Amanhã, cidades de todo o mundo serão palco de manifestações contra as políticas responsáveis pela crise. Da Índia aos Estados Unidos, da Austrália à Europa, a lista é interminável. Mas em Portugal o discurso do primeiro-ministro na noite de quinta feira regou o fogo com gasolina. Os organizadores esperam uma participação reforçada.
Paula Gil, uma das impulsionadoras da manifestação que em 12 de março passado trouxe à rua centenas de milhares de pessoas, referiu à agência Lusa alguns sintomas dessa disponibilidade para participar, sublinhando que o discurso de Passos Coelho "provocou uma reação no Facebook que foi crescente".
A organizadora da manifestação considerou que se criou uma "situação insustentável, de agressão direta às pessoas, em que o Estado se comporta como se o seu primeiro objetivo fosse a proteção dos credores e dos mercados e não a proteção das pessoas". E apelou a que "a maioria das pessoas se junte a nós e venha contribuir com propostas para uma continuidade", lembrando que, "neste momento, não há porque não sair à rua".
A valorização da continuidade a dar ao movimento surge também na prudência com que Paula Gil destaca uma originalidade desta manifestação relativamente à de 12 de março: "Desta vez envolve muitos movimentos e por isso só já é um sucesso". O Manifesto de convocação apresenta, com efeito, a assinatura de três dezenas de organizações.
A organizadora da manifestação considerou que se criou uma "situação insustentável, de agressão direta às pessoas, em que o Estado se comporta como se o seu primeiro objetivo fosse a proteção dos credores e dos mercados e não a proteção das pessoas". E apelou a que "a maioria das pessoas se junte a nós e venha contribuir com propostas para uma continuidade", lembrando que, "neste momento, não há porque não sair à rua".
A valorização da continuidade a dar ao movimento surge também na prudência com que Paula Gil destaca uma originalidade desta manifestação relativamente à de 12 de março: "Desta vez envolve muitos movimentos e por isso só já é um sucesso". O Manifesto de convocação apresenta, com efeito, a assinatura de três dezenas de organizações.
Entre os participantes contam-se além disso nomes destacados da música e da literatura. Os cantores Jorge Palma e José Mário Branco estarão presentes no desfile de Lisboa, que partirá às 15h deo Marquês de Pombal para São Bento. Os escritores Hélia Correia e José Luís Peixoto incluem-se também entre os apoiantes da iniciativa.
O carácter da manifestação apresenta claras indicações de uma reflexão que foi feita de março até hoje, parcialmente em interação com mobilizações mais duradouras e mais politizadas, como a da Puerta del Sol, em Madrid.
À crítica que na altura se dirigira aos organizadores do 12 de março português, por apenas se identificarem como uma "geração à rasca", respondem implicitamente os subscritores do Manifesto ao apresentarem-se como "gerações à rasca" - várias, portanto, diversas nas idades, mas unidas sob o flagelo das mesmas políticas. E também a substituição do epíteto geracional pelo dos "indignados" reflecte uma internacionalização da luta e uma convergência com movimentos afins noutras partes do mundo.
O carácter da manifestação apresenta claras indicações de uma reflexão que foi feita de março até hoje, parcialmente em interação com mobilizações mais duradouras e mais politizadas, como a da Puerta del Sol, em Madrid.
À crítica que na altura se dirigira aos organizadores do 12 de março português, por apenas se identificarem como uma "geração à rasca", respondem implicitamente os subscritores do Manifesto ao apresentarem-se como "gerações à rasca" - várias, portanto, diversas nas idades, mas unidas sob o flagelo das mesmas políticas. E também a substituição do epíteto geracional pelo dos "indignados" reflecte uma internacionalização da luta e uma convergência com movimentos afins noutras partes do mundo.
Num outro aspecto, o carácter das declarações dos organizadores tem vindo a mudar: a amplitude do alvo das suas críticas. Pedro Fortunato, um dos organizadores do desfile previsto para Braga, declara vir "para a rua em protesto contra as políticas de austeridade começadas pelo anterior Governo e que este está a continuar", acrescentando, segundo a mesma Lusa que "assim não se vai a lado nenhum".
Pedro Fortunato afimara também que a dívida "não foi feita pelos cidadãos portugueses" e que "é urgente suspender o pagamento desta dívida".
Pedro Fortunato afimara também que a dívida "não foi feita pelos cidadãos portugueses" e que "é urgente suspender o pagamento desta dívida".
Cidades portuguesas onde se manifestam os "indignados"
Angra do Heroísmo, Barcelos, Braga, Coimbra, Faro, Funchal, Lisboa, Porto, Santarém e Évora.
"Indignados" no mundo
Manifestam-se em 82 países
Em 951 cidades
Algumas das quais:
Na Austrália: Sydney
Na Indonésia; Jacarta,
Na Ásia: Nova Deli, Jerusalém, Tóquio,
Na África: Cairo, Rabat,
Na América do Norte: Nova Iorque, Vancouver, Cidade do México,
Na América do Sul: Buenos Aires, São Paulo,
Na Europa: Lisboa, Londres, Paris, Atenas, Berlim e Roma
*Título com alterações por Página Global
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