AP – Lusa, com foto
Rustenburg, África do Sul, 22 ago (Lusa) - O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, chegou ao princípio da tarde a Marikana, no noroeste do país, para garantir a centenas de mineiros grevistas da mina de platina da Lonmim que o seu executivo os apoia neste momento difícil.
Recebido logo à chegada ao pequeno povoado com vaias e assobios, Zuma, escoltado por um forte dispositivo policial, dirigiu-se de imediato a um local próximo da colina onde, na quinta-feira passada, 34 mineiros morreram e 78 ficaram feridos na sequência de uma carga policial com munições reais que suscitou o repúdio da nação.
Ali, com a torre do elevador central da mina da Lonmin como pano de fundo, o Presidente escutou as queixas dos mineiros, em particular os seus receios face a futuras intervenções policiais e ficou a conhecer a posição coletiva de intransigência no processo de negociação salarial em curso.
Os representantes sindicais de mais de três mil grevistas esclareceram que eles não regressarão ao trabalho enquanto a administração da Lonmim não aceitar a exigência de um salário mensal de 12.500 rands (1.250 euros) para os operadores de máquinas de perfuração e pediram que a empresa respeite os 7 dias de luto nacional decretados pelo Governo antes de tomar decisões relacionadas com o seu futuro.
Inicialmente, a administração da empresa mineira lançou um ultimato aos grevistas que implicava despedimentos coletivos imediatos se eles não regressassem ao trabalho no início da semana, embora tenha posteriormente abandonado essa posição e retomado as negociações com os sindicatos.
O Presidente da República garantiu que o executivo agirá sem contemplações, e no melhor interesse dos mineiros, assim que a comissão de inquérito interministerial que já entrou em funções, bem como a comissão judicial a ser nomeada nos próximos dias, divulgarem as suas conclusões e voltou a "lamentar profundamente" os incidentes que levaram à morte de 34 mineiros no dia 16.
Zuma assegurou que o Governo, através da comissão interministerial, agora baseada em Rustenburg, tudo fará para satisfazer as necessidades imediatas das famílias afetadas, incluindo o pagamento dos funerais das vítimas e o bem-estar das crianças que perderam os pais e das mulheres que perderam os maridos nos confrontos, durante os quais a polícia utilizou munições reais contra os grevistas de Marikana.
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