MYB – GC - Lusa
São Tomé, 28 abr
(Lusa) - A governadora do Banco Central de São Tomé e Príncipe (BC), Maria do
Carmo Silveira disse que o peso da divida externa "constitui um obstáculo
para o programa de desenvolvimento" do seu país.
"É uma
situação que eu considero preocupante e que deve preocupar todos os dirigentes
são-tomenses. Porque o peso da divida é realmente um obstáculo para o
desenvolvimento do país", disse Maria do Carmo Silveira.
O mais preocupante
é que a tendência, segundo a governadora do banco central é de cada vez mais
endividamento e as alternativas são poucas.
"O país não
produz o suficiente para suportar as suas despesas e naturalmente que o recurso
ao endividamento externo tem sido uma medida corrente", explicou a governadora
do banco central são-tomense.
Em entrevista
sábado a televisão publica (TVS), Maria do Carmo Silveira fala no crescimento,
nos últimos anos da divida externa de São Tomé e Príncipe, reconhece que não há
outra alternativa senão endividar-se, mas defende que é necessário encontrar-se
"estratégias" para esse endividamento.
"O que temos
que fazer necessariamente é adotar uma estratégia de endividamento. Isso quer
dizer que, se no passado nós endividávamos para pagar salários, os recursos
provenientes da divida externa têm que ser utilizados para potenciar o
crescimento do setor produtivo para que possa gerar rendimentos futuros para
poder permitir que nós paguemos essa divida", defendeu a governadora.
São Tome e Príncipe
tinha uma divida externa de 380 milhões de dólares. Em 2007, mais de 200
milhões de dólares desta divida foi perdoada pelo Banco Mundial no âmbito
multilateral. Outros cerca de 80 milhões foram perdoados a nível bilateral.
Cinco anos depois o
ritmo de crescimento "foi galopante", segundo a dirigente e
atualmente a dívida representa cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB).
A maior parte da
riqueza produzida é consumida pelo serviço da divida, uma situação que a
governadora do BC considera de "insustentável".
Maria do Carmo
Silveira sublinhou que a economia nacional não tem o nível de liquidez que
permita aos bancos assumir o seu financiamento.
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