sexta-feira, 21 de março de 2014

Portugal: PS LIDERA SONDAGEM DAS EUROPEIA




Socialistas aparecem cinco pontos à frente da coligação. CDU alcança três eurodeputados, Bloco perde dois.

Martim Silva - Expresso

A primeira sondagem sobre as eleições europeias, que Cavaco Silva marcou oficialmente esta semana para o 25 de maio, apresenta resultados que podem ser lidos como aquele copo com água: uns dirão que o copo está meio cheio, outros que se apresenta meio vazio.

De acordo com a sondagem da Eurosondagem para o Expresso e para a SIC, o PS lidera a sondagem e parece perto de uma vitória eleitoral, com um avanço de quase cinco pontos percentuais sobre a coligação PSD/CDS.

Mas os partidos da maioria estão muito longe de uma derrota esmagadora que podia ser expectável depois de três anos a governar com o memorando da troika como guião (e sabendo-se, para mais, que as eleições europeias servem para penalizar os partidos que estão no poder).

Mais: o PS consegue obter mais dois parlamentares em Bruxelas do que há cinco anos, passando de sete para nove. Mas os partidos da maioria obtêm oito, o mesmo valor que o PSD teve há cinco anos, e menos dois que os conseguidos pelos dois partidos em 2009 - dez.

Ou seja, uns verão nestes resultados uma vitória clara dos socialistas, liderados na eleição por Francisco Assis. Outros verão um sinal claro de que a maioria, liderada por Paulo Rangel, acaba por conseguir resistir bem e fica apenas a um parlamentar dos socialistas.

Mas quando olhamos para as restantes forças com presença garantida em Bruxelas para os próximos cinco anos, a questão do copo meio cheio ou meio vazio deixa de fazer sentido.

Os comunistas, com João Ferreira a liderar a lista, obtêm um óptimo resultado. Mesmo sabendo-se que a representação portuguesa no Parlamento Europeu desce de 22 para 21 deputados (fruto de mais um alargamento da União Europeia), conseguem subir a sua representação de dois para três parlamentares.

Já o Bloco de Esquerda, que há cinco anos conseguiu o extraordinário resultado de três eurodeputados, passa para apenas um, no caso a já eurodeputada Marisa Matias.

As restantes forças, em que se deve incluir, por exemplo, a candidatura de Marinho e Pinto (mas não o Livre de Rui Tavares, dado que só foi oficialmente formalizado como partido político na última quinta-feira) e os vários pequenos partidos portugueses, obtêm um total acima dos dez pontos percentuais, mas nenhuma delas parece perto de conseguir obter representação parlamentar em Bruxelas.

Dado interessante ainda é verificar que nos resultados brutos o número dos que dizem não saber ou preferem não responder à questão é ainda anormalmente elevado. O que pode prever uma elevada abstenção, já tradicional nas europeias (e que nas últimas chegou ao astronómico valor de 63% dos eleitores).

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