terça-feira, 4 de março de 2014

PARLAMENTO TIMORENSE APROVA RESOLUÇÃO CONTRA TENTATIVAS DE INSTABILIDADE




Díli, 03 mar (Lusa) - O parlamento de Timor-Leste aprovou hoje por unanimidade uma resolução que condena aquilo que considera serem tentativas de instabilidade e ameaças ao Estado protagonizadas pelo Conselho de Revolução do Povo Maubere, liderado pelo antigo comandante da guerrilha Mauk Moruk.

A resolução foi aprovada durante um debate de urgência com a presença do primeiro-ministro e ministro da Defesa e Segurança de Timor-Leste, Xanana Gusmão.

Na resolução, os deputados afirmam que têm acompanhado, "com preocupação, as movimentações de grupos ilegais, nomeadamente do autointitulado Conselho da Revolução do Povo Maubere, do CPD-RDTL (Conselho Popular Democrático da República Democrática de Timor-Leste), entre outros, que têm vindo a público através dos meios de comunicação social fazer exigências de cariz político ao Presidente da República para suspender a Constituição, demitir o Governo e dissolver o parlamento".

No documento, os deputados "condenam veementes as ameaças de atentado contra os órgãos de soberania e de subversão da ordem democrática" e exortam aqueles grupos a "cessarem imediatamente a prática de atos atentatórios da lei, causadores de um clima de insegurança entre as populações".

Os deputados exigem também aos órgãos de soberania para tomarem, no âmbito das suas competências, "medidas urgentes que a Constituição e as leis preveem para situações de cometimento de crimes por forma a devolver aos cidadãos as necessárias segurança e tranquilidade".

O parlamento timorense apela aos cidadãos para se manterem "serenos e tranquilos" e cooperarem com as autoridades na construção de um Timor-Leste "desenvolvido e democrático".

No passado mês de novembro, o Governo timorense organizou um debate para esclarecer a população, mas o antigo comandante da guerrilha timorense Mauk Moruk (Paulino Gama) não compareceu.

Mauk Moruk é o antigo primeiro comandante das Brigadas Vermelhas das FALINTIL, que abandonou a guerrilha em 1984 e se rendeu aos indonésios. Já na Indonésia, juntou-se às forças armadas daquele país.

Mauk Moruk, que esteve fora do país vários anos, regressou a Timor-Leste em outubro e criou um Conselho de Revolução, que exige a dissolução do parlamento, a demissão do Governo, a convocação de eleições, a entrada em vigor da Constituição de 1975 e a alteração para um regime presidencialista no país.

No final da sessão, a agência Lusa tentou obter uma reação do primeiro-ministro timorense à decisão do parlamento, mas não foram feitas declarações.

MSE // PMC - Lusa

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