sábado, 8 de junho de 2013

Gaspar: A CULPA FOI DA CHUVA

 

Ferreira Fernandes – Diário de Notícias, opinião
 
Olha, choveu no inverno! Como é que vocês queriam que este ministro das Finanças, este, que falha todas as previsões, mesmo as previsíveis, pudesse adivinhar coisa tão insólita, como o mau tempo em janeiro, fevereiro e março?! Atenção, o nosso Vítor Anthímio Gaspar não disse - ele nunca diz coisas simples - "a chuva tramou-nos", não. Ele disse, ontem, no Parlamento: "(...) sendo no entanto que o investimento no primeiro trimestre deste ano é adversamente afetado pelas condições meteorológicas nos primeiros três meses do ano." Mas a mensagem passou: a chuva tramou-nos. Foi interessante ver o rei da falta de precipitação a queixar-se do excesso dela. Não tivemos, pois, investimentos na eira, mas tivemos chuva no nabal em que o País se tornou. Então, aquele que aceita tudo que a manda-chuva Angela manda, revoltou-se ontem contra a Santa Bárbara que não se lembrou de nós quando troveja. A vingança será terrível, vão ver: os Serviços Meteorológicos que fecham, as altas pressões dos Açores cortadas a metade, os guarda-chuvas taxados com IVA de 35 por cento... Era de esperar que um tipo que fala de forma tão pausada fosse anticiclone. E como se confirmou que em abril águas mil e agora nos surpreendemos com um junho molhado, o diagnóstico do segundo trimestre já está feito: o País gripou e nós, engripados. Feliz só o Gaspar, com desculpa para todo o ano. E seguindo, sereno, a mesma e inflexível linha: "Meter água aqui, só eu!"
 

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