terça-feira, 2 de outubro de 2012

Perto de 2.000 pessoas nas manifestações do Dia Nacional da China em Macau - Polícia


JCS – VM - Lusa

Macau, China, 01 out (Lusa) - Cerca de 1.900 pessoas manifestaram-se hoje em Macau no dia que se assinalam os 63 anos da implantação da República Popular da China, indicam os números da Polícia de Segurança Pública.

Ao final da tarde em Macau, a PSP disse aos jornalistas que o número de manifestantes, divididos em vários protestos, era de 1.900 pessoas, que foram acompanhadas por cerca de 150 agentes da polícia, em vários protestos que decorreram sem qualquer incidente.

Inicialmente, em estimativas feitas pelos jornalistas que acompanharam os protestos, o número de manifestantes oscilava entre os 700 e os mil, em diversas ações para exigir mais apoios sociais do Governo ou para reivindicar a soberania das ilhas Diaoyu criticando a posse do arquipélago pelo Japão.

Em protestos que decorreram de forma pacífica, os diversos grupos foram desfilando por algumas das principais ruas da cidade e gritando palavras de ordem de acordo com o objetivo que dedicaram ao protesto.

Os primeiros a chegar ao Palácio da Praia Grande, a sede do Governo, integravam a manifestação da Associação dos Direitos e Benefícios dos Moradores das Ilhas de Macau que contestaram a cedência de terrenos da zona a promotores imobiliários para desenvolvimento e garantiram querer apenas proteger as características do local e defender as ilhas de novas construções.

"Eles não estão a lutar contra o país. Só pretendem negociar com o Governo o mesmo que os promotores conseguiram. A terra fica com o Governo, mas este, de acordo com o planeamento urbano, arrenda-lhes a terra para que a comunidade possa voltar a utilizá-la como sempre fez", explicou o deputado Ng Kuok Cheong, que se juntou ao protesto.

Ao longo da tarde, outros grupos surgiram na sede do Governo com várias reivindicações como a atribuição de casas a todos os jovens, apelo à reunião familiar com os filhos que se encontram no continente chinês - maioritariamente adultos e já com família - aumento da comparticipação pecuniária para 10.000 patacas (cerca de mil euros) ou atribuição de residências sociais e económicas apenas para naturais de Macau.

A fechar as manifestações estava um grupo de cerca de 30 pessoas em defesa da soberania chinesa sobre o arquipélago das Diaoyu, ou Senkaku para os japoneses, com alguns dos intervenientes a empunhar cartazes com a foto da bandeira do Japão suja com um desenho de excrementos ou a fotografia do chefe do Governo de Tóquio com uma cruz por cima.

Ao som do hino chinês, os manifestantes gritaram palavras de ordem a favor da República Popular e contra aquilo que descrevem como a "ocupação japonesa" de ilhas que consideram ser da China.

Ao longo da tarde, em protestos mais ou menos organizados, foram seis as associações que saíram à rua e um grupo de três cidadãos que solicitou também autorização de forma autónoma e sem qualquer vínculo associativo.

Junto às Ruínas de São Paulo, o ex-líbris do Turismo de Macau, o Dia Nacional da China era assinalado de forma festiva com diversas associações culturais e recreativas, como a Casa de Portugal, a exibirem algumas coreografias que animaram residentes e turistas.

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