O primeiro-ministro
cabo-verdiano afirmou hoje esperar que a cimeira oeste-africana, que hoje
começa na Costa do Marfim, possa contribuir "fortemente", com um
"tratamento especial", para ajudar a debelar as vulnerabilidades
subjacentes à insularidade do país.
Em declarações à
Rádio de Cabo Verde (RCV), que acompanha em Yamoussoukro os trabalhos da 44.ª
sessão ordinária da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), José Maria Neves disse que,
na intervenção que hoje fará, dará conta das especificidades do arquipélago e
da forte aposta de Cabo Verde na integração regional.
"Espero um
apoio mais forte de todas as instituições da CEDEAO para que Cabo Verde possa
ter condições de integração plena nesse espaço", disse o primeiro-ministro
cabo-verdiano, que hoje completa 54 anos e que está à frente dos sucessivos
governos do país desde 2001.
"Estando nós
longe, tendo nós muitas vulnerabilidades, sobretudo económicas e ambientais,
teremos de contar com um forte contributo das instituições da CEDEAO para que
Cabo Verde possa fazer face à sua vulnerabilidade e aos custos da periferia e
da insularidade. A melhor prenda que poderia dar-nos é garantir-nos um forte
apoio para que Cabo Verde tenha sucesso e possa fazer face aos desafios",
afirmou.
Segundo José Maria
Neves, na intervenção que fará na cimeira, cujos trabalhos se prolongam até
sábado, vai precisamente falar sobre as "especificidades" de Cabo
Verde, que tem uma "forte intenção" de se inserir competitivamente no
espaço da CEDEAO, onde já conta com o apoio do Senegal e Costa do Marfim.
"Sendo o único
país arquipélago da região, precisa de um tratamento especial no quadro da
CEDEAO, um apoio mais forte, para garantir a plena integração no espaço
regional, designadamente as ligações aéreas e marítimas e também a
infraestruturação. Os grandes projetos de infraestruturação são para o
continente e Cabo Verde fica um pouco de fora desses pacotes e investimentos
nas infraestruturas", sublinhou.
A cimeira começa
hoje com a análise do relatório da Comissão da CEDEAO, em que o enfoque está
nas negociações do Acordo de Parceria Económica (APE) com a União Europeia
(UE), já concluídas, mas que aguardam aprovação a nível político.
O APE visa reforçar
as economias da África Ocidental, alargando a gama de bens produzidos e
exportados e reforçando as trocas comerciais inter-regionais entre o Benim,
Burquina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri,
Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Togo e
Mauritânia (que abandonou a CEDEAO há quase uma década).
Em Yamoussoukro,
serão analisadas as primeiras conclusões para acelerar a assinatura do APE, bem
como as situações político-militar no Mali e eleitoral na Guiné-Bissau, cujas
eleições gerais - presidenciais e legislativas - estão marcadas para 13 de
abril, bem como a eleição do novo presidente rotativo da organização
sub-regional.
JSD // VM - Lusa
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