados por idiotas.

As dinastias romana, maia, francesa, Habsburgo, otomana, Romanoff, iraniana e soviética ruíram sob a estupidez de seus governantes decadentes, que se ausentaram da realidade, saquearam suas nações e se refugiaram em câmaras de eco onde fato e ficção eram indistinguíveis.

Donald Trump e os palhaços bajuladores de sua administração são versões atualizadas dos reinados do imperador romano  Nero , que destinou vastas despesas estatais para obter poderes mágicos; do imperador chinês Qin Shi Huang, que financiou repetidas expedições a uma ilha mítica de imortais para trazer de volta uma poção que lhe daria vida eterna; e de uma corte czarista irresponsável que ficava sentada lendo cartas de tarô e participando de sessões espíritas enquanto a Rússia era dizimada por uma guerra que consumiu mais de dois milhões de vidas e a revolução era fermentada nas ruas.

Em Hitler e os Alemães , o filósofo político Eric Voegelin  descarta a ideia de que Hitler — talentoso em oratória e oportunismo político, mas mal educado e vulgar — hipnotizou e seduziu o povo alemão.

Os alemães, escreve ele, apoiaram Hitler e as “figuras grotescas e marginais” que o cercavam porque ele personificava as patologias de uma sociedade doente, assolada pelo colapso econômico e pela desesperança.

Voegelin define estupidez como uma "perda da realidade". A perda da realidade significa que uma pessoa "estúpida" não consegue "orientar corretamente suas ações no mundo em que vive". O demagogo, que é sempre um idiote, não é uma aberração ou mutação social. O demagogo expressa o zeitgeist da sociedade, seu afastamento coletivo de um mundo racional de fatos verificáveis.

Esses idiotas, que prometem recapturar a glória e o poder perdidos, não criam. Eles apenas destroem. Eles aceleram o colapso.

Limitados em capacidade intelectual, sem qualquer bússola moral, extremamente incompetentes e cheios de raiva das elites estabelecidas que eles veem como pessoas que os desprezaram e rejeitaram, eles transformam o mundo em um playground para vigaristas, vigaristas e megalomaníacos.

Eles declaram guerra às universidades, banem a pesquisa científica, vendem teorias charlatanescas sobre vacinas como pretexto para  expandir a vigilância em massa e o compartilhamento de dados , retiram os direitos dos residentes legais   e empoderam exércitos de capangas, que é o que o Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) se tornou, para espalhar o medo e garantir a passividade.

A realidade, seja a crise climática ou a miséria da classe trabalhadora, não interfere em suas fantasias. Quanto pior fica, mais idiotas eles se tornam.

Hannah Arendt  culpa uma sociedade que abraça voluntariamente o mal radical por essa "irreflexão" coletiva. Desesperada para escapar da estagnação, onde eles e seus filhos estão presos, sem esperança e em desespero, uma população traída é condicionada a explorar todos ao seu redor em uma luta desesperada para progredir.

Pessoas são objetos a serem usados, refletindo a crueldade infligida pela classe dominante.

RUMO À GUERRA NUCLEAR

Musa Keklik, Turquia | Cartoon Movement

O mundo está caminhando para uma guerra nuclear

TRUMP REALMENTE ENGANOU O IRÃO COM DIPLOMACIA ENGANOSA? – Andrew Korybko

Andrew Korybko * | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil >

Outra maneira de ver isso é que Trump realmente queria um acordo, e é por isso que ele era contra Israel atacar o Irã antes do prazo de 60 dias, mas ele não iria impedi-los depois.

Os ataques sem precedentes de Israel contra o Irã na manhã de sexta-feira foram seguidos logo depois por autoridades israelenses se gabando de que Trump enganou o Irã com diplomacia enganosa para pegá-lo de surpresa. Essa perspectiva foi reforçada por algumas postagens de Trump aqui e aqui , nas quais ele lembrou a todos que ameaçou o Irã com "algo muito pior do que qualquer coisa que eles conhecem" se outro acordo nuclear não fosse alcançado e, em seguida, apontou que sexta-feira era o 61º dia de seu ultimato de 60 dias.

Sua exuberante O apoio aos ataques de Israel, após ter alertado anteriormente contra eles, enquanto seu governo ainda afirmava que os EUA não estavam envolvidos nesses ataques, convenceu muitos de que as autoridades israelenses mencionadas estavam dizendo a verdade. Portanto, parecia que a divergência de Trump era que Bibi era de fato parte do plano. Essa interpretação convincente dos eventos teria ramificações drásticas se fosse verdadeira, já que a Rússia poderia ser intimidada e se retirar do processo de paz ucraniano se Putin acreditasse nela.

Os ataques sem precedentes da Ucrânia contra a Rússia no início de junho foram precedidos, menos de uma semana antes, por um aviso de Trump, em uma publicação , de que "coisas ruins... MUITO RUINS" poderiam acontecer em breve à Rússia se ela não concordasse com um cessar-fogo com a Ucrânia. Embora a Casa Branca negue que Trump soubesse disso com antecedência, Putin pode estar duvidando dele mais do que nunca, após a diplomacia enganosa da qual as autoridades israelenses acabaram de se gabar, mas ainda não está claro o que ele pensa sobre tudo isso.

Embora a leitura oficial do Kremlin sobre as ligações de Putin com Bibi e Pezeshkian, mais tarde naquele dia, tenha indicado que ele condenava as ações de Israel, Putin também reiterou o apoio da Rússia a uma resolução política para a questão nuclear iraniana e afirmou que continuará promovendo a distensão. A declaração de seu Ministério das Relações Exteriores disse praticamente o mesmo e "apelou às partes para que exercessem moderação", enquanto seu principal representante na ONU afirmou que "os britânicos abrigaram a aeronave israelense envolvida na operação em sua base no Chipre".

Ao que parece, a menos que a Rússia esteja praticando sua própria diplomacia enganosa, não parece que Putin e companhia acreditem que Trump enganou o Irã. Em vez disso, parece que eles compartilham o ponto de vista apresentado pelo comentarista conservador Glenn Beck e pelo ex-porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) Jonathan Conricus, que concordaram que "[não é] enganoso fazer planos para entrar em ação no dia 61". Em outras palavras, Trump realmente queria um acordo e, portanto, era contra Israel atacar o Irã antes do dia 60, mas não iria impedi-los depois.

Essa interpretação explicaria a alegação de Bibi de que o plano original foi adiado no final de abril sob o pretexto de razões operacionais. Também poderia ter contribuído para o que poderia ser, afinal, uma verdadeira ruptura entre ele e Trump, caso Trump temesse que Bibi atacasse antes do prazo estipulado e, assim, arruinasse o acordo que Trump realmente desejava. As declarações de autoridades israelenses podem, portanto, ser uma manobra psicológica para manipular o Irã a atacar ativos regionais dos EUA, a fim de provocar o envolvimento direto dos EUA na guerra.

Trump e sua equipe não negaram essas alegações, provavelmente porque os ataques sem precedentes de Israel foram tão bem-sucedidos (embora talvez os tivessem negado se não fossem), mas também não as confirmaram para fins de controle da escalada. Em última análise, não há como saber se Trump realmente enganou o Irã com diplomacia enganosa, mas é significativo que a Rússia não tenha sinalizado que concorda com essa explicação e, em vez disso, esteja pedindo contenção mútua e reafirmando a importância da diplomacia.

* © 2025 Andrew Korybko
548 Market Street PMB 72296, San Francisco, CA 94104

* Analista político americano especializado na transição sistémica global para a multipolaridade

Andrew Korybko é regular colaborador em Página Global há alguns anos e também regular interveniente em outras e diversas publicações. Encontram-no também nas redes sociais. É ainda autor profícuo de vários livros

É EVIDENTE QUE ESTAMOS A SER ENGANADOS SOBRE O IRÃO – Caitlin Johnstone

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com.au |  # Traduzido em português do Brasil | Vídeo com áudio por Tim Foley, em inglês

Irã e Israel estão em guerra , com os EUA já intimamente envolvidos e provavelmente ainda mais. O que, claro, significa que passaremos o futuro previsível sendo bombardeados com mentiras das pessoas mais poderosas do mundo.

A mais imediatamente óbvia delas é a narrativa promovida por Netanyahu de que Israel iniciou este conflito porque o Irã estava prestes a desenvolver uma arma nuclear. Sem qualquer constrangimento ou senso de ironia, o primeiro-ministro israelense seguiu os ataques com uma declaração acusando o Irã de "retórica genocida", que o país apoia "com um programa para desenvolver armas nucleares". Israel, como todos sabemos, possui um arsenal nuclear não reconhecido , e seus líderes estão atualmente cometendo genocídio em Gaza enquanto proferem retórica genocida .

“E se não for interrompido, o Irã poderá produzir uma arma nuclear em um prazo muito curto”, afirmou Netanyahu. “Pode levar um ano. Pode levar alguns meses — menos de um ano. Este é um perigo claro e imediato para a própria sobrevivência de Israel.”

A classe política / midiática ocidental vem promovendo obedientemente essa linha e repetindo acriticamente a alegação de Israel de que seu ataque não provocado ao Irã foi "preventivo", mas não há absolutamente nenhuma evidência de que isso seja verdade.

Benjamin Netanyahu passou literalmente décadas alegando falsamente que o Irã estava a um ou dois anos de desenvolver uma arma nuclear, apenas para ter o calendário provando que ele estava errado com o passar do tempo, repetidas vezes.

O chefe de inteligência dos EUA, Tulsi Gabbard, testemunhou há apenas algumas semanas que “A CI [Comunidade de Inteligência] continua avaliando que o Irã não está construindo uma arma nuclear e o Líder Supremo Khamenei não autorizou o programa de armas nucleares que ele suspendeu em 2003”.

Como o jornalista Séamus Malekafzali observou recentemente no Twitter , um dos argumentos mais fortes de que o Irã não reverteu sua decisão de se abster de obter armas nucleares é que cientistas nucleares iranianos têm expressado publicamente sua frustração com o fato de seu governo não permitir que construam uma arma nuclear. Eles querem, mas Teerã não permite.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, ajudou a pavimentar o caminho para as alegações de Netanyahu na última quarta-feira, quando disse ao Senado que "há muitas indicações" de que o Irã está "caminhando em direção a algo que se pareceria muito com uma arma nuclear".

Essa afirmação de Hegseth foi rapidamente recolhida e promovida por belicistas como Tom Cotton, que disse que Hegseth havia "confirmado que o regime terrorista do Irã está trabalhando ativamente para desenvolver uma arma nuclear".

A afirmação de Cotton foi então retomada pelo especialista em guerra Mark Levin, que vem pressionando pessoalmente Trump para dar sinal verde a um ataque ao Irã, ironizando no Twitter : "Então, o Secretário de Defesa Hegseth também deve estar mentindo. Todo mundo está mentindo, exceto os isolacionistas, os Koch-heads, os islamistas, Chatsworth Qatarlson e seus propagandistas da mídia."

Mas vamos voltar e analisar o que Hegseth realmente disse. Ele não disse "o Irã está construindo uma arma nuclear". Ele disse que "há muitos indícios" de que o Irã está "caminhando em direção a algo que se pareceria muito com uma arma nuclear".

Se os EUA tivessem informações de que o Irã estava construindo uma arma nuclear, Hegseth teria simplesmente dito isso. Mas, em vez disso, ele fez uma bizarra manobra verbal, resmungando sobre indícios de algo que poderia se parecer com uma arma nuclear, o que seus colegas defensores do Irã então falsamente interpretaram como uma afirmação definitiva de que o Irã estava construindo uma arma nuclear.

Há outras mentiras circulando para ajudar a promover esta guerra. Como observa Moon of Alabama , o odioso propagandista de guerra do Washington Post, David Ignatius, está promovendo a narrativa de que o Irã vem cultivando um relacionamento com o líder de fato da Al-Qaeda, Saif al-Adel. A mentira de que Saddam Hussein estava em conluio com a Al-Qaeda foi usada há duas décadas para vender a invasão do Iraque .

Ao mesmo tempo, especialistas trumpistas circulam a narrativa de que os Estados Unidos estão cheios de "células adormecidas" iranianas que podem se ativar a qualquer momento e começar a atacar os americanos. A mais flagrante delas é a repetida declaração de Laura Loomer: afirma que há "milhões" dessas células aguardando ordens do Irã para atacar — possivelmente a afirmação mais absurda que já vi alguém com qualquer plataforma importante fazer, já que isso significaria que uma porcentagem considerável da população dos EUA é, na verdade, um exército secreto iraniano.

A fonte de mentiras está apenas começando. Haverá mais. Não acredite em nada a menos que seja comprovado por montanhas de evidências. Esses malucos já foram pegos mentindo para vender guerras ao público tantas vezes que é impossível que qualquer uma de suas alegações seja considerada verdadeira.

* O trabalho de Caitlin Johnstone é  totalmente financiado por leitores , então se você gostou deste artigo, por favor, compartilhe, siga-a no  Facebook ,  Twitter ,  Soundcloud ,  YouTube ou coloque algum dinheiro em sua caixa de gorjetas no  Ko-fi ,  Patreon  ou  Paypal . Se você quiser ler mais, pode  comprar os livros dela . A melhor maneira de garantir que você veja o que ela publica é se inscrever na lista de e-mails em  seu site  ou  no Substack , que lhe enviará uma notificação por e-mail sobre tudo o que ela publicar. Para mais informações sobre quem ela é, sua posição e o que ela está tentando fazer com sua plataforma,  clique aqui . Todos os trabalhos são coautorados com seu marido americano, Tim Foley.

Este artigo é do  Caitlin Johnstone.com.au  e republicado com permissão.

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MÉDIO ORIENTE A FERRO E FOGO | Irão promete parar retaliações se Israel parar ofensiva

Trump ameaça Irão com 'toda a força'. Dez mortos em Israel. Os desenvolvimentos sobre a crise no Médio Oriente

O fim de semana está a ser marcado pela escalada de tensão entre o Irão e Israel, uma situação que 'promete' marcar os próximos tempos, já que, para além das condenações e apelos à contenção, há ainda a 'nuvem' dos Estados Unidos.

Este domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu que se o país for atacado de "alguma forma" por Teerão, toda a força do exército dos EUA "vai cair em cima" do Irão, "a um nível nunca antes visto."

As declarações surgem depois de Teerão ter colocado em cima da mesa a hipótese de atacar bases militares dos EUA, que apoiam Israel, no Médio Oriente.

Governo iraniano diz que está a exercer direito legítimo de autodefesa

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, afirmou hoje que o seu país está a exercer um "direito legítimo" de autodefesa com os contra-ataques a Israel, em resposta a uma operação contra o seu território.

Iranianos avisados para deixarem zonas próximas de fábricas de armamento

O exército israelita pediu hoje aos cidadãos iranianos que se encontrem nas imediações de fábricas de armamento no Irão para abandonarem imediatamente essas zonas e não regressarem até nova ordem.

Rubio reitera apelo a "diálogo de boa-fé" em chamada com Serguei Lavrov

O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio reiterou ao homólogo russo Serguei Lavrov, numa chamada telefónica entre ambos, o apelo a um "diálogo construtivo e de boa-fé com a Ucrânia" para a paz entre os países-vizinhos.

MNE do Irão acusa Israel de sabotar acordo com EUA

O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghch, acusou Telavive de sabotar as negociações nucleares entre o Irão e os EUA,  que poderiam, segundo o governo, ter levado a um acordo já este domingo, quando o país do Médio Oriente já estava pronto para apresentar uma proposta.

"O ataque israelita nunca teria acontecido sem luz verde e sem apoio", afirma Araghchi, acrescentando que Teerão não acredita nas declarações americanas segundo as quais Washington não participou nos recentes ataques. Em causa estão as declarações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que disse logo na sexta-feira que Washington não tinha participado no ataque contra o Irão.

"É necessário que os Estados Unidos condenem os ataques israelitas às instalações nucleares iranianas se quiserem provar a sua boa vontade", atirou.

Número de mortos em Israel sobe para 10

O número de mortos em Israel subiu para dez, de acordo com as autoridades israelitas citadas pela Agência France-Presse.

A publicação The Times of Israel dá conta de que ainda há sete pessoas dadas como desaparecidas.

Diplomacia iraniana garante que ataques terminam se Telavive parar ofensiva

A diplomacia do Irão garantiu hoje que os ataques a Israel acabarão de imediato caso Telavive também termine com a ofensiva.

Rebeldes Huthi do Iémen reivindicam ataque a Telavive

Os rebeldes Huthi do Iémen reivindicaram hoje uma operação militar contra Israel coordenada por forças do Irão, após a escalada de violência entre estes dois países que começou na sexta-feira com Telavive a bombardear instalações iranianas.

Ataques em Israel deixam 200 feridos e 35 desaparecidos

Um comunicado emitido no domingo de manhã pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros dá conta de que para além do novo balanço subir o número de mortos para oito, há ainda cerca de 200 feridos, assim como 35 pessoas estão desaparecidas.

Líderes mundiais do G7 reúnem-se com guerra alargada no Médio Oriente 

Os líderes do G7 reúnem-se hoje no Canadá num contexto de guerra alargada no Médio Oriente e com uma agenda que poderá incluir uma conversa a sós entre os presidentes norte-americano e ucraniano.

Novo balanço de vaga de ataques iranianos aponta para 8 mortos em Israel

Uma nova onda de ataques aéreos do Irão atingiu hoje vários locais em Israel, incluindo Jerusalém e Telavive, causando pelo menos oito mortos e mais de 150 feridos, de acordo com um novo balanço.

Trump ameaça Irão com 'toda a força': "Cairemos sobre vocês"

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou o Irão com 'toda a força', horas depois de Teerão ter colocado em cima da mesa a possibilidade de bases militares na região do Médio Oriente serem atacadas.

"Se formos atacados de alguma forma pelo Irão, toda a força e o poder das Forças Armadas dos EUA cairão sobre vós a níveis nunca antes vistos", avisou, sublinhando, no entanto, que "podemos facilmente conseguir um acordo entre o Irão e Israel."

sábado, 14 de junho de 2025

Chefe de Energia Atómica condena bombardeio israelita ao Irão

“Instalações nucleares nunca devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias” — Rafael Grossi faz um grave alerta.

Jake Johnson | Common Dreams, em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica emitiu um grave alerta sobre os impactos ambientais e humanos potencialmente catastróficos dos ataques militares às instalações nucleares depois que Israel lançou um ataque massivo à infraestrutura de energia nuclear do Irã, supostamente danificando o maior local de enriquecimento de urânio do país.

“Este desenvolvimento é profundamente preocupante”, disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

Tenho afirmado repetidamente que instalações nucleares jamais devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, pois isso pode causar danos tanto às pessoas quanto ao meio ambiente. Tais ataques têm sérias implicações para a segurança, a proteção e as salvaguardas nucleares, bem como para a paz e a segurança regionais e internacionais.

Grossi destacou a posição de longa data da AIEA de que “ataques armados a instalações nucleares podem resultar em liberações radioativas com consequências graves dentro e fora das fronteiras do Estado que foi atacado”.

Na tarde de sexta-feira, horário local, autoridades iranianas afirmaram que os níveis de radiação não estavam elevados na usina de enriquecimento de Natanz, segundo Grossi. Autoridades iranianas também afirmaram que as usinas nucleares de Esfahan e Fordow não foram afetadas pelos ataques israelenses.

“Apesar das atuais ações militares e das tensões crescentes”, disse Grossi na sexta-feira, “está claro que o único caminho sustentável a seguir — para o Irã, para Israel, para toda a região e para a comunidade internacional — é aquele baseado no diálogo e na diplomacia para garantir paz, estabilidade e cooperação”.

O ataque mortal de Israel ao Irã ocorreu um dia após o Conselhode Governadores da AIEA aprovar uma resolução apoiada pelos EUA acusando o Irã de não cumprir seus compromissos com as salvaguardas nucleares internacionais.

O Irã respondeu furiosamente à aprovação da resolução, dizendo que "não tem escolha a não ser responder a esta resolução politicamente motivada" e anunciando uma "nova instalação de enriquecimento em um local seguro".

Ao contrário da alegação do governo israelense de que o Irã está correndo em direção a uma arma nuclear, as agências de inteligência dos EUA sustentam que o Irã não está construindo uma bomba atômica — uma avaliação consistente com as repetidas declarações públicas do Irã de que seu programa nuclear é apenas para fins energéticos civis.

Após o ataque israelense, o Irã — que não é membro do conselho da AIEA — solicitou que a agência das Nações Unidas realizasse uma reunião de emergência para discutir os ataques israelenses. A Reuters informou que os membros do conselho, Rússia, China e Venezuela, apoiaram o pedido de reunião.

Melissa Parke, diretora executiva da Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, disse em um comunicado na sexta-feira que "o bombardeio de Israel às instalações nucleares do Irã é uma escalada perigosa de um estado com armas nucleares que ameaça frustrar as negociações sobre o programa nuclear iraniano".

“Israel e Irã devem aderir ao Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares sem demora”, disse Parke. “Isso exigiria que Israel desmantelasse seu programa de armas nucleares e que o Irã mantivesse seu atual sistema de salvaguardas nucleares sob a supervisão da AIEA. Somente por meio de soluções negociadas de ampla base poderemos realmente acabar com a ameaça das armas nucleares, concordando com sua eliminação total.”

* Jake Johnson é editor sênior e redator da Common Dreams.

Este artigo é do Common Dreams

Israel e Irão trocam ataques de mísseis. Explosões ouvidas em Telavive, Jerusalém e Teerão

Israel bombardeou o Irão durante a madrugada de sexta-feira, visando instalações nucleares e militares. Teerão garante que dezenas de pessoas, na sua maioria civis, morreram no ataque surpresa e avançou com uma nova vaga de ataques de retaliação contra Israel, que terão deixado várias vítimas mortais em Telavive. Acompanhamos aqui, ao minuto, todos os desenvolvimentos.

Presidente turco diz a homólogo russo que Netanyahu quer sabotar negociações

O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse ao seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, num telefonema este sábado, que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, estava a tentar incendiar a região e sabotar as negociações nucleares com ataques ao Irão.

Um comunicado do seu gabinete afirmou que Erdogan disse também a Pezeshkian que os ataques de Israel tinham como objetivo desviar a atenção do que chamou de genocídio em Gaza.

Pequim apoia Teerão na "defesa dos seus direitos legítimos"

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, afirmou que Pequim apoia o Irão na “defesa dos seus direitos e interesses legítimos” e indicou ainda que conversou com os homólogos israelita e iraniano. 

O MNE chinês reiterou o apoio a Teerão na conversa com o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, e condenou o ataque “violento” contra o Irão na conversa com o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar.

"Poderosa explosão" em refinaria após ataque de drone israelita

Um ataque israelita de drones a uma refinaria estratégica no Irão, este sábado, provocou uma "forte explosão" e um incêndio no local, localizado na cidade portuária de Kangan, perto de Bushehr, no sul do país.

"O regime sionista atacou a secção 14 do campo de gás de South Pars com um drone", provocando um incêndio, informou a agência de notícias Fars. 

A agência de notícias Tasnim, por sua vez, descreveu "uma violenta explosão e incêndio" num dos maiores depósitos de gás do Irão na costa do Golfo.

Nuclear: Omã anuncia desistência das negociações entre Irão e EUA este domingo

As negociações entre o Irão e os EUA sobre o programa nuclear de Teerão, que deveriam prosseguir este domingo em Mascate, sob o patrocínio de Omã, não se irão realizar, referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr Albusaidi, na rede X.

O governante ressalvou que "a diplomacia e o diálogo continuam a ser o único caminho para uma paz duradoura".

A declaração de Albusaidi surgiu um dia depois de Israel ter lançado uma ofensiva aérea abrangente contra o Irão, matando comandantes e cientistas e bombardeando instalações nucleares numa tentativa declarada de impedir o país de construir uma arma atómica.

O Irão já tinha dito que o encontro não fazia sentido depois dos ataques israelitas de sexta-feira, apesar dos EUA continuarem a mostrar-se disponíveis para prosseguir os esforços de acordo.

A Administração Trump tinha dado a Teerão 60 dias para chegar a acordo sobre o programa atómico, prazo que terminou quinta-feira passada.

Este sábado, o presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, considerou que o apoio dos EUA a Israel na defesa dos ataques retaliatórios iranianos, durante negociações, mostrou a "desonestidade" dos EUA.

Presidente do Irão alerta para resposta "mais forte" se os ataques israelitas continuarem

O Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, alertou no sábado para uma resposta militar "mais forte" do Irão, caso Israel continue os seus ataques contra o país, no segundo dia de confrontos entre os dois países inimigos.

"A contínua agressão sionista levará a uma resposta mais forte e virulenta por parte das forças armadas iranianas", disse Pezeshkian durante uma chamada telefónica com o primeiro-ministro paquistanês Shehbaz Sharif, segundo a presidência iraniana.

O apoio dos EUA a Israel durante negociações mostra "desonestidade" dos EUA, acrescentou ainda Pezeshkian.

Netanyahu. Israel vai atacar "todos os locais e todos os alvos do regime dos ayatollahs"

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sustentou que os ataques israelitas atrasaram o programa nuclear iraniano, possivelmente em anos, e avisou que golpes mais duros estão por vir.

"Vamos atacar todos os locais e todos os alvos do regime dos ayatollahs, e o que sentiram até agora não é nada comparado com o que lhes será imposto nos próximos dias", disse Netanyahu numa mensagem vídeo. 

Acrescentou que os militares estão agora a destruir a capacidade do Irão de fabricar mísseis balísticos.

Erdogan diz à Arábia Saudita que Israel de Netanyahu é "ameaça para a região"

O presidente turco alertou esta tarde para a possibilidade do conflito entre Israel e o Irão se transformar numa "guerra devastadora".

Reccep Tyyip Erdogan falou com o príncipr herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, a quem afirmou que o ataque ao Irão demonstrou que Israel, sob o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, representa a maior ameaça à estabilidade regional, informou o gabinete de Erdogan.

Num telefonema, Erdogan disse ao príncipe herdeiro saudita que Israel precisa de ser travado para reduzir as tensões e que a disputa nuclear só pode ser resolvida através de negociações, segundo um comunicado do gabinete de Erdogan. 

Uma guerra potencialmente devastadora pode criar vagas de migração irregular para todos os países da região, afirmou Erdogan, segundo o comunicado.

Sexta-feira, na sequência dos ataques supresa de Israel a alvos militares e nucleares iranianos com mais de 200 caças bombardeiros, Istambul reuniu ao mais alto nível, à porta fechada, as suas chefias políticas, de informação e militares. 

No final do encontro, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, emitiu um comunicado no qual afirmou que Israel devia suspender os ataques imediatamente e abandonar a sua "estratégia para desestabilizar a região".

Fidan sublinhou que as negociações nucleares iniciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, eram a única forma de resolver o conflito, acrescentando que o país tinha adotado as medidas necessárias para garantir a segurança regional.

RTP |  Imagem: Iranian Red Crescent Society - WANA via Reuters

Israel corta a internet em Gaza em meio a crescentes atrocidades cometidas pelas IDF

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com.au |  # Traduzido em português do Brasil | Vídeo com áudio por Tim Foley, em inglês

A Autoridade Palestina informou na quinta-feira que os serviços de internet e telefonia fixa estão inoperantes em toda a Faixa de Gaza após um ataque israelense à última linha de fibra óptica do enclave, relata a AFP . As comunicações do norte de Gaza já haviam sido cortadas no dia anterior.

"O sul e o centro da Faixa de Gaza se juntaram à Cidade de Gaza e à parte norte da Faixa, vivenciando isolamento completo pelo segundo dia consecutivo", disse o ministério em um comunicado, acrescentando que as forças israelenses estão impedindo que as equipes de reparo cheguem ao local do ataque.

“Só quem tem e-sims tem acesso à internet em Gaza”, disse o jornalista de Gaza Hind Khoudary no Twitter . “Leva mais de uma hora para se conectar e mais uma hora para postar. Mas por que Israel bombardeou a principal rota de fibra óptica da internet? Por que Israel insiste em isolar Gaza do mundo? Então, agora estamos privados de comida, água, eletricidade e internet.”

"Pense em todas as imagens horríveis que você viu de Gaza. Agora pense na pior carnificina e na depravação assassina que Israel deve estar infligindo agora para cortar a internet", tuitou o jornalista Sam Husseini sobre a notícia.

De fato, esta última ação ocorre em meio a um aumento particularmente flagrante de atrocidades em massa cometidas pela entidade sionista. As forças israelenses acabaram de matar 120 pessoas em um único período de 24 horas e feriram centenas, com dezenas massacradas enquanto buscavam alimentos nos notórios postos de distribuição de ajuda humanitária israelenses, conhecidos como " armadilhas mortais ". Israel tem massacrado civis famintos que buscam desesperadamente ajuda quase diariamente em Gaza nas últimas duas semanas.

Israel busca continuamente novas maneiras de obstruir a visibilidade mundial sobre o que está acontecendo em Gaza. É por isso que eles têm assassinado jornalistas que vivem em Gaza em um ritmo sem precedentes na história, enquanto proíbem a entrada de jornalistas de fora de Gaza. É uma guerra incessante contra a visibilidade e a verdade, porque Israel prospera com mentiras e escuridão.

Os israelenses estão enlouquecidos com o fato de seu apoio global estar sendo corroído pelos palestinos que gravam seu próprio genocídio e transmitem as imagens para o mundo. Se eles acham que podem escapar impunes mantendo Gaza no escuro, certamente o farão, enquanto continuam buscando novas maneiras de esconder a verdade do mundo.

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Este artigo é do  Caitlin Johnstone.com.au  e republicado com permissão.

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MENTIRA COMPARADA -- Empregado Milionário dos Famintos

J. Bazeza, Luanda >

Na República do Muceque os empregados nunca aborrecem os seus patrões porque são logo despedidos e ficam sem pão para os filhos. No antigamente estrebuchavam. As mulheres iam queixar à OMA e quem tratava mal as empregadas era chamado à pedra. Os homens iam à UNTA e os sindicalistas apertavam com os patrõezinhos atrevidos. Hoje a OMA tem a influência de um salão de cabeleireiro e a UNTA é o clube dos revolucionários mortos. Quem trabalha está tão protegido como os contratados bailundos que regavam as plantações com o seu suor, a troco de fuba podre, peixe podre e porrada se refilares.

O povito da República do Muceque é bom patrão. Paga ao seu empregado da Cidade Altíssima milhões, biliões e mesmo triliões. Vivendas no país e no estrangeiro. Condomínios. Fazendas equipadas com agronegócio, bois de cobertura e vacas de alto rendimento. O povito paga ao seu empregado de estimação com aviões de luxo e viagens não importa para onde. O empregado do povito é o mais bem pago do mundo. E o povito morrendo de fome, de diarrumbas e de tristeza.

O empregado do povito que ocupa a Cidade Altíssima é pago para governar. Desgoverna. Para executar políticas sociais que acabem com a exclusão, a pobreza e a miséria. Arranjou uma maquineta que exclui ainda mais, promove a pobreza e a miséria. O empregado do povito recebeu ordens para arranjar auxiliares de primeira, segunda e terceira. Governem bem, ordenou o povito. Desenvolvam a economia, combatam o desemprego, garantam saúde, educação e habitação para todos. Fazem o contrário. O povito ficou magrinho, esquálido. As e os ajudantes do empregado da Cidade Altíssima estão cada vez mais ricos e pançudos. 

O patrão paga bem aos corruptos, aos incompetentes e ladrões. Garante-lhes palácios, vivendas de luxo, milhões no bolso. E vive nas ruelas, nos becos, no meio do lixo. Na República do Muceque todos enlouqueceram. Não se juntam todas as vítimas da fome para despedirem o empregado corrupto e seus ajudantes.

Angola | Corrida do Cazuno e Entreviste-as – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

O Mano Arnesto Lara Filho chegou ao Palácio da Cuca com um saco de patas e pescoços de frango, oferta do director da Avicuca, seu antigo colega na Escola de Regentes Agrícolas em Coimbra. O Joca Luandense saltou para o fogão e anunciou que ia cozinhar um muzongué daqueles! Álvaro Novais rezingou e disse entre dentes: Nunca se viu um caldo com patas de galinha. Esse nem atrasa a ressaca da bebedeira!

O comandante Leopoldo e Lopo de Morais, Mais práticos e pragmáticos, foram dar um coro ao cantineiro e conseguiram uma caixa de Castelvinho a crédito. Vinho fiado! Pedro Jara de Carvalho racionava as bebidas a todos. Menos ao Álvaro Novais que teve direito a uma garrafa e bebia directamente do gargalo. Estava armada a festa.

Os diplomatas foram duas vezes ao cantineiro e conseguiram o fornecimento de mais três caixas de Castelvinho. Alta madrugada Lopo de Morais começou a falar katanhô. Mau sinal. Quando resvalava para o crioulo, a bebida já comandava a tertúlia. E ante a admiração geral anunciou que no dia seguinte ia participar na Corrida de São Silvestre. Ninguém lhe deu importância. E ele repetia que tinha de dormir cedo porque um atleta tem de se cuidar. Era o vinho a falar.

Tudo mentira. No dia seguinte calhou-me cobrir a Corrida de São Silvestre. O Mais Velho Bobela Mota pediu-me para apanhar pormenores laterais ao atletismo. E particularizou: “Apanha uma história engraçada do Aldegalega”! Como saíamos à tarde, o relato da corrida estava mais do que esgotado pelas rádios e os jornais diários matutinos. 

Determinado a procurar o que mais ninguém ia contar, fui para a linha de partida, uma hora antes do início da Corrida de São Silvestre, que me tinha lixado a festa de réveillon para deitar fora o ano velho e receber o ano novo, com muita alegria e um tanto de bebida. O campeão Armando Aldegalega chegou pouco depois com mais dois atletas portugueses. Depois chegaram os atletas de Moçambique e África do Sul. Todos davam saltos e faziam alongamentos para aquecer.

Angola | UM NACO DE INTELIGÊNCIA -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

O mundo acredita na juventude angolana, na nossa ciência espacial, no nosso centro de geodados, na agricultura de precisão, na cirurgia robótica feita em Angola. O universo está de boca aberta com a economia espacial angolana, com o nosso controlo urbanístico, com as nossas casas e cidades inteligentes. Temos ferramentas que colocam Angola nos píncaros da Humanidade. A Angotic mostra que já temos serviços corporativos em grande. Graças à Africell que também nos brindou com um modelo de segurança para kupapatas e seus passageiros. 

Comprem à Africell. Confiem no nosso ecossistema social e económico. No nosso ministro Mário Oliveira, o mágico das Telecomunicações e Tecnologias de Informação. Pai da Comunicação Social e inventor do robot Arnesto Bartolobesta. Curvem-se ante o Angosat 2. Amem a Angotic e aceitem os seus desafios digitais. E nunca se esqueçam que sem a Africell Angola nunca seria um país independente. O talento dos angolanos jamais seria reconhecido no mundo. 

Fui à Angotic e comprei mil Kwanzas de inteligência artificial. Cozinhei-a muito bem e comi o petisco com funje de milho. Uma hora depois consegui compreender a página cinco do caderno especial que faz propaganda da entreviste-a gentilmente concedida por João Lourenço ao seu canal privado de televisão. O homem é como Cristiano Ronaldo que compra mulheres, filhos, clubes, selecções, golos, árbitros, jornalistas, guarda-redes, defesas, hotéis, tudo, tudo. O nosso craque compra aviões, prémios, ministros, juízes, deputados, carrinhos, omatapalos, fazendas, empresas, Minoru Dondo, corredores do Lobito, tudo, tudo. 

Depois de arrotar ao manjar da inteligência artificial e feita a digestão do petisco, li, reli e tresli a página cinco do “Caderno João Lourenço” engendrado pela administração do Jornal de Angola, que me deve salários e subsídios legais há dez anos.

O Decreto Presidencial número 69/21 de 16 de Março comprava juízes e procuradores a dez por cento dos “activos recuperados”, devidamente legalizados com sentenças condenatórias ilegais. O Presidente da República de Angola comprou o Poder Judicial às claras, através de um decreto! Violou gravemente a separação de poderes. Desonrou o seu cargo e os três milhões de angolanos que o elegeram. Desonrou o MPLA. 

A agência da ONU para os Direitos Humanos analisou o processo do empresário Carlos São Vicente. E concluiu que o julgamento foi ilegal. Prisão arbitrária. Muitas ilegalidades! Uma delas é o Decreto Presidencial número 69/21 de 16 de Março. Face a esta realidade, a Ordem dos Advogados pediu ao Tribunal Constitucional para fiscalizar o decreto presidencial inspirado nas práticas dos chefes de posto. Foi declarado inconstitucional. Lixo com ele. Os procuradores e magistrado judiciais ficaram sem a comissão de dez por cento. Desde então não houve mais nenhuma condenação. Vamos ver o que vai acontecer depois de 2027.

O Presidente João Lourenço anunciou no “caderno” do Jornal de Angola que recebe em audiências “venerandos juízes do Tribunal Constitucional e do Tribunal Supremo”. Porquê? Para quê? Recebe em audiência a Presidente da Assembleia Nacional! Mas que é isto? O Poder Legislativo pede audiências ao Titular do Poder Executivo a que propósito? O que tem a líder do Poder Legislativo a tratar com o Presidente da República para lhe pedir audiências? 

Graças à inteligência artificial que comprei na Angotic estou em condições de garantir que com João Lourenço Angola não é um Estado de Direito. O Poder Judicial não é independente e imparcial. Juízes e procuradores recebem ordens do Presidente da República, são recebidos em audiência na Cidade Alta e pedem a bênção do chefe. O mundo sabe disto pela agência da ONU para os Direitos Humanos. Carlos São Vicente está preso ilegalmente às ordens de João Lourenço.

Caso o Presidente de todas as entreviste-as não tenha comprado um pouco de inteligência artificial na feira Angotic como eu comprei, envio-lhe amavelmente o Artigo 9º (Orientação ideológica) dos estatutos do MPLA:

“1 - O MPLA é um partido político ideologicamente assente no socialismo democrático que defende a justiça social, o humanismo, a liberdade, a igualdade e a solidariedade. 2 - O MPLA aplica de forma pragmática, os valores universais de uma democracia moderna e dinâmica, compatibilizada com valores socioculturais e com os legítimos anseios dos angolanos, visando sempre o desenvolvimento humano, nas suas múltiplas dimensões.”

O Irão tem um regime teocrático desde 1979 quando triunfou a Revolução Islâmica e colocou no poder o Aiatolá Khomeini. O Xá da Pérsia, Reza Palevi, e sua bela esposa (quase tão bela como a Princesa Canducha do Bairro Operário), Farah Diba, partiram para o exílio. Em 1984, relatórios da CIA garantiam que o Irão estava perto de adquirir armas nucleares. Em 1987 a CIA garantia que o Irão procurava activamente capacidades nucleares. O líder iraniano fez uma lei que proíbe a produção de armas nucleares. Ainda está em vigor.

Início da década de 1990. Os nazis de Telavive alertaram o patrão da Casa do Brancos: “O Irão tem uma bomba atómica até 1999”. No ano de 1995 o Departamento de Estado alertou o mundo: “O Irão daqui a cinco ano tem capacidade para produzir armas nucleares!”

O tempo passou e em 2005 a CIA alertou o mundo das democracias liberais: “O Irão está a dez anos de distância para produzir armas nucleares”. Em 2006 os serviços secretos alemães informaram: “O Irão vai ter uma arma nuclear até 2010”. Chegados a 2010 a agência da ONU que fiscaliza os programas nucleares lançou o alerta lancinante: “O Irão está a fabricar uma ogiva nuclear!” No ano de 2012 o nazi Netanyahu não poupou nas palavras: “O Irão está a meses de distância de fabricar uma bomba atómica”.

Ano de 2025. A agência da ONU contratada pela Casa dos Brancos para a golpada escreveu que “o Irão acumulou urânio adequado para armas, levantando preocupações sobre a sua potencial capacidade nuclear”. Esta madrugada a Casa do Brancos e Londres deram ordens aos nazis de Telavive para atacarem o Irão. Repete-se a aldrabice do Iraque. O resultado pode ser muito diferente. Mesmo com a inteligência artificial que comprei na Angotic fico sem perceber quem quer acabar com Israel. Ma o principal suspeito é mesmo o governo de Telavive.

Os bancos já fecharam. A administração da Empresa Edições Novembro continua sem pagar o que me deve. Caloteiros e ladrões do pão de crianças. Vou pedir a bênção ao deus João Lourenço. Os caloteiros e ladrões estão lixados! Acabam a comer nos contentores do lixo!

* Jornalista

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