Dezenas de milhares
vão às ruas de vários países em manifestações contra políticas adotadas na
União Europeia diante da crise. No Vaticano, Papa cita desempregados do
continente e critica falta de "justiça social".
O 1º de Maio foi
marcado por protestos na Europa, grande parte por insatisfação em relação às
medidas adotas para enfrentar a crise no continente. Houve manifestações em
Portugal, Espanha, França, Alemanha e Grécia – neste último país combinada com
uma greve geral.
A greve geral,
programada para durar 24 horas, é a segunda deste ano na Grécia, onde o feriado
do Dia do Trabalho foi transferido para a próxima semana por coincidir com a
Páscoa ortodoxa. Nesta quarta-feira, hospitais operaram apenas com funcionários
de emergência, o transporte público foi severamente afetado e órgãos oficiais
permaneceram fechados. Os dois maiores sindicatos do país são contra as medidas
de arrocho adotada pelo governo, em especial a que prevê o corte de mais de 15
mil empregos no setor público até o fim de 2014.
Na Espanha,
sindicatos convocaram protestos em mais de 80 cidades. Na França, além das
manifestações das uniões trabalhistas, o bloco de extrema direita Frente
Nacional, de Marine Le Pen, realizou uma marcha no centro de Paris. "O
país está afundando em uma política de austeridade sem fim", disse Le Pen
durante o protesto.
Protesto também em
Bangladesh
Na Alemanha,
estima-se que centenas de milhares de pessoas tenham ido às ruas de várias
cidades nesta quarta-feira em protestos convocados por sindicatos.
"O grande
número de participantes envia um sinal claro neste ano eleitoral: este
continente não pode ser destruído pela austeridade. Quem quer salvar a Europa
deve começar do zero economicamente e estabilizar o Estado social", disse
em Berlim Michael Sommer, presidente da Federação de Sindicatos Alemães (DGB).
A crise econômica
foi assunto também da mensagem de 1º de Maio do Papa Francisco. "Eu penso
nas dificuldades que, em vários países, afetam hoje o mundo do trabalho e dos
negócios", disse o Pontífice aos fiéis na Praça de São Pedro. "Penso
em quantas pessoas, e não apenas jovens, estão desempregadas, muitas vezes
devido a uma concepção puramente econômica de sociedade, que busca o lucro
individual à margem dos parâmetros de justiça social."
As manifestações de
1º de Maio aconteceram em geral de forma pacífica na Europa. A exceção foi em
Istambul, onde um protesto terminou em confronto entre manifestantes e
policiais. Dezenas de pessoas ficaram feridas e mais de 70 foram detidas.
Também houve
manifestações na Ásia. Em Bangladesh, milhares de trabalhadores saíram às ruas
para voltar a exigir pena de morte para os proprietários das fábricas de
confecção do prédio que ruiu, há uma semana, causando mais de 400 mortes.
RPR/ afp/ ap/ rtr
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