Socialistas
aparecem cinco pontos à frente da coligação. CDU alcança três eurodeputados,
Bloco perde dois.
Martim Silva - Expresso
A primeira sondagem
sobre as eleições europeias, que Cavaco Silva marcou oficialmente esta semana
para o 25 de maio, apresenta resultados que podem ser lidos como aquele copo
com água: uns dirão que o copo está meio cheio, outros que se apresenta meio vazio.
De acordo com a
sondagem da Eurosondagem para o Expresso e para a SIC, o PS lidera a
sondagem e parece perto de uma vitória eleitoral, com um avanço de quase cinco
pontos percentuais sobre a coligação PSD/CDS.
Mas os partidos da
maioria estão muito longe de uma derrota esmagadora que podia ser expectável
depois de três anos a governar com o memorando da troika como guião (e
sabendo-se, para mais, que as eleições europeias servem para penalizar os
partidos que estão no poder).
Mais: o PS consegue
obter mais dois parlamentares em Bruxelas do que há cinco anos, passando de
sete para nove. Mas os partidos da maioria obtêm oito, o mesmo valor que o PSD
teve há cinco anos, e menos dois que os conseguidos pelos dois partidos em 2009
- dez.
Ou seja, uns verão
nestes resultados uma vitória clara dos socialistas, liderados na eleição por
Francisco Assis. Outros verão um sinal claro de que a maioria, liderada por
Paulo Rangel, acaba por conseguir resistir bem e fica apenas a um parlamentar
dos socialistas.
Mas quando olhamos
para as restantes forças com presença garantida em Bruxelas para os próximos
cinco anos, a questão do copo meio cheio ou meio vazio deixa de fazer sentido.
Os comunistas, com
João Ferreira a liderar a lista, obtêm um óptimo resultado. Mesmo sabendo-se
que a representação portuguesa no Parlamento Europeu desce de 22 para 21
deputados (fruto de mais um alargamento da União Europeia), conseguem subir a
sua representação de dois para três parlamentares.
Já o Bloco de
Esquerda, que há cinco anos conseguiu o extraordinário resultado de três
eurodeputados, passa para apenas um, no caso a já eurodeputada Marisa Matias.
As restantes
forças, em que se deve incluir, por exemplo, a candidatura de Marinho e Pinto
(mas não o Livre de Rui Tavares, dado que só foi oficialmente formalizado como
partido político na última quinta-feira) e os vários pequenos partidos
portugueses, obtêm um total acima dos dez pontos percentuais, mas nenhuma delas
parece perto de conseguir obter representação parlamentar em Bruxelas.
Dado interessante
ainda é verificar que nos resultados brutos o número dos que dizem não saber ou
preferem não responder à questão é ainda anormalmente elevado. O que pode
prever uma elevada abstenção, já tradicional nas europeias (e que nas últimas
chegou ao astronómico valor de 63% dos eleitores).
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