terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Moçambique: RENAMO TEM DE RETOMAR O DIÁLOGO - Gabriel Muthisse

 


A Renamo tem de estar em sede do diálogo político com o Governo, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, para se definirem os termos de referência dos observadores nacionais.
 
Esta posição foi ontem reafirmada pelo Ministro dos Transportes e Comunicação, Gabriel Muthisse, substituto do chefe da delegação governamental às conversações com a “perdiz”.
 
Falando a jornalistas, Gabriel Muthisse afirmou que o Governo, dentro da sua responsabilidade de manter a paz e estabilidade no país, tem estado sempre disponível para dialogar com a Renamo, pois acredita que através do diálogo e discussão de todos os assuntos que preocupam os moçambicanos é possível aprofundar a democracia e a unidade nacional.
 
Semana passada, disse, o Governo reiterou a sua disponibilidade para o diálogo, enviando a necessária correspondência à Renamo, na qual informava que estava aberto às conversações no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano.
 
“Foi nesse espírito que vimos para aqui. Era nossa convicção que depois das festas poderíamos começar o ano de 2014 com uma nova perspectiva, em que todos nós, Governo, Renamo e todas as outras forças políticas do nosso país pudéssemos iniciar um diálogo cada vez mais aprofundado sobre todas as questões que preocupam o nosso povo. Infelizmente a Renamo voltou a pautar pela ausência”, disse.
 
Gabriel Muthisse afirmou que mesmo com a ausência da Renamo o Governo continua aberto ao diálogo. Disse que o Presidente da República, Armando Guebuza, continua disponível a se encontrar com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na capital do país, para discutir as questões que preocupam os moçambicanos.
 
Explicou que o Governo tem estado a dizer à Renamo que as questões que coloca devem ser aprofundadas na mesa do diálogo.
 
“A Renamo tem estado a falar de observadores, facilitadores e de mediadores. O Governo deu passos muito positivos no sentido de fazer ver à Renamo que estaria disponível para aceitar a presença de observadores nacionais no diálogo. O papel desses observadores não pode ser estabelecido por carta. O Governo e a Renamo têm que sentar na mesa do diálogo e discutir o que é que esses observadores vão fazer, quais são os seus termos de referência, mas a Renamo sistematicamente se furta a essa discussão”, declarou.
 
Segundo Gabriel Muthisse, o Governo acredita que o bom senso está no coração e na mente dos moçambicanos. “O Governo e a Renamo devem, eles sozinhos, estabelecer os parâmetros essenciais do diálogo. Se nós concordamos naquilo que são os parâmetros do diálogo, com observadores ou sem observadores, o Governo e a Renamo podem alcançar concórdia nas questões que estão a debater”, disse, reafirmando que o Governo manifesta a sua permanente disponibilidade para dialogar para que em nenhuma parte do país haja moçambicanos a disparar e a morrer.
 
Refira-se que o principal ponto de discórdia no diálogo entre o Governo e a Renamo é a Lei Eleitoral. O maior partido da oposição pretende que a composição dos órgãos eleitorais, nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, seja feita com base na paridade.
 
Entretanto, ainda ontem o chefe da delegação da Renamo ao diálogo com o Governo, Saimone Macuiane, reiterou que as conversações só serão retomadas com a presença de observadores nacionais e mediadores internacionais.
 
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