A UNITA espera que
Alemanha seja um parceiro de Angola sobretudo nos capítulos da boa governação e
dos direitos humanos. Os pronunciamentos foram feitos ao chefe da diplomacia
alemã.
O ministro dos
Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, manteve um encontro
privado, nesta quarta-feira (26.03), com a direção do maior partido da oposição
angolana, a UNITA.
O encontro
enquadrou-se na visita que o chefe da diplomacia alemã efetuou à Angola, depois
de ter visitado outros dois países africanos, nomeadamente a Etiópia e a
Tanzânia.
À saída do encontro, o vice-presidente da bancada parlamentar da UNITA,
Adalberto da Costa Jr, elogiou a abertura do chefe da diplomacia alemã, que a
semelhança da chanceler Angela Merkel, quando da sua visita em julho de 2011,
alargou a sua agenda para os partidos da oposição e sociedade civil.
Os pronunciamentos
da UNITA foram feitas após o encontro entre o chefe da diplomacia alemã no
âmbito da visita que Frank-Walter Steinmeier efetou aquele país africano -
considerado o terceiro mais importante parceiro económico da Alemanha na África
sub-saariana.
Governo angolano
faz barreiras
Adalberto da Costa
Jr, entretanto, lembra que nem sempre estes encontros são possiveis: "O
Governo e o seu partido de suporte infelizmente, muitas vezes, limita a
oportunidade destes contactos, saindo a propaganda em contraste com a realidade
do próprio país."
Por isso o membro
da UNITA exaltou esta abertura do ministro alemão. "Para além de falar com
os partidos políticos, [Steinmeier] foi mais longe. Falou com
organizações da sociedade civil, o que lhe permite sair daqui com um quadro
bastante mais completo. Fundamentalmente, ele deixa um exemplo de pluralismo -
de que em sociedades modernas a participação é plural, é de todos."
Entre outras
matérias, a UNITA deu a conhecer ao ministro dos Negócios Estrangeiros da
Alemanha o seu ponto de vista sobre questões ligadas à estabilidade política, a
boa governação e a situação sócio-económica de Angola.
Por isso, o
dirigente da UNITA, Adalberto da Costa Jr., espera que a Alemanha venha a ser
um parceiro de Angola não apenas na cooperação económica, mas, sobretudo, no
capítulo dos direitos humanos.
UNITA quer mais do
que cooperação económica
O líder da bancada
parlamentar do maior partido da oposição angolana sugere que a Alemanha ajude a
ampliar a liberdade dentro do Parlamento. "O local, por essência, que
representa os povos é a Assembleia Nacional. Gostariamos de ver [esta
questão] ultrapassada através de parcerias dinámicas e corajosas, que
ajudassem a fazer entender as instituições angolanas que não estão no bom
caminho."
Para Adalberto da
Costa Jr., em um país como a Alemanha, por exemplo, seria um escândalo e
inadimissível "limitar os inquéritos parlamentares e a possibilidade de se
chamar um ministro, não publicar as contas públicas, ter empresas protegidas -
como a Sonangol que ninguém sabe quais são os valores reais das movimentações económicas.
Estas matérias não são menos importantes."
Ele recorda ainda que a relação entre os membros do seu partido e a Alemanha
não é recente. "A UNITA tem quadros que conhecem muito bem a Alemanha e
que fizeram muito do seu tempo de trabalho no país, como é o caso do
vice-presidente [do partido]."
O membro da UNITA
sublinhou a cooperação estreita entre seu partido e as instituições alemães,
tendo acrescentado que o encontro com o ministro alemão serviu para aprofundar
as relações. "As relações com as fundações e partidos alemães é muito
grande. A UNITA integra à Internacional Democrata Centrista (IDC), de que o
atual partido que está no poder na Alemanha faz parte. Portanto, temos relações
que vem no plano dos partidos, no plano das instituições, complementares."
Deutsche Welle - Autoria Nelson
Sul D'Angola (Benguela) - Edição Nádia Issufo / Marcio Pessôa
Na foto: Chefe da
diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, durante o seu périplo por alguns
países africanos
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