Presidente turco diz a homólogo
russo que Netanyahu quer sabotar negociações
O presidente turco, Tayyip
Erdogan, disse ao seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, num telefonema este
sábado, que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, estava a tentar
incendiar a região e sabotar as negociações nucleares com ataques ao Irão.
Um comunicado do seu gabinete afirmou que Erdogan disse também a Pezeshkian que
os ataques de Israel tinham como objetivo desviar a atenção do que chamou de genocídio
em Gaza.
Pequim apoia Teerão na
"defesa dos seus direitos legítimos"
O ministro chinês dos Negócios
Estrangeiros, Wang Yi, afirmou que Pequim apoia o Irão na “defesa dos seus
direitos e interesses legítimos” e indicou ainda que conversou com os homólogos
israelita e iraniano.
O MNE chinês reiterou o apoio a Teerão na conversa com o chefe da diplomacia
iraniana, Abbas Araghchi, e condenou o ataque “violento” contra o Irão na
conversa com o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar.
"Poderosa explosão" em
refinaria após ataque de drone israelita
Um ataque israelita de drones a
uma refinaria estratégica no Irão, este sábado, provocou uma "forte
explosão" e um incêndio no local, localizado na cidade portuária de
Kangan, perto de Bushehr, no sul do país.
"O regime sionista atacou a
secção 14 do campo de gás de South Pars com um drone", provocando um
incêndio, informou a agência de notícias Fars.
A agência de notícias Tasnim, por
sua vez, descreveu "uma violenta explosão e incêndio" num dos maiores
depósitos de gás do Irão na costa do Golfo.
Nuclear: Omã anuncia desistência
das negociações entre Irão e EUA este domingo
As negociações entre o Irão e os
EUA sobre o programa nuclear de Teerão, que deveriam prosseguir este domingo em
Mascate, sob o patrocínio de Omã, não se irão realizar, referiu o ministro
dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr Albusaidi, na rede X.
O governante ressalvou que
"a diplomacia e o diálogo continuam a ser o único caminho para uma paz
duradoura".
A declaração de Albusaidi surgiu um dia depois de Israel ter lançado uma
ofensiva aérea abrangente contra o Irão, matando comandantes e cientistas e
bombardeando instalações nucleares numa tentativa declarada de impedir o país
de construir uma arma atómica.
O Irão já tinha dito que o
encontro não fazia sentido depois dos ataques israelitas de sexta-feira, apesar
dos EUA continuarem a mostrar-se disponíveis para prosseguir os esforços de
acordo.
A Administração Trump tinha dado
a Teerão 60 dias para chegar a acordo sobre o programa atómico, prazo que
terminou quinta-feira passada.
Este sábado, o presidente
iraniano, Massoud Pezeshkian, considerou que o apoio dos EUA a Israel na
defesa dos ataques retaliatórios iranianos, durante negociações, mostrou a
"desonestidade" dos EUA.
Presidente do Irão alerta para
resposta "mais forte" se os ataques israelitas continuarem
O Presidente iraniano, Massoud
Pezeshkian, alertou no sábado para uma resposta militar "mais forte"
do Irão, caso Israel continue os seus ataques contra o país, no segundo dia de
confrontos entre os dois países inimigos.
"A contínua agressão
sionista levará a uma resposta mais forte e virulenta por parte das forças
armadas iranianas", disse Pezeshkian durante uma chamada telefónica com o
primeiro-ministro paquistanês Shehbaz Sharif, segundo a presidência iraniana.
O apoio dos EUA a Israel durante
negociações mostra "desonestidade" dos EUA, acrescentou ainda
Pezeshkian.
Netanyahu. Israel vai atacar
"todos os locais e todos os alvos do regime dos ayatollahs"
O primeiro-ministro israelita,
Benjamin Netanyahu, sustentou que os ataques israelitas atrasaram o programa
nuclear iraniano, possivelmente em anos, e avisou que golpes mais duros estão
por vir.
"Vamos atacar todos os
locais e todos os alvos do regime dos ayatollahs, e o que sentiram até
agora não é nada comparado com o que lhes será imposto nos próximos
dias", disse Netanyahu numa mensagem vídeo.
Acrescentou que os militares
estão agora a destruir a capacidade do Irão de fabricar mísseis balísticos.
Erdogan diz à Arábia Saudita que
Israel de Netanyahu é "ameaça para a região"
O presidente turco alertou esta
tarde para a possibilidade do conflito entre Israel e o Irão se transformar
numa "guerra devastadora".
Reccep Tyyip Erdogan falou com o
príncipr herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, a quem afirmou que o
ataque ao Irão demonstrou que Israel, sob o governo do primeiro-ministro
Benjamin Netanyahu, representa a maior ameaça à estabilidade regional, informou
o gabinete de Erdogan.
Num telefonema, Erdogan disse ao
príncipe herdeiro saudita que Israel precisa de ser travado para reduzir as
tensões e que a disputa nuclear só pode ser resolvida através de
negociações, segundo um comunicado do gabinete de Erdogan.
Uma guerra potencialmente
devastadora pode criar vagas de migração irregular para todos os países da
região, afirmou Erdogan, segundo o comunicado.
Sexta-feira, na sequência dos
ataques supresa de Israel a alvos militares e nucleares iranianos com mais de
200 caças bombardeiros, Istambul reuniu ao mais alto nível, à porta fechada, as
suas chefias políticas, de informação e militares.
No final do encontro, o ministro
dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, emitiu um comunicado no
qual afirmou que Israel devia suspender os ataques imediatamente
e abandonar a sua "estratégia para desestabilizar a região".
Fidan sublinhou que as
negociações nucleares iniciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump,
eram a única forma de resolver o conflito, acrescentando que o país tinha
adotado as medidas necessárias para garantir a segurança regional.
RTP | Imagem: Iranian Red Crescent Society - WANA
via Reuters