MB – APN - Lusa
Bissau, 03 mai
(Lusa) - O secretário de Estado da Comunicação Social do Governo de transição
na Guiné-Bissau, Rogério Dias, negou hoje que haja censura ou limitação de
liberdade de imprensa ou de expressão no país, como alega o sindicato dos
jornalistas.
Falando na abertura
de uma jornada por ocasião do Dia da Liberdade de Imprensa, que se assinala
hoje, organizada pelo Sinjotecs (Sindicato de Jornalistas e Técnicos da
Comunicação Social), o governante rejeitou categoricamente as apreciações
feitas pelo presidente do sindicato, Mamadu Candé.
De acordo com
Candé, é negro o quadro da situação de liberdade de expressão e de imprensa na
Guiné-Bissau, sobretudo a partir do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, com
os jornalistas a serem ameaçados e censurados nas suas atividades.
"Estamos
convictos de que nem as ameaças, nem as perseguições nos farão virar as costas
à nossa nobre missão de informar e formar sempre pautando pelo respeito
escrupuloso dos princípios éticos e deontológicos que regem a nossa profissão",
afirmou o presidente do Sinjotecs.
O secretário de
Estado da Comunicação Social negou estas alegações de Mamadu Candé,
considerando mesmo que há mais liberdade de expressão na Guiné-Bissau desde o
golpe de Estado.
"Vendo as
múltiplas abordagens feitas à situação do país, as formas como os profissionais
de comunicação social têm tratado os assuntos da nossa sociedade, chegaremos
facilmente a conclusão de que, de facto, não tem faltado a liberdade de
imprensa no nosso país", defendeu Rogério Dias.
"Tem havido,
ao longo desse tempo, uma ou outra situação que não tem abonado para a
plenitude da liberdade de imprensa, refiro-me a um estágio de vivência máxima
de liberdade de imprensa, mas é utópico acreditar que a liberdade de imprensa
deve ser exercida a cem por cento", sustentou Dias.
"Nós não
conhecemos uma sociedade onde a liberdade de imprensa é vivida a cem por
cento", acrescentou ainda o governante, reforçando que os profissionais de
comunicação social "podem exercer a liberdade de imprensa desde que esse
exercício não colida com os valores fundamentais da sociedade".
Para Rogério Dias,
a liberdade de imprensa não pode pôr em causa a unidade nacional, a soberania,
a paz e a estabilidade do país. "O regime saído do golpe de Estado é pela
abertura à liberdade de imprensa", notou Rogério Dias.
Sem comentários:
Enviar um comentário