Paulo Portas,
vice-primeiro-ministro do Governo Português, inicia na segunda-feira uma
importante visita à Rússia com vista a dar um novo impulso às relações
económicas e políticas luso-russas.
Tendo a
seu cargo a coordenação económica do Governo Português, Portas irá acompanhado
de uma importante comitiva empresarial: cerca de 50 representantes de homens de
negócios de vários ramos do comércio e da indústria.
Esta
visita ocorre num momento em que as exportações portuguesas para o mercado
russo aumentam a bom ritmo. No terceiro trimestre deste ano, elas sofreram um
aumento de 50% em comparação com o período homólogo do ano passado. No
fundamental, essa subida deve-se ao aumento de exportações para a Rússia de
produtos tradicionais portugueses como o vinho e o azeite, mas também se
regista um crescimento na venda de calçado, têxteis, maquinaria portuguesa no
mercado russo.
O número
de turistas russos que visita Portugal deverá, este ano, registar também um
aumento de 30% a 40% em comparação com 2012, quando Portugal recebeu mais de
100 mil russos.
Quanto
às exportações russas para Portugal, elas reduzem-se, fundamentalmente, aos
combustíveis, principalmente ao petróleo.
Em todos
estes campos, há um longo caminho a percorrer (as exportações portuguesas para
o mercado russo são apenas de 200 milhões de euros anuais e a Rússia ocupa agora
o 22º lugar no destino das exportações portuguesas), mas resultados reais só
aparecerão se forem desenvolvidos esforços constantes e as visitas oficiais
deixarem de se reduzir a pomposos encontros, corridas na Praça Vermelha ou
estadias no Kremlin. Até agora, o desenvolvimento das relações económicas
bilaterais parece dever-se mais aos esforços de homens de negócios portugueses
e russos do que à ação das autoridades oficiais.
Neste
momento em que Portugal atravessa uma grave crise económica, seria importante
que o Governo de Lisboa e os empresários portugueses levassem consigo propostas
concretas interessantes para atrair o investimento russo.
Atualmente,
os investimentos russos limitam-se praticamente ao sector do turismo, mais
precisamente à aquisição de hotéis na região de Lisboa e na Madeira, bem como à
obtenção de Autorização de Residência para a Atividade de Investimento (ARI).
Segundo números oficiais, dos 318 estrangeiros que receberam o ARI, 15 são
russos.
Este
número tenderá a aumentar tendo em conta o número de russos que já falam ou que
estudam a língua de Camões. Este é um dos “filões” que as autoridades lusas não
souberam ainda explorar na Rússia.
Por
isso, é urgente alargar o leque de propostas de investimento ao capital russo
sem qualquer tipo de complexos. Nesse sentido, o processo de privatização dos
Estaleiros de Viana do Castelo, em que empresas ligadas ao magnata russo Andrei
Kissilov foram afastadas duas vezes do concurso de forma pouco transparente,
não é um bom sinal para os investidores.
Porém,
esperemos que este exemplo vá de encontro ao provérbio russo que diz que “a
primeira panqueca sai sempre mal” e que os capitais russos sejam bem-vindos a
Portugal.
No campo
político, espera-se um incentivo de contatos ao mais alto nível. Por exemplo,
ainda não se concretizou uma visita oficial a Portugal dos atuais presidente e
primeiro-ministro russo, respetivamente Vladimir Putin e Dmitri Medvedev.
José Milhazes – Voz da
Rússia – foto EPA
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