quinta-feira, 29 de maio de 2014

Portugal: O PROGRAMA DE ANTÓNIO COSTA



Pedro d´Anunciação  - Sol, opinião

António Costa e Mário Soares, 2 pessoas por quem tenho grande apreço, vieram neste momento, em que o PSD teve a sua maior derrota eleitoral de sempre (maior ainda do que a de Durão Barroso), e o PS teve uma vitória considerável (como frisou Francisco Assis, subiu de uma diferença favorável de 1%, nas autárquicas, para praticamente 4%, nestas europeias) – vieram pois transformar a vitória do PS numa derrota.

Só porque acham que o PS devia ter arrasado, talvez com 40% dos votos. Nem repararam no que aconteceu no resto da Europa, com todos os partidos do sistema, incluindo socialistas e sociais-democratas (os quais, a nível europeu, até ficaram atrás dos conservadores). Nem recordam que as sondagens já previam ser o PS o partido mais prejudicado pela abstenção elevada.

Muito bem: têm algum programa alternativo para apresentarem? Se o fizerem, e for eleitoralmente mais apelativo do que o de Seguro, até compreendo o seu avanço. Caso contrário, transformar esta vitória em derrota, por motivos puramente pessoais, é apenas um tiro nos pés. Que está a permitir à Aliança Governamental transformar a sua derrota em quase vitória.

De facto, na Europa, não vale a pena votar – se nos lembrarmos que Barroso, depois da clamorosa derrota sofrida nas anteriores europeias, foi alcandorado a presidente da CE, com o prejuízo geral europeu unanimemente reconhecido. Talvez agora queiram outro derrotado, e possam avançar Passos, ou Portas, ou algum dos deles.

Por mim, continuo a ver Seguro avançar seguramente para o Governo. E quanto mais oiço os representantes da maioria governamental atacá-lo, melhor o acho. Por muito que simpatize com Soares e Portas, se não têm nada para apresentar (nem que seja o fim das mordomias politicas, quase todas aprovadas pelo PSD, mas bem aproveitadas pelos do PS), só me custa vê-los assim a fazerem da vitória indiscutível por 4 pontos de diferença uma derrota. E temo que o PS, nesse caminho, acabe por chegar ao poder com um Passos Coelho qualquer (que os há por todos os partidos: ignorantes, incompetentes, sem formação académica, só com currículo de jota), como já uma vez chegou com Sócrates, quando o PSD podia bem ter chegado com o muitíssimo melhor, e na altura tão criticado internamente, Marques Mendes.

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