Macau, China, 01
out (Lusa) - Cerca de 1.900 pessoas manifestaram-se hoje em Macau no dia que se
assinalam os 63 anos da implantação da República Popular da China, indicam os
números da Polícia de Segurança Pública.
Ao final da tarde
em Macau, a PSP disse aos jornalistas que o número de manifestantes, divididos
em vários protestos, era de 1.900 pessoas, que foram acompanhadas por cerca de
150 agentes da polícia, em vários protestos que decorreram sem qualquer
incidente.
Inicialmente, em
estimativas feitas pelos jornalistas que acompanharam os protestos, o número de
manifestantes oscilava entre os 700 e os mil, em diversas ações para exigir
mais apoios sociais do Governo ou para reivindicar a soberania das ilhas Diaoyu
criticando a posse do arquipélago pelo Japão.
Em protestos que
decorreram de forma pacífica, os diversos grupos foram desfilando por algumas
das principais ruas da cidade e gritando palavras de ordem de acordo com o
objetivo que dedicaram ao protesto.
Os primeiros a
chegar ao Palácio da Praia Grande, a sede do Governo, integravam a manifestação
da Associação dos Direitos e Benefícios dos Moradores das Ilhas de Macau que
contestaram a cedência de terrenos da zona a promotores imobiliários para
desenvolvimento e garantiram querer apenas proteger as características do local
e defender as ilhas de novas construções.
"Eles não
estão a lutar contra o país. Só pretendem negociar com o Governo o mesmo que os
promotores conseguiram. A terra fica com o Governo, mas este, de acordo com o
planeamento urbano, arrenda-lhes a terra para que a comunidade possa voltar a
utilizá-la como sempre fez", explicou o deputado Ng Kuok Cheong, que se
juntou ao protesto.
Ao longo da tarde,
outros grupos surgiram na sede do Governo com várias reivindicações como a
atribuição de casas a todos os jovens, apelo à reunião familiar com os filhos
que se encontram no continente chinês - maioritariamente adultos e já com
família - aumento da comparticipação pecuniária para 10.000 patacas (cerca de
mil euros) ou atribuição de residências sociais e económicas apenas para
naturais de Macau.
A fechar as
manifestações estava um grupo de cerca de 30 pessoas em defesa da soberania
chinesa sobre o arquipélago das Diaoyu, ou Senkaku para os japoneses, com
alguns dos intervenientes a empunhar cartazes com a foto da bandeira do Japão
suja com um desenho de excrementos ou a fotografia do chefe do Governo de
Tóquio com uma cruz por cima.
Ao som do hino
chinês, os manifestantes gritaram palavras de ordem a favor da República
Popular e contra aquilo que descrevem como a "ocupação japonesa" de
ilhas que consideram ser da China.
Ao longo da tarde,
em protestos mais ou menos organizados, foram seis as associações que saíram à
rua e um grupo de três cidadãos que solicitou também autorização de forma
autónoma e sem qualquer vínculo associativo.
Junto às Ruínas de
São Paulo, o ex-líbris do Turismo de Macau, o Dia Nacional da China era
assinalado de forma festiva com diversas associações culturais e recreativas,
como a Casa de Portugal, a exibirem algumas coreografias que animaram
residentes e turistas.
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