Presidente
sul-coreana ordenou a Exército do país que responda com rapidez e determinação,
sem considerações de ordem política. EUA enviam mais caças à região e suspeitam
que norte-coreanos tenham bomba de urânio.
A presidente da
Coreia do Sul, Park Guen-hye, disse nesta segunda-feira (01/04) que qualquer
provocação dos norte-coreanos vai desencadear uma retaliação imediata de Seul.
As duras palavras vêm em resposta às recentes ameaças de Pyongyang e a
declaração de que estaria em "estado de guerra" com o país vizinho.
De acordo com a
agência de notícias Yonhap, Park ordenou ao Exército sul-coreano que responda
com rapidez e determinação às provocações "sem nenhuma consideração de
ordem política" e, assim, marca um novo acirramento da já elevada tensão
militar entre os dois países.
Park assegurou que
"leva a sério" as últimas ameaças do país vizinho. "Vou confiar
no juízo militar perante as repentinas e surpreendentes provocações da Coreia
do Norte [...]. Por favor, cumpram com seu dever de salvaguardar a segurança do
povo, sem se distrair nem por um instante", disse a presidente em
conferência no Ministério da Defesa em Seul.
EUA envia jatos
para a região
Nesse processo de
escalada – pelo menos até agora só retórica –, os Estados Unidos enviaram caças
de combate F-22 à península coreana com o objetivo de realizar novas manobras
conjuntas com os sul-coreanos, informou a edição online doWall Street Journal.
Cerca de 10 mil militares sul-coreanos e 3.500 norte-americanos realizam os
exercícios militares conjuntos.
O jornal qualificou
ainda a medida como outro passo de Washington para demonstrar sua capacidade
militar aos norte-coreanos. Na semana passada, o país havia enviado para os
exercícios militares dois bombardeiros B-52, com capacidade de transportar
ogivas nucleares.
Pyongyang invalidou
unilateralmente o tratado de não agressão entre os dois países – que em 1953
colocou fim à Guerra da Coreia – e cortou a linha de comunicação direta com o
Sul. Neste sábado, o país também se declarou em "estado de guerra"
com o Sul, em resposta ao que denominou "exercícios militares hostis"
da Coreia do Sul e Estados Unidos.
Preocupação com
cooperação iraniana
O jornal
norte-americano Washington Postdivulgou nesta segunda-feira que
autoridades norte-americanas e especialistas independentes desconfiam que a Coreia
do Norte tenha "dado passos incomuns" para ocultar detalhes dos
testes nucleares realizados no dia 12 de fevereiro.
Há a suspeita que o
país tenha utilizado uma bomba de urânio altamente enriquecido. De acordo com
análises recolhidas em 12 de fevereiro, os efeitos da explosão foram
"notavelmente bem contidos" e poucos traços radioativos detectáveis
foram lançados na atmosfera.
As autoridades norte-americanas
se anteciparam ao teste e o monitoraram "de perto" para descobrir
pistas que possam levar à composição da bomba, a terceira detonada pela Coreia
do Norte desde 2006.
Um teste
bem-sucedido com uma bomba de urânio confirmaria que Pyongyang obteve uma
"segunda via" para construção de armas nucleares, usando sua
abundante oferta de urânio natural e sua nova tecnologia de enriquecimento –
aumentando as preocupações de um aprofundamento da cooperação entre o regime
norte-coreano e o Irã.
FC/ap/afp/dpa/rtr
Sem comentários:
Enviar um comentário