A Renamo tem de
estar em sede do diálogo político com o Governo, no Centro Internacional de
Conferências Joaquim Chissano, para se definirem os termos de referência dos
observadores nacionais.
Esta posição foi
ontem reafirmada pelo Ministro dos Transportes e Comunicação, Gabriel Muthisse,
substituto do chefe da delegação governamental às conversações com a “perdiz”.
Falando a
jornalistas, Gabriel Muthisse afirmou que o Governo, dentro da sua responsabilidade
de manter a paz e estabilidade no país, tem estado sempre disponível para
dialogar com a Renamo, pois acredita que através do diálogo e discussão de
todos os assuntos que preocupam os moçambicanos é possível aprofundar a
democracia e a unidade nacional.
Semana passada,
disse, o Governo reiterou a sua disponibilidade para o diálogo, enviando a
necessária correspondência à Renamo, na qual informava que estava aberto às
conversações no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano.
“Foi nesse espírito
que vimos para aqui. Era nossa convicção que depois das festas poderíamos
começar o ano de 2014 com uma nova perspectiva, em que todos nós, Governo,
Renamo e todas as outras forças políticas do nosso país pudéssemos iniciar um
diálogo cada vez mais aprofundado sobre todas as questões que preocupam o nosso
povo. Infelizmente a Renamo voltou a pautar pela ausência”, disse.
Gabriel Muthisse
afirmou que mesmo com a ausência da Renamo o Governo continua aberto ao
diálogo. Disse que o Presidente da República, Armando Guebuza, continua
disponível a se encontrar com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na capital do
país, para discutir as questões que preocupam os moçambicanos.
Explicou que o
Governo tem estado a dizer à Renamo que as questões que coloca devem ser
aprofundadas na mesa do diálogo.
“A Renamo tem
estado a falar de observadores, facilitadores e de mediadores. O Governo deu
passos muito positivos no sentido de fazer ver à Renamo que estaria disponível
para aceitar a presença de observadores nacionais no diálogo. O papel desses
observadores não pode ser estabelecido por carta. O Governo e a Renamo têm que
sentar na mesa do diálogo e discutir o que é que esses observadores vão fazer,
quais são os seus termos de referência, mas a Renamo sistematicamente se furta
a essa discussão”, declarou.
Segundo Gabriel
Muthisse, o Governo acredita que o bom senso está no coração e na mente dos
moçambicanos. “O Governo e a Renamo devem, eles sozinhos, estabelecer os
parâmetros essenciais do diálogo. Se nós concordamos naquilo que são os
parâmetros do diálogo, com observadores ou sem observadores, o Governo e a
Renamo podem alcançar concórdia nas questões que estão a debater”, disse,
reafirmando que o Governo manifesta a sua permanente disponibilidade para dialogar
para que em nenhuma parte do país haja moçambicanos a disparar e a morrer.
Refira-se que o
principal ponto de discórdia no diálogo entre o Governo e a Renamo é a Lei
Eleitoral. O maior partido da oposição pretende que a composição dos órgãos
eleitorais, nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições e o Secretariado
Técnico de Administração Eleitoral, seja feita com base na paridade.
Entretanto, ainda
ontem o chefe da delegação da Renamo ao diálogo com o Governo, Saimone
Macuiane, reiterou que as conversações só serão retomadas com a presença de
observadores nacionais e mediadores internacionais.
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